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O mar não está para Peixe


O crescimento da população mundial, o aumento da renda das classes médias e a modernização das embarcações impactam diretamente o fenômeno conhecido como sobrepesca - a captura excessiva de determinadas espécies de peixe. Quase todos os países a praticam e poucos, como a Nova Zelândia e os EUA, tomam medidas para combatê-la.
Na semana passada, o bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, amante e conhecedor da vida marinha, anunciou uma doação de 53 milhões de dólares para combater a sobrepesca. A iniciativa, chamada de ‘Oceanos Vibrantes’ promoverá mudanças de postura de pescadores profissionais, de modo a aumentar a polução de peixes nas Filipinas, no Chile e no Brasil. Ao lado do Chile e das Filipinas, o Brasil é um dos beneficiados do projeto de pesca sustentável lançado pela Fundação Bloomberg Philanthropies.
Apesar dos 8500 quilômetros de extensão, a costa brasileira tem uma fauna marinha frágil e escassa (produção nacional de pescado está em torno de 1 milhão de toneladas ano), muito inferior, por exemplo, à do Peru com uma população 7 vezes menor (8 milhões de toneladas). Essa situação é agravada pelo fato de que a economia pesqueira no Brasil envolver cerca de 3,5 milhões de pessoas. Motivos:
- O movimento de rotação da terra e a direção dos ventos favorecem o deslocamento de correntes de águas quentes em direção ao litoral brasileiro.
- A água quente impede que os microrganismos , espécie de adubo marinho, circulem nas camadas mais superficiais do oceano. Eles ficam concentrados no fundo, apodrecendo fora do alcance dos animais.
- A quantidade de peixes é impactada pelo baixo índice de nutrientes, pois esses são essenciais ao desenvolvimento das microalgas, base da cadeia alimentar marinha.
- A elevada salinidade dos mares brasileiros também provocam a perda de nutrientes e dificulta da proliferação das microalgas.
Além disso, a viabilidade econômica de 70% das companhias pesqueiras brasileiras já alcançaram níveis insustentáveis, e o consumo per capita de peixes aumentou cerca de 50%, em 5 anos. Os pescadores, que normalmente trabalham sozinhos ou para pesqueiras de pequeno porte, sabem, por experiência cotidiana, que hoje há menos peixes no mar do que na época dos seus avós.
A doação de Bloomberg pode soar apenas como mais uma atitude apaixonada de uma figura excêntrica, mas as estatísticas revelam que o problema tem proporções oceânicas e que algo deve ser feito o quanto antes. Demarcação de áreas para acesso exclusivo de pescadores e, dentro delas, estabelecimento de zonas de proteção, onde os peixes ficariam intocados por 5 anos, para aumento de sua quantidade, por exemplo.
Mar Sem Fim,  Fev14

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