Outro dia tive a oportunidade, num
desses momentos em que as coisas parecem fazer mais sentido, de refletir que é muita pretensão nossa achar
que sabemos muito, que temos isto ou aquilo, ....
Realmente, não é uma atitude
inteligente, considerando que cada vez mais sabemos menos de mais coisas, devido
ao momento em que vivemos, uma época caracterizada pelo boom científico e
tecnológico. É claro que não podemos generalizar, pois outros ramos do
conhecimento humano não evoluíram tanto, às vezes muito pelo contrário. E quanto a ter, é irrelevante, pois quanto
mais temos, mais julgamos necessário ter; então ...
Por outro lado não devemos nos
minimizar, nos sentir inferiorizados. Se agirmos assim poderemos perder muitas oportunidades
de relacionamentos enriquecedores, de aumentar nosso conhecimento, reduzir
nossas limitações.
Um antigo mestre na faculdade dizia
que, muitas vezes durante a nossa vida, seremos colocados diante de pessoas
sábias, poderosas, e que, então, para otimizar esse contato, aproveitar o
momento, não deveríamos demonstrar o quanto nos sentimos inferiores em relação
a eles. Mais produtivo seria, com todo respeito, nos expressarmos e agirmos
naturalmente - o que não é fácil. Nesse
caso, sugeriu utilizar um procedimento facilitador:
¾
Imaginar
que nós temos uma natureza comum , e que, consequentemente, eles também também têm dúvidas, problemas e necessidades.
¾
Ouvir,
observar, tentar aprender o máximo possível com aquela pessoa.
¾
Perguntar,
esclarecer alguma questão que considerar importante - mesmo que você também não
entenda a explicação, pelo menos terá sinalizado interesse.
¾
Demonstrar
que você está acompanhando o conteúdo e contexto do que for colocado.
Venho fazendo isso desde então. Posso
garantir que geralmente funciona e, quando não, pelo menos me faz sentir bem
comigo mesmo.
Se projetarmos esse procedimento para
o grande universo ou multiverso em que vivemos, ao invés de nos minimizarmos
diante de tanto poder - que foge do nosso controle e compreensão -, vamos
aceitar melhor a nossa pequenez, as nossas limitações, e a sua grandeza
natural. Assim, aproveitaremos melhor a oportunidade da nossa existência neste planeta,
embora efêmera, independentemente do bem e do mal, do ter ou não ter, do saber
ou não saber - tudo tão relativo.
Além disso, vamos estar mais
preparados para perceber e aproveitar aqueles momentos de luz, com os quais ocasionalmente nos deparamos,
quando então nossa mente é iluminada e nos
é apresentada uma pequena amostra da graça divina, da qual, de uma maneira ou
de outra, somos parte.
São especialmente esses momentos que
nos permitem enxergar e perceber claramente a existência dos melhores caminhos,
os caminhos da solução, da superação, da evolução.