Oswaldo, num determinado momentos da sua vida, sentia que estava saindo da luz e entrando na
escuridão. As coisas tomavam um rumo que independia do seu controle, e o levava
de uma situação estabilizada para uma outra, que era muito pelo contrário.
Nessas ocasiões, procurava ser otimista, acreditar que tudo daria certo no final, e agir de acordo com o esperado para superar o que tivesse que ser.
Sempre dera certo. Porém, a partir de uma determinada época, deixou
de ser. Estava difícil manter a fé - ele
só conseguia por não ter uma outra melhor opção.
O que mais o
incomodava nessa situação é que as pessoas, principalmente as mais próximas, consideravam
que era sua a culpa pelo estado em que se encontrava. Isso era explicável considerando a sua origem e tudo o que havia conquistado durante a sua vida, criara nas pessoas uma alta
expectativa em relação a ele. Além disso, era o responsável direto ou indireto,
pela vida de muitas pessoas. Elas não tinham culpa! Mas, pensou, ele também não!
Oswaldo sofria
também o incomodo da solidão, e da falta de carinho. Sofria calado para não comprometer ainda mais - mas não era fácil. Sentia-se sozinho, abandonado. O que fazer? Uma opção que
encontrou foi procurar fazer coisas construtivas e prazerosas que estavam a seu
alcance. Isto o mantinha ocupado, o distraia, e o ajudava a evitar a depressão
eminente. Queria ganhar tempo, e se manter preparado, pra quando surgisse
alguma nova oportunidade, uma nova luz.
Um dia, leu
uma frase que o marcou - parecia que havia sido feita para ele:
‘Quando você está seguindo um caminho que não o está levando a lugar nenhum, ou para onde você queira ir, mude o caminho!’
Perfeito. Mas,
qual caminho, então?
Enquanto não
surgia nenhuma ideia, se dedicou a resolver os problemas, à medida em eles
fossem surgindo, da melhor maneira. Nisso ele era bom. Afinal, durante toda a sua vida profissional passou o tempo todo
fazendo isso. Nas empresas, poucas
vezes você tem oportunidade de mudar toda uma estratégia - 98% do tempo é gasto
tentando manter e cumprir a estratégia original, atual. Além disso, para reduzir a ansiedade, evitava
se preocupar com problemas que ainda não
haviam ocorrido. Adotou como lema limitar a se concentrar no que
estava fazendo, no que estava acontecendo – naturalmente, sem deixar de
considerar suas limitações atuais.
Aos poucos,
foi ficando mais calmo, e passou a enxergar um pouco de ‘luz’. Parecia que o
mundo estava, novamente, conspirando a seu favor. Pequenas oportunidades foram
surgindo e, inconscientemente, seu comportamento foi mudando, as pessoas se reaproximando.
Oswaldo passou a sentir e inspirar calma, segurança, competência.
Refletiu que quando tudo está ruim, pior fica. E, quando
está melhor, melhor fica. Se a sua bússola aponta para determinado lado, e você continua
a seguir aquele rumo, você vai chegar lá. Fazia sentido.
Então,
concluiu que, em situações de crise, é fundamental se reorientar e se empenhar para seguir um novo rumo, e superar aquele momento. Então, pela determinação e com um pouco de sorte - atraída pela energia positiva-, se conseguirá chegar, alcançar, o seu melhor destino.
Hoje, Oswaldo
se encontra onde ele nunca imaginou que poderia estar. É uma situação
completamente diferente da que ele estava acostumado, mas não sente falta nenhuma
da vida anterior. Esta nova fase foi construída com muita dedicação e amor, e
ele a desfruta com prazer. Isto não impede que, às vezes, fique em dúvida se tem o direito
de ter tudo isso que dispõe agora, e de ter chegado e
estar aqui. É, algumas coisas são inexplicáveis.
As pessoas que
convivem e dele dependem, consideram a situação atual muito natural. Na
verdade, embora tivessem se sentido um pouco frustradas num determinado
período, logo se recompuseram quando ele encontrou o novo caminho. Afinal,
sempre acreditaram, e não esperavam nada diferente dele.
“Se estiver passando pelo inferno, continue caminhando.” Winston Churchill
(JA, Out17)