Essa expressão remete a uma lenda urbana que fala de uma senhora idosa,
com problemas de audição, que fazia questão de sempre usar calcinhas bonitas,
as quais ela apelidava carinhosamente de ‘Calcinha de Atropelamento’.
Quando ela chegava em casa com suas
comprinhas, questionada sobre o que havia comprado, de vez em quando dizia que
havia comprado umas ‘calcinhas de atropelamento’. As pessoas já estavam
acostumados com essa fala, achavam engraçado, mas já haviam desistido de perguntar o ‘por que’
desse nome.
Seu
neto, depois de muito empenho, conseguiu descobrir. É que ela, por não
escutar direito, tinha receio de que, atravessando uma rua, eventual e muito
provavelmente, viesse a ser atropelada, e ficasse estirada no chão, com o
vestido levantado. Nesse caso, todos que a vissem naquele estado, poderiam constatar
que ela estava usando uma calcinha velha, feia, esgarçada e desbotada. Então, seguramente,
iriam comentar o acidente como sendo o atropelamento de uma ‘velha relaxada’...,
o que ela achava muito deprimente, um triste fim. Por isso, ela fazia questão
de sempre usar calcinhas novas e bonitas.
A crença dela, embora engraçada, se
aplica a muitas pessoas que fazem um grande esforço para passarem uma auto imagem que idealizaram. Mas que, para os outros, é totalmente irrelevante, diante
de seus valores e prioridades.
As decisões e ações dessas pessoas são
sempre tomadas em função do que os
outros podem pensar, achar. Não são práticos nem objetivos. O que seria
realmente importante e prioritário para elas é, irracionalmente, relegado a um segundo
plano.
Com o passar do tempo elas podem se
conscientizar que agir assim é uma insensatez, que praticamente jogaram fora energia
preciosa, que deixaram de construir muita coisa que atualmente faria a
diferença, teria mais significado. Porém, então, já pode ser tarde demais.