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Fila do Correio


Outro dia estava na fila do correio para despachar alguma coisa, quando uma senhora idosa, bem vestida,  até então desconhecida para mim, foi atendida como cliente preferencial.  Uma mulher de cerca de 30 anos, que também estava na fila, sub nutrida e mau cuidada, ficou transtornada com o privilégio e começou a externar sua opinião, falando alto, indignada.
A senhora que ouviu tudo, ao terminar, saiu normalmente, ignorando a intempestiva.  Nessas alturas, eu também estava terminando de ser atendido e, ao final, ao passar pela mau educada ainda na fila, falei para todos ouvirem, olhando nos seus olhos, no mesmo tom que ela usou:
“Um pouco de respeito com os mais velhos, não faz mau a ninguém!”
Ela, ignorando o que eu havia acabado de dizer e a minha postura evangélica, deu um tapa na minha cara.  Fiquei atônito, sem palavras. Foi a primeira vez que alguém me faz uma coisa dessas. Passou pela minha cabeça a opção de devolver o tapa. Mas, nessas alturas, um segurança da agência, se aproximou querendo saber o que estava acontecendo.  
Exatamente nesse momento, a senhora idosa, aquela que inconscientemente causou o que causou, voltou e me convidou a sair dali com ela, com o que concordei, sem falar nada. Foi uma ótima saída – todas as outras seriam piores, considerando as alternativas. 
De braços dados, dando as costas para todos, saímos calmamente da agência de Correios. A  senhora, então, me disse, em tom de confidência, que aquela mulher ‘intempestiva’ era um ‘habitué’ do pedaço, conhecida por todos como sendo uma ‘biruta’, e que eu não deveria levar em consideração o que ela disse ou fez.  Ela se despediu, agradecendo a minha atitude e, elegantemente, foi embora.
Passado tudo, refleti sobre o que aconteceu. Concluí que, algumas vezes, temos reações exageradas a determinadas atitudes, por não conhecermos exatamente o que as motivou, ou aos seus agentes. Assim, frequentemente nosso julgamento é limitado e  precipitado. 
Se, ao invés de reagirmos assim,  fôssemos   um pouco mais a fundo no contexto, procurássemos saber mais das circunstâncias, independentemente do nosso idealismo, talvez tivéssemos uma outra reação, evitássemos fazer algo injusto, algo que poderia se transformar em  um peso,  a ser  carregado para sempre.  É, a vida em sociedade não é fácil ...
Por outro lado, o comportamento daquela senhora idosa foi inspirador. Ela não ignorou o estranho solidário que estava se metendo numa grande confusão por tentar defendê-la - resgatou, aconselhou.  
Até hoje, aguardo uma oportunidade para agir como ela, passando para alguém a imagem edificante, de racionalidade tranquila e de responsabilidade social, que ela representou para mim naquele momento. 


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