Algumas histórias nos parecem tão fantásticas que temos dificuldade em acreditar que de fato aconteceram. É o caso da de Eleonor, a Duquesa de Aquitânia. Entretanto, sua história foi real, em todos os sentidos.
Eleanor foi uma das mulheres mais poderosas da
Idade Média. Duquesa de Aquitânia por direito próprio, ela entraria como
rainha-consorte da França, e mais tarde rainha da Inglaterra.
Eleanor era a filha mais velha de William, o
Duque de Aquitânia. A
data exata de seu nascimento é desconhecida, mas ela foi criada em um dos ambientes mais cultos da Europa na época e recebeu uma excelente educação. Ela tornou-se mais um importante patrocinadora de poetas
e escritores.
A morte do único irmão de Eleanor e de seu pai em 1137, deixou-a
com uma vasta herança. Com
apenas 15 anos de idade, de repente ela se tornou a herdeira mais elegível da
Europa. Naquele mesmo ano casou-se
com Louis, herdeiro de Luís VI da França, que pouco depois tornou-se rei como
Louis VII. O casal tinha duas filhas.
Em 1147, Eleanor acompanhou o marido na segunda Cruzada, viajando
para Constantinopla e Jerusalém. A
Cruzada foi um fracasso e a relação entre Eleanor e seu marido, já prejudicada,
deteriorou-se ainda mais. O fracasso de Eleanor em gerar um filho contribuiu consideravelmente para essa tensão e, em 1152, eles se
divorciaram.
Dois meses depois, Eleanor casou-se com Henrique de Anjou, que em
1154 tornou-se rei da Inglaterra. O
casal teve cinco filhos e três filhas. Por
quase duas décadas, Eleanor desempenhou um papel ativo no funcionamento do
império de Henry, viajando para lá e para cá, entre seus territórios, na
Inglaterra e na França.
Em 1173, dois dos filhos de Eleanor a envolveram em um complô
contra seu pai e, como resultado, Henry a aprisionou. Após a morte de Henry em 1189, seu filho mais velho,
Richard I, ordenou a libertação de sua mãe. Apesar
de sua idade -então na faixa dos sessenta anos, idade em que se era considerado
idoso no século 12-, Eleanor tornou-se muito envolvida no governo. Em
1190, quando Richard foi se juntar à Terceira Cruzada, ela atuou como regente na Inglaterra. Ela até participou das negociações para libertação de
Richard, depois que ele foi feito prisioneiro na Alemanha, a caminho de casa.
Em 1199, Richard morreu e foi sucedido pelo filho mais novo de
Eleanor e Henry, John. Nessa época o papel de Eleanor nos assuntos ingleses já havia cessado,
embora continuasse a estar intimamente envolvida na Aquitânia, onde passou os
últimos anos. Ela morreu em 31 de março de
1204 e foi enterrada na igreja da abadia em Fontevrault, ao lado de Henrique II.
Resumo
Eleanor da Aquitânia foi uma das mulheres mais ricas e
poderosas da Idade Média, tendo sido Duquesa da Aquitânia e da Gasconha, e
Condessa de Poitiers por seu próprio direito.
Fontes contemporâneas elogiam a beleza de Eleanor.
Mesmo em uma era em que as damas da nobreza eram excessivamente elogiadas, seu
louvor era indubitavelmente sincero. Quando era jovem, ela era descrita como ‘perpulchra’
- mais do que bonita.
Quando tinha cerca de 30 anos, Bernard de Ventadour,
um notável trovador, chamou-a de ‘graciosa, adorável, a personificação do
encanto’, exaltando seus ‘adoráveis olhos e nobre semblante’ e declarando que
ela tinha tudo para coroar o estado de qualquer rei. William de Newburgh enfatizou os encantos de
sua pessoa e, mesmo em sua velhice, Richard de Devizes a descreveu como linda,
enquanto Matthew Paris, escrevendo no século
13, lembrou-se de sua ‘beleza admirável’.
Apesar de todas estas palavras de louvor, ninguém
deixou uma descrição mais detalhada de Eleanor - a cor de seus cabelos e olhos,
por exemplo, é desconhecida. A efígie em seu túmulo mostra uma mulher alta e
desossada, com pele marrom, embora isso não seja uma representação precisa. Seu
selo de c.1152 mostra uma mulher com uma figura esbelta, mas isso provavelmente
seja uma imagem impessoal.
O Ducado da Aquitânia -antigamente Guiena- foi criado no século VI, e manteve-se como nação independente até 1204. A cronologia dos Duques da Aquitânia é confusa até ao estabelecimento da casa de Poitiers, em 887. Antes desta data, o ducado da Aquitânia foi por vezes um reino, mas não teve consistência dinástica. No princípio do século XIII, com a morte da Duquesa Eleanor da Aquitânia, rainha consorte de Inglaterra, o ducado passa a fazer parte da coroa inglesa. Eleonor foi matriarca da dinastia Plantageneta, que governou a Inglaterra entre 1154 e 1485
Em 1449, no fim da Guerra dos Cem Anos, a Aquitânia foi anexada à coroa de França. A partir de então, Duque da Aquitânia passa a ser um título nominal, atribuído a membros da família real francesa.
Em 1449, no fim da Guerra dos Cem Anos, a Aquitânia foi anexada à coroa de França. A partir de então, Duque da Aquitânia passa a ser um título nominal, atribuído a membros da família real francesa.
Nascimento: 1122
Falecimento: 1 de abril de 1204, Poitiers, França, aos 82 anos.
Nome completo: Eleanor of Aquitaine
Sepultamento: Abadia de Fontevraud, Fontevraud-l'Abbaye, França
Filhos: Ricardo I de Inglaterra (Ricardo, Coração de Leão) e João de Inglaterra (João Sem Terra)
Cônjuge: Henrique II
de Inglaterra, de 1152 a 1189; Luís VII
de França, de 1137 a 1152
Fonte: WP, Dvs
(JA, Out17)