Em 31/12/2019, no
encerrar do ano, tivemos uma aniversariante ilustre, que completou 72 anos de
idade, e que há mais de dez anos resolveu dar um basta naquilo que é a
verdadeira ‘cachaça’, a verdadeira razão de viver de um artista, que é o palco,
a boca de cena, onde muitos milagres costumam acontecer em nome da deusa
música. Estou me referindo a Rita Lee Jones de Carvalho.
A retirada de cena foi um fim
de ciclo, de uma longa história que se confunde com a presença da mulher como
bandleader de um mundo até então muito marcado pela testosterona, que é o rock.
É inegável que Rita Lee criou um divisor de águas no universo instigante e
provocador do rock e como disse tudo começou lá nos idos dos anos 60 e claro
que quem passa por esse universo não passa em mares mansos e com Rita não foi
diferente. E assim resistiu durante décadas.
Nascida na véspera de
ano-novo em uma família de classe média paulistana, Rita era a filha mais nova
do dentista Charles Fenley Jones, imigrante norte-americano, e de Romilda Pádua
Jones, filha de italianos que tinha consultoria na Rua Xavier de Toledo, bem ao
lado do Mappin, no centro de São Paulo.. Seus pais tinham outras duas filhas:
Mary Lee Jones e Virgínia Lee Jones. O Lee é um nome composto com que o pai
quis registrar todas as filhas, em homenagem ao general Robert E. Lee, do
exército confederado.
Rita Lee nasceu e cresceu no
bairro da Vila Mariana, onde viveu até o nascimento de seu primeiro filho. Em
entrevistas, revelou que este bairro é especial para ela, já que lá tem uma
grande parte de todas as melhores lembranças de sua vida.
Ela foi educada no colégio
franco-brasileiro Liceu Pasteur. A artista é poliglota, e fala fluentemente
português, sua língua materna, inglês, francês, castelhano e italiano. Rita
chegou a cursar Comunicação Social na Universidade de São Paulo em 1967, na mesma
turma da atriz Regina Duarte, mas deixou a universidade durante o primeiro
período.
Durante a infância, teve
aulas de piano com a musicista clássica Magdalena Tagliaferro. Não pensava em
ser cantora de rock, mas ser atriz de cinema, veterinária ou a profissão que
seu pai queria, dentista. Suas primeiras influências musicais foram Elvis
Presley, Neil Sedaka, Paul Anka, Peter, Paul and Mary, Beatles, Rolling Stones,
mas também escutava música brasileira como Cauby Peixoto, Angela Maria, Tito
Madi e João Gilberto, Emilinha Borba, Carmen Miranda, Dalva de Oliveira e Maysa
por influência dos pais.
Na adolescência passou a se
interessar por música, começando a compor suas primeiras músicas. Junto de alguns
amigos, começou a se apresentar em clubes da região como componente do ‘Tulio's
trio’.
1960
Em 1963 formou um
conjunto musical com mais duas garotas, as Teenage Singers (Cantoras Adolescentes), que faziam pequenos shows em festas colegiais.
No ano seguinte elas
conheceram o trio masculino Wooden Faces, nesse mesmo ano, faz sua primeira
gravação, fazendo vocais para um álbum de Prini Lorez.
Teenage Singers Wooden Faces
se juntaram, formando o Six Sided Rockers, banda que depois se chamará Os Seis,
que chega a gravar um disco compacto com duas músicas. Com a saída de três
componentes, sobram Rita, Arnaldo e Sérgio que passam a se chamar ‘Os Bruxos’.
Por sugestão de Ronnie Von, o grupo passou a chamar-se ‘Os Mutantes’.
Por um período de seis anos,
Rita Lee foi, com Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, integrante da banda Os
Mutantes, cantando, tocando flauta e percussão, além de performances bissextas
no sintetizador, no banjo e manipulando bizarrices como um gravador portátil (como na música ‘Caminhante Noturno’) e uma bomba de dedetização (em ‘Le Premier Bonheur du Jour’) e sendo letrista.
Em 1967, a banda
acompanhou Gilberto Gil no III Festival de Música Popular Brasileira da (TV Record) na
apresentação da canção antológica ‘Domingo no parque’. Foram gravados seis
álbuns (tendo o primeiro, de 1968, como
uns dos álbuns mais importantes da história da música brasileira), que deram origem a hits como ‘A Minha Menina’, ‘Dom
Quixote’, ‘Balada do Louco’, ‘Dois Mil e Um’ (primeira música a misturar o som sertanejo com rock'n roll) e o mais relevante: ‘Ando Meio Desligado’. A mesma
foi uma das músicas mais tocadas e vendidas do ano de 1970.
Entre 1968 e 1972, Rita Lee
foi casada com o companheiro de banda Arnaldo (o divórcio seria assinado
somente em 1977).
1970
Acompanhada dos componentes
dos Mutantes, Lee gravou dois discos solo. O primeiro foi Build Up (1970), com
algumas composições em parceria com Arnaldo Baptista, que originalmente era o
repertório de um show que foi feito exclusivamente para uma edição da Fenit (feira de moda de São Paulo). Deste disco saiu seu primeiro single solo, José (uma versão de Nara Leão para o hino francês ‘Joseph’).
O segundo disco Hoje é o Primeiro Dia do Resto
da Sua Vida (1972), foi lançado com o seu nome pois Os Mutantes já
tinham lançado disco naquele ano e a gravadora não permitiu que gravassem
outro. Com isso, Os Mutantes gravaram e só a Rita assinou.
Em decorrência do fim de seu
casamento com Arnaldo e incompatibilidades artísticas com os rumos que a banda
estava tomando, e claro com o excessivo consumo de drogas dos dois, a tensão se
tornou grande e, Rita foi expulsa dos Mutantes pelo próprio Arnaldo.
Dentre distintas histórias e
controvérsias, ela alega que seus companheiros achavam que ela não tinha o
virtuosismo necessário para tocar o rock progressivo, novo interesse da banda.
A informação de Rita acabou se tornando uma grande discussão. Alguns diziam que
ela teria saído do grupo. Entretanto, em 2007, Arnaldo admitiu em entrevista: ‘Mandei a Rita embora
dos Mutantes’.
Formou com a amiga Lúcia
Turnbull uma dupla no estilo folk rock, As Cilibrinas do Éden, cuja única
gravação, ao vivo, no festival Phono 73, foi lançada recentemente, mais de 35 anos depois.
Rita Lee e Lúcia desistem da
dupla e formam a banda Tutti Frutti com Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci,
entre outros. Rita, além de cantar, tocou piano, sintetizador, gaita e violão.
Um contrato com a gravadora Philips é assinado, mas esta exige que o grupo
assine como ‘Rita Lee & Tutti-Frutti’. O que seria o primeiro disco do
grupo não é lançado pela gravadora por problemas com a censura e com os
executivos, que o consideraram ‘alternativo demais’.
Eles voltam ao estúdio e
gravam o excelente e muito pouco lembrado álbum ‘Atrás do Porto Tem uma Cidade’,
gravado e lançado em 1974. Juntamente
com o disco, é lançado o single ‘Menino Bonito’, que se torna a primeira música
da banda a entrar na parada nacional, fazendo um amplo sucesso. ‘Mamãe Natureza’
(primeira música composta por Rita após
sua saída dos Mutantes) e ‘Ando Jururu’
emplacaram paradas regionais.
Com o disco ‘Fruto Proibido’,
lançado em 1975 pela Som Livre, Rita Lee alcança consagração
nacional. O primeiro single, ‘Agora Só Falta Você’ chega a segunda posição na
parada nacional e, instantaneamente, se torna um grande sucesso.
‘Esse Tal de
Roque Enrow’, ‘Luz del Fuego’ e ‘Dançar Pra Não Dançar’, também foram
bem-recebidas pelas rádios, chegando a posições relevantes.
Surpreendentemente, o último
single, ‘Ovelha Negra’, torna-se um sucesso inesperado quando emplaca a
primeira posição da parada nacional no mesmo ano.
Segundo a revista Rolling
Stone, a música foi a primeira a citar o evento dos ‘filhos saírem da casa dos
pais’ e por isso teve tal repercussão estrondosa. ‘Fruto Proibido’, considerado
uma obra prima do rock nacional, torna-se uma espécie de manual para fazer-se
rock em português e chega a vender mais de 700 mil cópias, sendo certificado como platina duplo. Foi
a partir desse disco que Rita Lee passou a ser conhecida como a ‘Rainha do
Rock’ no Brasil.
O terceiro disco, ‘Entradas e
Bandeiras’, é lançado em 1976. O single ‘Coisas da Vida’ atinge a décima posição na
parada radiofônica nacional e se torna uma das mais tocadas do ano. Outros
singles foram ‘Corista de Rock’ e ‘Com a Boca No Mundo’. O disco também contava
com a faixa ‘Bruxa Amarela’ que foi composta por Raul Seixas e Paulo Coelho.
Devido a uma crise de
estresse, Lee fica afastada do processo de mixagem deste disco, fato que
ocasiona em um som mais pesado com a nítida predominância da guitarra de
Carlini. Apesar de não fazer tanto sucesso quanto o seu antecessor, ‘Entradas e
Bandeiras’ também é certificado como platina duplo. No mesmo ano conhece o
músico carioca Roberto de Carvalho, e inicia uma parceria musical/amorosa de
sucesso, que segue até os dias atuais.
Em agosto do mesmo ano,
durante sua primeira gravidez e morando com Roberto, foi presa por porte e uso
de maconha. Na verdade, tal episódio, considerado um dos mais truculentos da
ditadura militar, foi um ato do regime com a finalidade de ‘servir de exemplo à
juventude da época’, já que a cantora alegou que tinha deixado de usar drogas
por causa da gravidez, e que o que foi encontrado na época seriam restos usados
por amigos e frequentadores da casa.
Mesmo assim, Lee foi condenada, e ficou um
ano em prisão domiciliar, precisando de permissões especiais do juiz para sair
de casa e fazer shows.
Abalada e sem dinheiro,
compôs com Paulo Coelho a polêmica ‘Arrombou a Festa’, música que criticava o
cenário da MPB da época. O single bateu recordes de venda, com 200 mil cópias
vendidas. Com o namorado definitivamente incorporado à banda, Rita fica livre
da prisão domiciliar e, mesmo grávida, sai em turnê com Gilberto Gil.
O show, denominado ‘Refestança’,
foi registrado em disco, mas, segundo a própria cantora, resgatou apenas 30% da atmosfera
do show. Rita dá à luz seu primeiro filho, Beto Lee, em 1977, seguido
por João em 1979, e Antônio em 1981, todos tendo Roberto de Carvalho como pai.
Em 1978, a banda
lança o disco Babilônia, que produziu os singles bem-sucedidos ‘Jardins da
Babilônia’, ‘Agora é Moda’ e ‘Eu & Meu Gato’. Outro destaque do disco foi a
futurista ‘Miss Brasil 2000’.
Apesar de já conter
influências da música disco e do Pop, fruto da participação de Roberto de
Carvalho, Babilônia tem sido considerado por muitos como o último disco
verdadeiramente de rock de Rita.
Depois do lançamento deste, a
banda se desfez. Carlini, insatisfeito com sua posição secundária após a
entrada de Roberto de Carvalho, resolve deixar o grupo e leva consigo o nome ‘Tutti
Frutti’, o qual havia sido registrado por ele.
Assim, Rita reformulou a banda e
colocou na estrada o show ‘Rita Lee & Cães e Gatos’, nome dado devido às
brigas internas durante os ensaios. Esse show deu origem a um dos primeiros
álbuns piratas do Brasil, hoje, artigo de colecionador.
A partir de 1979, Rita e
Roberto de Carvalho começam a fazer discos e shows juntos - no formato dupla
dinâmica - e inauguram uma fase superpop, de enorme empatia popular.
Desenvolvem um estilo único, que se manifesta em vários álbuns desde então, os
quais extrapolam as fronteiras de nosso país. Acontecem então grandiosos
espetáculos, diversos especiais para a Rede Globo num sucesso maciço de vendas
e execução em rádios.
O primeiro trabalho em disco
da dupla Lee/Carvalho foi o álbum Rita Lee, mais conhecido por Mania de Você,
de 1979, álbum que obteve enorme sucesso com canções, incluindo o hit que deu
nome ao álbum, como ‘Doce Vampiro’, ‘Chega Mais’, ‘Papai Me Empresta o Carro’ e
‘Corre-Corre’ entre outras tantas. Rita se transforma na cantora de maior
sucesso do Brasil.
A grande dúvida da mídia na
época era se essa febre iria durar até o próximo verão. A resposta veio com o
disco seguinte, o histórico Rita Lee de 1980, mais conhecido pelo seu hit ‘Lança Perfume’. Do
repertório fazem parte canções como (além
da própria Lança Perfume), ‘Baila Comigo’,
‘Nem Luxo Nem Lixo’, ‘Orra Meu’, ‘Shangrilá’ e ‘Bem-me-quer’.
‘Lança Perfume’ estaciona por
2
meses em 1º lugar nas paradas de sucesso da França, chega em sétimo lugar da
parada da Billboard, e é lançado com grande êxito em vários países da Europa e
América Latina. Até o Príncipe Charles da Inglaterra passa-se por excêntrico ao
dizer que sua cantora favorita seria Rita Lee.
1980
Em 1981 gravam o
álbum ‘Saúde’, e o sucesso continua em músicas como a titular ‘Saúde’, ‘Atlântida’,
‘Banho de Espuma’, e ‘Mutante’.
Seguem-se através dos anos
hits como ‘Flagra’, ‘Cor de Rosa Choque’ ,’Só de Você’, ‘On the Rocks’, ‘Desculpe
o Auê’, ‘Vírus do Amor’, ‘Bwana’, ‘Pega Rapaz’, ‘Zona Zen’, ‘Dias Melhores
Virão’, ‘Yê Yê Yê’, ‘La Miranda’, ‘Perto do Fogo’, ‘Livre Outra Vez’, ‘Caso
Sério’, ‘Barata Tonta’, etc.
Desde a década de 1960, quando
surgiram os Festivais de Música Popular Brasileira, até o final da década de 1980, a
televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos musicais, apresentando novos
e conhecidos talentos, eles registravam índices recordes de audiência.
Rita Lee participou do
especial Mulher 80 (Rede Globo,
1979), um desses momentos marcantes da
televisão. O programa, dirigido por Daniel Filho, exibiu uma série de
entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino
na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional.
Os discos lançados a seguir
tornam-se sucesso de público e crítica: Rita Lee (1980) com ‘Lança Perfume’, ‘Baila
Comigo’, ‘Caso Sério’, ‘Orra Meu’, e ‘Nem luxo nem lixo’.
‘Saúde’ (1981) teve os
sucessos com a música faixa título, além de ‘Banho de Espuma’, ‘Mutante’, ‘Atlântida’
e ‘Tatibitati’.
Rita Lee e Roberto de
Carvalho (1982), com ‘Flagra’, ‘Só de Você’, ‘Vote em Mim’, ‘Barata
Tonta’ e ‘Cor de Rosa Choque’.
‘Bombom’ (1984) foi mal
recebido pela crítica, mas teve os hits ‘Desculpe o Auê’ e ‘On the Rocks’, e
ainda como temas de novelas ‘Raio X’e ‘Bobos da Corte’.
‘Rita e Roberto’ (1985) foi
aclamado pela crítica, mas não fez tanto sucesso quanto os anteriores junto ao
público. Deste disco os hits são ‘Vírus do Amor’, ‘Yê yê yê’ e ‘Noviças do
Vício’.
Neste mesmo ano Rita Lee se
apresenta na 1ª Edição do Rock in Rio, apresentação que marca sua
volta aos palcos após dois anos.
Ainda em 1985 Rita
participa como uma das juradas do Festival dos Festivais, na qual foi júri ao
lado de personalidades como Marcelo Tas e Malu Mader.
‘Flerte Fatal’ em (1987) com os
sucessos ‘Bwana’, ‘Xuxuzinho’, ‘Brasix Muamba’ e ‘Pega Rapaz’. O álbum precedeu
a vitoriosa Tour 87/88 onde Rita se despediu de shows em grandes ginásios,
percorreu todo o pais finalizando com shows na Europa e Estados Unidos em 1988. ‘Zona Zen’
em (1988) com os hits ‘Livre Outra Vez’,’ Independência e Vida’, ‘Zona Zen’ e ‘Nunca
Fui Santa’.
Nesse período de muito
sucesso popular, Rita ainda passa por intervenções cirúrgicas na época: uma
devido a calos nas cordas vocais, e outra na face, devido a um acidente de
carro.
1990
Em 1990, Rita Lee
lança o álbum ‘Rita Lee e Roberto de Carvalho’, que teve entre suas faixas a
música ‘Perto do Fogo’, uma composição de Rita Lee e Cazuza e também os hits
'La Miranda' uma Ode à Carmem Miranda, que foi tema de abertura da novela 'Lua
Cheia de Amor', e Esfinge. Após o lançamento do álbum, Rita Lee e Roberto de
Carvalho se separam e ambos seguem em carreira solo.
Em 1991, Rita
separou-se temporariamente de Roberto de Carvalho, profissionalmente, e inicia
a bem-sucedida turnê voz-e-violão Bossa 'n' Roll. No mesmo ano, estreou o ‘TVleezão’,
seu programa na MTV Brasil. Em seguida, em 1993, lança o disco ‘Rita Lee’, dedicado a um
rock'n'roll mais purista.
O casal só viria a dividir o
palco novamente em 1995, durante a turnê do álbum ‘A Marca da Zorra’, foi com
essa turnê que Rita Lee abriu o primeiro show dos Rolling Stones no Brasil. Pouco
antes de Rita abrir esse show ela deu entrada no hospital por ter misturado
calmantes e álcool.
No ano seguinte, sob o efeito
de barbitúricos, sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio,
esfacelando seu côndilo maxilar e tendo que passar por uma cirurgia para
colocação de pinos de titânio. Os médicos teriam dito que, após o acidente, ela
jamais voltaria a cantar.
Contudo, depois da cirurgia bem-sucedida e diante da
possibilidade de retomar sua carreira, Rita teria se comprometido a largar as
drogas e as bebida alcoólicas, o que, segundo uma declaração da cantora ao
programa Fantástico (Rede Globo), só fez totalmente em janeiro de 2006, depois de
procurar ajuda em uma clínica de reabilitação, a qual ela chama de ‘hospício’,
conseguindo frequentar palestras e fazer tratamento, obtendo êxito. Ainda em 1995 a música ‘Vítima’
fez sucesso e foi tema de abertura da novela ‘A Próxima Vítima’.
Em dezembro de 1996, Rita, após
vinte anos de união conjugal, realizou seu casamento civil com Roberto de Carvalho,
passando a assinar Rita Lee Jones de Carvalho.
Em 1997, Rita lança
o álbum ‘Santa Rita de Sampa’, o álbum teve como grande hit a música ‘Obrigado
Não’, a música ‘Dona Doida’ foi tema de abertura da novela ‘Zazá’. O álbum
possui ainda uma música chamada ‘Homem Vinho’ a qual é uma homenagem de Rita
para Caetano Veloso. Esse disco foi aclamado pela critica e pelo público, sendo
um sucesso de vendas.
Em 1998, lança seu
Acústico MTV que foi um grande sucesso de vendagens e crítica. O CD conta com a
participação de Cássia Eller na música ‘Luz del Fuego’, a cantora Paula Toller
na canção ‘Desculpe o Auê’, a banda Titãs em 'Papai Me Empresta o Carro’, e
Milton Nascimento em ‘Mania de Você’.
2000
Em 2000 Rita lança
o álbum '3001', que teve grandes sucessos como ‘Erva Venenosa’, ‘Pagu’
e o sucesso radiofónico ‘O Amor Em Pedaços’.
O show ‘3001’ ganhou um
especial de fim de ano na Rede Bandeirantes. Apresentou vários hits do novo CD e contou com
as participações de Caetano Veloso, Zélia Duncan, Paula Toller e Pato Fu.
Considerado uma máquina do tempo músical, '3001', é nomeado
como o Melhor Disco de Rock no Grammy Latino de 2001. Esse disco foi um dos mais
importantes do Rock sendo reconhecido no mundo.
Logo após o sucesso de '3001', Rita Lee
grava um CD com releituras de clássicos dos Beatles. O CD é lançado
como ‘Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar’, no exterior o nome é mudado para ‘Bossa’n
Beatles’.
A roqueira então inicia a
turnê ‘Yê Yê Yê de Bamba’, percorrendo todo o Brasil, e alguns países da
América Latina, como a capital argentina Buenos Aires- na qual fez apresentações como na casa de
shows Luna Park. O álbum teve como seus grandes sucessos as músicas ‘Minha Vida’
(In My Life) e ‘Pra Você eu Digo Sim’ (If I feel).
2010
Em 2010, Rita
iniciou sua nova turnê, que estreou em Belo Horizonte, na qual Rita canta
sucessos que ficaram fora de seu repertório por bastante tempo como ‘Atlântida’,
‘Vírus do Amor’ e ‘Luz del Fuego’.
A cantora também apresentou
no show um número em homenagem a Michael Jackson, com a ajuda de Nikki Goulart,
um cover do cantor.
O show percorreu várias
cidades do Brasil, como São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, além de ter
passado pela capital argentina, Buenos Aires, com apresentação no teatro Gran
Rex.
No dia 22 de janeiro de
2012,
Rita anuncia sua aposentadoria dos palcos em seu show de estreia no Circo
Voador no Rio de Janeiro devido à sua fragilidade física: ‘Me aposento dos
shows, mas da música, nunca’, explicou a cantora no seu Twitter.
Oficialmente, sua última
apresentação que foi no dia 28 de Janeiro de 2012 no Festival de Verão de Sergipe, terminou em
polêmica, quando a cantora se revoltou com uma ação policial supostamente
agressiva com seu público. Acusada de desacato à autoridade, Rita Lee foi
encaminhada a delegacia após o show, para prestar depoimento, e liberada em
seguida.
No dia 19 de fevereiro
de 2012, Rita Lee desfilou no Carnaval 2012 pela escola de samba paulista Águia de Ouro, na qual o tema foi a ‘Tropicália’, junto com
Rita desfilaram cantores do movimento tropicalista como Caetano Veloso,
Gilberto Gil além de cantores como Wanderléia, Cauby Peixoto e Ângela Maria.
Rita Lee homenageou a atriz Leila Diniz no desfile, vestindo uma réplica do
vestido de noiva que Rita pegou emprestado da atriz, e nunca devolveu.
Após alguns anos sem gravar CD de músicas
inéditas, o último foi o álbum ‘Balacobaco’, em 2003, Rita Lee anuncia o
lançamento de seu novo álbum, ‘Reza’.
No dia 2 de fevereiro
de 2012, Rita Lee lança ‘Reza’, o primeiro single promocional de seu novo
álbum de mesmo nome. Rita descreveu a música como uma ‘reza de proteção de
invejas, raivas e pragas’.
Pouco tempo após seu
lançamento, ‘Reza’ ultrapassou o sucesso ‘Ai, Se Eu Te Pego’, de Michel Teló,
no número de downloads do iTunes Brasil, tornando-se a canção mais escutada de 2012. No dia 26 de março, a
música ‘Reza’ entrou para a trilha sonora da novela Avenida Brasil da Rede
Globo.
Depois de vários anos sem
posar para fotos em ensaios, Rita fez um ensaio para a revista QUEM e brincou
que ‘não fazia isso há séculos’. ‘Reza’ concorreu ao Grammy Latino na categoria
de ‘Melhor Disco Pop Contemporâneo’.
No dia 4 de novembro de
2012
Rita Lee fez o show que marcou sua volta aos palcos com a apresentação no Green
Move Festival, no qual também se apresentaram as bandas Titãs e Jota Quest. Na
apresentação a cantora surpreendeu o público ao abaixar a calça, e virar de
costas para o público que assistia ao show.
Aproveitando o gancho do
carnaval que vai fazer em Salvador para homenagear os anos 70, a cantora
Claudia Leite apresentou um show durante o Festival de Verão de Salvador com
destaque para uma homenagem à Rita Lee, um dos ícones da década.
Rita Lee fez um show no dia 25 de Janeiro de
2013,
no vale do Anhangabaú, show que faz parte da comemoração dos 459 anos da
cidade de São Paulo. Em 2013, numa franca entrevista a revista Marie Claire, diz
que o grande tabu da mulher atual é o envelhecimento. ‘Para envelhecer com
dignidade, a mulher tem de ter desapego. É muito complexo!’
Em março de 2014, Rita
decide deixar de pintar os icônicos cabelos vermelhos e assumir os fios
grisalhos. ‘Quero ficar anônima’, diz ela.
Em 2014, Rita Lee
foi homenageada com um musical de teatro ‘Rita Lee Mora ao Lado’, baseado no
livro homônimo de Henrique Bartsch, estrelando Mel Lisboa como Rita.
Rita Lee, que quase nunca sai
de casa, foi assistir ao musical e elogiou a performance de Mel, que caiu no
choro ao ver a cantora na plateia. Mel Lisboa ainda ganhou o prêmio QUEM de melhor
atriz de teatro de 2014 por interpretar a rainha do rock. Emocionada, ela fez
o discurso, chorando ao assistir a um vídeo de Rita, durante a premiação, a
parabenizando pela conquista.
Em fevereiro de 2016, chegou as
lojas, o tão aguardado Box com 20 CDs da carreira de Rita Lee e um CD com ‘raridades’.
Rita Lee com Roberto
Carvalho, filhos e neta
|
Mesmo aposentada Rita Lee
ainda é seguida por multidões de fãs. Rita esta ativa na rede social Instagram
com o nome de ‘litaree_real’.
Seus discos ainda são muito
vendidos e procurados. Suas músicas continuam fazendo parte de trilhas sonoras
de novelas e programas de televisão. Rita Lee sempre será referência em
qualidade e revolução na música brasileira e mundial.
Fonte: Antônio Marcos Rudolf | Dvs
(JA, Jan20)