Talvez não seja óbvio, mas sob nossa experiência do real - contínua e ordenada - existe uma outra realidade, que obedece a regras bem diferentes. A questão é, então, como conectar as duas, isto é, como começar falando de coisas que sequer são ‘coisas’ -no sentido de que não têm extensão espacial, como uma cadeira ou um carro-, e chegar em cadeiras e carros. Costumo usar a imagem da ‘praia vista à distância’ para ilustrar a transição da realidade quântica até nosso dia a dia: de longe, a praia parece contínua. Mas de perto, vemos sua descontinuidade, a granularidade da areia. A imagem funciona até pegarmos um grão de areia. Não vemos sua essência quântica, porque cada grão é composto de trilhões de bilhões de átomos. Com esses números, um grão é um objeto ‘comum’, ou ‘clássico’. Portanto, não enxergamos o que ocorre na essência da realidade física. Temos apenas nossos experimentos, e eles nos dão uma imagem incompleta do que ocorre. A mecânica quântica ( MQ ) gira em torno do P