Acompanhamento típico de
feijoadas e churrascos, a caipirinha faz parte da cultura brasileira. É
conhecida internacionalmente e parada obrigatória para os turistas que passam
pelo Brasil. Desde 1996, aliás, ela faz parte de uma lista conhecida como ‘drinques
oficiais do mundo’, ao lado de outros clássicos como dry martini e a
marguerita. Mas sua história pode ser dividida em duas partes: a invenção e a
disseminação. Obviamente, uma não existiria sem a outra.
Vamos, portanto, à invenção
da bebida. A origem da caipirinha tem duas histórias que, em alguns momentos,
se juntam. A primeira parte dela, que é considerada uma lenda urbana, vem da
cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, onde alguns estudiosos alegam que os
portugueses já tomavam cachaça com limão para evitar o escorbuto, doença
provocada pela falta de vitamina C.
A cidade de Piracicaba teria
adaptado esse remédio acrescentando alho e mel para combater o grave surto de
gripe espanhola que o estado enfrentava em 1918.
Vale o registro de que,
segundo a maioria dos historiadores, a versão de que a bebida COMPLETA tenha
nascido em Piracicaba é a mais forte, sendo a mais aceita pela comunidade que
estuda o tema até hoje, fato que dá à bebida a idade de 201 anos.
O remédio
que virou bebida e a disseminação
Os moradores de Piracicaba,
após controlarem o surto, continuaram bebendo o remédio e, progressivamente,
foram trocando os componentes. O mel deu lugar ao açúcar e o alho foi retirado
para a inserção do gelo. Estava formada a receita da bebida mais famosa do
país.
Com o passar do tempo, a
bebida foi se espalhando pelo interior do estado, mas foi em São Paulo que ela
ganhou grande destaque. Pouca gente sabe, mas a Semana de Arte Moderna de 1922, através de
uma de suas líderes, Tarsila do Amaral, foi a responsável por transformar a
caipirinha em uma paixão nacional.
A pintora, natural de
Capivari, gostava muito da bebida e a tornou a bebida oficial do evento,
alegando que era a pura cultura do Brasil, e que merecia valorização ante os
gostos europeus que pareciam dominar o país naqueles tempos.
Segundo a biografia da
artista, Tarsila apresentou a bebida mais brasileira de todas a Pablo Picasso,
em Paris, onde ela recebia cachaças que vinham do interior do estado.
Por fim, a lenda sobre o nome
da bebida diz que caipirinha era uma alusão à cachaça, que sempre foi produzida
no interior do estado. A caipirinha, portanto, era uma carinhosa referência aos
aguardentes paulistas.
Fonte: Dvs
(JA, Set19)