D. Pedro II |
Em 1871, a Imperatriz Teresa
Cristina doou todas as suas joias pessoais para a causa abolicionista, deixando
a elite furiosa com tal ousadia. No mesmo ano ‘A Lei do Ventre Livre’ entrou em
vigor, assinada por sua filha a Princesa Imperial Dona Isabel
.
Imperatriz Teresa Cristina |
Oficialmente, a primeira
grande favela na cidade do Rio de Janeiro, data de 1893, 4 anos e meio após a
Proclamação da República e cancelamento de ajuda aos ex-cativos.
José do Patrocínio organizou
uma guarda especialmente para a proteção da Princesa Isabel, chamada ‘A Guarda
Negra’. Devido a abolição e até mesmo antes na Lei do Ventre Livre de 1871 , a
princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As
ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas.
A família imperial não tinha
escravos.
Todos os negros eram
alforriados e assalariados, em todos imóveis da família.
D. Pedro II tentou ao
parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos
fazendeiros por 40 anos. O Parlamento sempre negava o projeto de lei, pois
muitos tinham influências diretas ou indiretas com os grandes cafeicultores
escravocratas.
Se tratando de uma Monarquia
Constitucional Parlamentarista, o imperador não tinha o poder para decretar
leis sem aprovação da maioria do parlamento.
Sua Alteza Dona Isabel sancionou, em nome de seu pai, lei que acabou com a escravidão que vigorava no Brasil há mais de 300 anos |
Princesa Isabel recebia com
bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e
pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época.
Na casa de veraneio em
Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava
numerários para alforriá-los.
Pedro II criou uma cota para
negros alforriados ingressarem no Colégio Pedro II e nas Faculdades. Essa cota
não foi aprovada pelo parlamento, porém Pedro II tirou de seus próprios
proventos a garantia da cota.
No período de 1872 e 1889
centenas de ex-cativos se tornaram médicos, advogados, engenheiros... Graças a
chamada ‘bolsa do imperador’.
O bairro mais caro do Rio de
Janeiro, o Leblon, era um quilombo que cultivava camélias, flor símbolo da
abolição, sendo sustentado pela Princesa Isabel.
Aumento do próprio salário??!
O Imperador esteve no trono brasileiro por 50 anos. Mas nunca aceitou aumento
na sua dotação, isto é, o salário.
Quando morreu exilado em
1891, não havia acumulado riqueza alguma.
Faleceu em um modesto quarto
de hotel de 3 estrelas em Paris que era pago por um grande amigo, o Barão de
Loreto.
Suas últimas palavras foram: ‘Deus que me conceda esses últimos desejos—Paz
e Prosperidade para o Brasil’.
Enquanto preparavam seu
corpo, um pacote lacrado foi encontrado no quarto com uma mensagem escrita pelo
próprio Imperador: ‘É terra de meu país;
desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria’.
Fonte: Diário Pedro II
(Acervo Museu Imperial Petrópolis RJ), IMS RJ, Real Gabinete Português RJ e
Biblioteca Nacional RJ
(JA, Mar19)