Nesta noite, embora tenha
ido dormir mais tarde do que o normal, perdi o sono bem antes da hora em que
costumo acordar. Como faço nessas ocasiões, comecei a ler meu livro de
cabeceira. Às 6h o rádio relógio ligou automaticamente, como programado, no
noticiário diário. Comecei a ouvi-lo e, em seguida, finalmente, dormi.
Tive então um sonho
surreal, como normalmente imaginamos sejam os sonhos.
Estava dentro de um carro, parado na porta de entrada de uma oficina ou garagem. Então, um outro carro teve que sair. Para permitir a sua passagem, comecei dar a ré. Simultaneamente, vi que atrás havia um outro carro parado. Freei o meu, mas ele não parou e, quanto mais eu freava, mais acelerava. Fui desviando de tudo como podia, sempre de ré, e, naquela corrida maluca, pressenti a batida iminente. Olhando para trás, tentando dirigir, desencostei a cabeça o mais possível do vidro lateral, na tentativa lógica mas ingênua de me proteger melhor para quando o acidente, inevitável nestas alturas, acontecesse.
Estava dentro de um carro, parado na porta de entrada de uma oficina ou garagem. Então, um outro carro teve que sair. Para permitir a sua passagem, comecei dar a ré. Simultaneamente, vi que atrás havia um outro carro parado. Freei o meu, mas ele não parou e, quanto mais eu freava, mais acelerava. Fui desviando de tudo como podia, sempre de ré, e, naquela corrida maluca, pressenti a batida iminente. Olhando para trás, tentando dirigir, desencostei a cabeça o mais possível do vidro lateral, na tentativa lógica mas ingênua de me proteger melhor para quando o acidente, inevitável nestas alturas, acontecesse.
Quando tudo parecia
perdido, fora do controle, racionalmente procurei com meus pés e encontrei, um
outro pedal que acionei. E, surpreendente e felizmente, comecei a sentir o
carro parando. Esse pedal deveria ser o verdadeiro pedal de freio. Os que
assistiam o espetáculo meneavam a cabeça, demonstrando ironia, desagrado, como
se eu fosse maluco, tivesse feito aquilo propositadamente.
Nesse momento, acordei
sobressaltado.
Mais tarde, refletindo
sobre o sonho, sobre tudo o que
aconteceu, ocorreu-me que na nossa vida, muitas vezes, nossas ações, decisões, independentemente do nosso conhecimento, da nossa experiência, podem estar equivocadas, nos levando trás. E, se insistirmos em manter
esse comportamento, acabamos por perder o controle, e, consequentemente, impotentes para
reverter a tendência, acelerando assim o processo de ‘desastre’. Nessas horas,
raramente recebemos ajuda de alguém.
Muito pelo contrário. Por mais absurdo que seja, o mais provável e que apareçam
os predadores aproveitadores - eles sabem que é mais fácil levar vantagem das pessoas em
desespero, necessitadas, carentes. Além disso, quando estamos em dificuldade, frequentemente
as ocasionalidades negativas ocorrem mais do que as positivas.
Se estivermos nessa
situação não adianta culpar ninguém ou buscar ajuda dos que estão bem,
assistindo. Assuma o problema, a responsabilidade de solução, e a gravidade do
momento. Tenha consciência de que, se não encontrar uma resposta logo, pode acabar
por perder tudo o que conquistou até aqui. Pare, relaxe, analise a situação, trace
alternativas e, se concluir que é necessário, mesmo a custa de sacrifícios, mude
o seu estilo de vida, o seu comportamento habitual.
É saudável se
ter em mente que sempre existe uma porta
de saída - como existe até na cela de uma prisão. Sempre há uma ideia, uma
atitude, que pode interromper um processo desse tipo que nos envolve, nos
imobiliza, que nos torna vulneráveis, sem reação. E, se nos empenharmos, vamos
descobri-la. Ocasionalmente, na última hora, quando o pior for eminente.
Portanto, se nesse
estado, não perder a esperança, procurar se manter calmo, receptivo e
consciente. Só assim estará preparado para aproveitar aquela oportunidade, aquele
‘start’ salvador, para realizar a ação positiva, a que irá modificar o cenário,
abrir um novo caminho.
No meu sonho, funcionou...