A Justiça é o nome de uma escultura localizada em frente ao prédio do
Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Foi feita em 1961 pelo artista plástico
mineiro Alfredo Ceschiatti, em um bloco monolítico de granito de Petrópolis,
medindo 3,3 metros de altura e 1,48 metro de largura.
A escultura representa o poder judiciário como uma mulher com os olhos
vendados e espada; os olhos vendados representam a imparcialidade da justiça e
sua intenção de nivelar o tratamento jurídico de todos por igual; e a espada
representa a força, a coragem, a ordem e a regra necessárias para impor o
direito. Porém a escultura não mostra a balança, que representaria a ponderação
dos interesses das partes em litígio.
Simbologia
A simbologia dessa escultura tem origem na deusa romana Iustitia, que
corresponde à grega Diké, filha de Zeus com Themis, a guardiã dos juramentos
dos homens.
Alfredo Ceschiatti, 1918-1989, foi um escultor, desenhista e professor
brasileiro, nascido em Belo Horizonte.
Filho de pais italianos, foi à Itália em 1937, beneficiado pelo governo
italiano em promover viagens de filhos de imigrantes ao país. De volta ao país,
fixou-se na cidade do Rio de Janeiro onde estudou na Escola Nacional de Belas
Artes. Foi premiado no Salão Nacional de Belas-Artes, em 1945, pelo
baixo-relevo do batistério da Igreja São Francisco de Assis, em Belo Horizonte.
Conheceu Oscar Niemeyer, que lhe encomendou uma escultura para o Conjunto Arquitetônico
da Pampulha, em Belo Horizonte. Ceschiatti criou O Abraço, obra de duas
mulheres abraçadas. Considerada imoral pelos mineiros, ficou guardada muitos
anos até ser finalmente exposta em um jardim da Pampulha.
Em 1960 esculpiu, em granito, As três forças armadas, um dos temas no
Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro. Possui obras
em diversos museus brasileiros.
Em nova parceria com Niemeyer, tornou-se o principal escultor da nova
capital do País em Brasília, entre elas:
- As banhistas,
em bronze, no espelho d'água do Palácio da Alvorada
- A Justiça,
em granito, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal
- Os Anjos e
Os Evangelistas, na Catedral Metropolitana de Brasília
- As gêmeas,
em bronze, na cobertura do Palácio Itamaraty
- Anjo, em
bronze dourado na Câmara dos Deputados do Brasil
- A
Contorcionista, foyer da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro
Na cidade, fez parte da Comissão Nacional de Belas Artes e foi professor
de escultura e desenho na Universidade de Brasília. Demitiu-se depois, em
solidariedade aos colegas perseguidos por motivos políticos. Queixou-se,
décadas depois, da forma pela qual Brasília tratava suas obras.
Fonte:
WP
(JA, Set17)