Deus da lua, juiz dos mortos
e deus do conhecimento e da escrita, Thoth (também Toth, ou Tot, cujo nome em
egípcio é Djehuty) é um deus egípcio, representado com cabeça de íbis. É o deus
do conhecimento, da sabedoria, da escrita, da música e da magia.
Filho mais velho do deus do
sol Rá, ou em alguns mitos nascido da cabeça de Set, era representado como um
homem com a cabeça da ave íbis ou de um babuíno, seus animais sagrados. Sendo o deus associado com o conhecimento
secreto, Thoth ajudou no sepultamento de Osíris criando a primeira múmia. Era
também o deus das palavras, da língua e posteriormente os gregos viam este deus
egípcio como a fonte de toda a ciência, humana e divina, do Egito.
O culto de Thoth situava-se
na cidade de Khemenou, também referida pelos gregos como Hermópolis Magna, e
agora conhecida pelo nome árabe Al Ashmunin.
Inventor da
escrita
Segundo a tradição,
transmitida também por Platão no diálogo Fedro, Thoth inventou a escrita
egípcia antiga, os Hieróglifos, a escrita sagrada do Egito, e era o deus protetor
dos escribas cuja função era escrever. Thoth também, segundo as lendas, havia
escrito um livro chamado ‘O livro de Thoth’, que continha magias capazes de
destruir deuses e seres imortais.
O Livro de Thoth
Um dos mais fascinantes mitos
sobre Thoth é o que trata do ‘Livro de Thoth’, um livro sagrado de magia que
supostamente haveria existido no antigo Egito, mas que estaria em uma tumba -
ainda não descoberta, do príncipe Neferkaptah. O livro ensina segredos só
conhecidos pelos antigos deuses, como o poder sobre a natureza e o dom de falar
com animais.
O livro estaria guardado
dentro de um baú dourado que reside em um baú prateado, por sua vez dentro de
um de marfim e ébano, contido em um baú de sicômoro (tipo de árvore), guardado
em um de bronze que, por fim, fica em um de ferro. As chaves para estes baús
estariam espalhadas pelo antigo Egito e o livro em si protegido por um
guardião.
Porém o livro também é
supostamente amaldiçoado, e os mortais não devem lê-lo sem permissão divina.
Juiz dos
Mortos
Thoth escreve o relatório do julgamento do morto na presença dos deuses
Talvez o papel mais
importante de Thoth fosse o de juiz dos mortos. Em sua jornada pelo submundo,
os mortos eram trazidos por Anúbis até Thoth para o julgamento. Seu coração,
que os egípcios antigos pensavam ser o que continha o pensamento e a memória,
era colocado em uma balança com a deusa da verdade Maat do outro lado.
Se a
medida fosse exata eles continuariam sua jornada pela além-vida. Se o
equilíbrio não estivesse correto, Ammut - ser com a cabeça de crocodilo e juba
de leão-, emergiria de seu esconderijo e devoraria o espírito do morto. Thoth
mantinha registros destes julgamento
Thoth e a
Lua
Estatueta de babuíno representando Thoth na cidade Hermópolis Magna |
Thoth também ajudou Ísis a
educar Hórus, filho de Osíris, e, com o passar do tempo, sucedeu a este no
trono do Egito. Thoth reinou esplendorosamente por mais de três mil anos.
Depois, subiu aos céus tomando seu lugar como a lua. Os egípcios associavam o
babuíno a este deus pelo hábito destes animais de emitir sons para a lua.
Há uma história egípcia que
narra as fases da lua: O deus sol Rá ordenou
a Thoth iluminar o céu noturno, mas em forma de lua, Thoth era sempre
atacado e devorado por monstros terríveis. Estes monstros então iriam regurgitá-lo
lentamente toda vez, gerando as fases da lua.
Calendário
egípcio
Como deus do conhecimento e
da sabedoria, a sua atividade ficou associada à criação do calendário egípcio,
e o seu nome foi atribuído ao primeiro mês do ano solar egípcio que se inicia
com a chegada anual das cheias do rio Nilo, e à primeira estação Ahket, a
estação das inundações. O primeiro dia do ano, o primeiro dia do mês Thoth
corresponde a 19 de Julho.
Fonte: WP, u.and.
(JA, Fev19)