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Riqueza

Um interessante exercício de matemática, realizado por minha filha quando cursava o ensino fundamental (hoje ela é uma feliz profissional de Jornalismo, atuando no RJ), plantou a semente deste texto.
Seu então professor, certamente buscando desenvolver o raciocínio lógico e a relação de causa e efeito, propôs o seguinte trabalho: a partir de alguns parâmetros disponíveis (desde o custo da maternidade até a última mensalidade do colégio), calcule quanto cada um de vocês custou até hoje para sua família.
Foi um alvoroço na classe. Eram muitos dados, muitos cálculos e uma verdadeira incredulidade ao final com os resultados: a grande maioria, incluindo Renata, ficou assombrada com o vulto do valor calculado. Uma exorbitância!
Ao buscá-la no colégio, ouvi todo o detalhamento do exercício no caminho de casa, que terminou com a singela e definitiva sentença: “Pai, como você seria rico se não me tivesse!”. Na hora não pude deixar de rir muito com sua franqueza e conclusão.
Não me recordo dos valores numéricos, mas eram relevantes. Isso não era exclusividade minha, como recentemente foi demonstrado no estudo, quadro abaixo:
Custo de um único filho em 23 anos (em R$)
Tipo de gasto
Classe A
Classe B
Classe C
Classe D
Alimentação
115,2 mil
96 mil
45,8 mil
23 mil
Babá e adicional empregada doméstica
170,4 mil
151,2 mil
zero
zero
Energia, telefone e TV a cabo
59,4 mil
51 mil
15,6 mil
5.760
Alimentação escolar
46,8 mil
26,7 mil
15 mil
zero
Berçário, ensino fundamental e médio e universidade
453,6 mil
206,4 mil
96 mil
zero
Cursos diversos
56,5 mil
26,4 mil
16,8 mil
zero
Materiais didáticos, livros, CDs e revistas
25,2 mil
21,6 mil
17,7 mil
zero
Mesada
74,9 mil
52,4 mil
24 mil
zero
Transporte
46,5 mil
32,4 mil
15,6 mil
zero
Academia, clube e associações
56,8 mil
31,2 mil
14,4 mil
zero
Cinemas, teatros e shows
30,2 mil
15,6 mil
9.600
4.800
Festas de aniversário
200,7 mil
24 mil
9.600
zero
Viagens, férias e passeios
133,2 mil
24 mil
5.200
zero
Fundos/investimentos
149,5 mil
28,8 mil
4.800
zero
Despesas diversas e farmácia
37,3 mil
21,2 mil
18,2 mil
zero
Médicos particulares, pediatra e dentista
36,9 mil
zero
zero
zero
Plano de saúde
83,5 mil
57,6 mil
56,4 mil
zero
Brinquedos, informática, telefonia e novas tecnologias
160,7 mil
36,6 mil
15,6 mil
zero
Roupas e calçados
148,8 mil
45 mil
26,8 mil
20,1 mil
Total
2,08 milhões
948,1 mil
407,1 mil
53,7 mil

 Mais tarde comecei a pensar mais seriamente em toda aquela experiência e a refletir sobre a tal “riqueza perdida”.
Concluí que faria tudo novamente, pois minha percepção de riqueza estava muito mais ligada ao fato de vê-la se desenvolvendo, caminhando pela vida e realizando sonhos, do que pelo possível tamanho da minha conta poupança.
Percebi que a verdadeira dimensão da palavra “patrimônio”, geralmente tão vinculada às questões materiais, poderia ser reinterpretada e expandida.
Passei então a prestar mais atenção a tudo aquilo que muitos classificam como custo, e que prefiro contabilizar como investimento, como formação de patrimônio, dentro deste particular conceito.
Entendo que ver meu filho cruzar os oceanos pilotando um Airbus (e principalmente fazer isso com muito prazer), antes de completar 30 anos, é um belo patrimônio;
Entendo que participar de encontros festivos, com amigos antigos e atuais, é patrimônio;
Entendo que conviver numa família harmonizada e unida, também é patrimônio;
Assim como trabalhar com prazer, viajar pelo mundo, e ter tempo para a vida e o amor.
Administrar estes múltiplos patrimônios, inclusive o material, é uma arte que exige vigilância ativa aos nossos mais verdadeiros valores pessoais. Quando conseguimos harmonizá-los e praticá-los, atingimos a plenitude – e aí, finalmente, somos ricos de verdade.
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Este texto é parte do livro “Dicas e Pensamentos de um Consultor da Vida”, de Jorge Mauricio Castro. que está disponível no formato de e-book, gratuitamente, no site:      www.jorgemauricio.com.br
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