Primeiro vem a emoção e depois o sentimento.
Emoção
Emoção é automática, predominantemente inconsciente, ou seja,
abaixo da nossa linha de percepção, e existe para garantir nossa sobrevivência.
Ela está na maior parte das vezes associada a estímulos externos.
Ao ver a pessoa amada, o coração bate mais depressa, a pele
pode corar ou, ao receber a notícia da morte de algum amigo, o coração dá um
sobressalto, a boca fica seca, a pele fica pálida. Ou ainda quando nos
deparamos com uma situação perigosa, a pupila vai dilatar, o coração vai
bombear mais sangue, a adrenalina invadirá nosso corpo.
Enfim, emoção é um sistema de reações inatas que acontecem
dentro do nosso corpo, e servem para gerar comportamento, e garantir nossa
sobrevivência.
Segundo a Neurociência, são classificadas de acordo com duas
dimensões: intensidade e valência. A
primeira varia de ‘calmo’ a ‘excitado’, e a segunda pode ser classificada em ‘negativa’
ou ‘positiva’, dependendo se provocam prazer ou desprazer. Se o estímulo
provocar prazer, o comportamento será de aproximação, e se o estímulo for
negativo, provocará afastamento ou fuga. Já a dimensão da intensidade determinará
o impacto da emoção sentida, ou seja, quanto ela será positiva ou negativa.
Sentimento
Sentimento é a experiência mental, é a interpretação da
emoção. Eles estão juntos, interconectados, um provoca o outro.
A neurociência nos prova que as emoções são resultado de uma
orquestra cerebral, e como diz o grande neurocientista Antônio Damásio: ‘A
felicidade é um estado mental ativado pelo sistema límbico’, ‘As emoções
ocorrem no teatro do corpo, e os sentimentos ocorrem no teatro da mente’.
O sistema límbico possui várias estruturas cerebrais
interconectadas, que estão situadas no encéfalo (área interna do cérebro), como o hipotálamo, hipocampo,
amígdala, entre outras. Elas organizam os comportamentos mais importantes
ligados à nossa sobrevivência, gestão, e a regulação das nossas emoções, e dos
mecanismos cerebrais relacionados a memória e aprendizado.
Desta forma, é vital reconhecer e nomear adequadamente as
emoções para garantir nosso equilíbrio físico, emocional, e desenvolvimento de
habilidades para construir relações pessoais e profissionais mais saudáveis,
harmoniosas, com propósito.
Há centenas de emoções, com muitas combinações, variações,
mutações e matizes, segundo o psicólogo e escritor Daniel Goleman.
Antônio Damásio propõe uma classificação de três tipos de
emoções:
o Primárias – consideradas inatas, comuns a
todos os indivíduos da nossa espécie (alegria, tristeza, medo, nojo, raiva e surpresa)
o Secundárias ou sociais – variam de acordo com a cultura e o
contexto sociocultural (empatia,
culpa, vergonha ou orgulho)
o Emoções de fundo – têm como gatilhos os próprios
estados internos do organismo, estão mais relacionadas ao mundo interno do ao
mundo externo (tensos,
cansados, fadigados, com muita energia ou não).
Nos anos 1970, o psicólogo
Paul Ekman dedicou-se ao estudo de 7
emoções básicas (verificou serem inatas a todos os seres humanos e comuns a
todas as culturas com diferentes expressões associadas):
- Tristeza
- Raiva
- Surpresa
- Medo
- Nojo
- Desprezo
- Alegria
Com esta pequena gama de informações, podemos confirmar a
complexidade e importância que as emoções exercem em nossas vidas, na nossa
mente, nas nossas relações pessoais e profissionais.
Não devemos classificar as emoções como sendo boas ou ruins, mas
sim de acordo com a sua utilidade. O desafio é identificá-las, entendê-las e
regulá-las.
Para melhor caminharmos, principalmente em momentos difíceis,
incertos, e que provocam sofrimento, isolamento, precisamos aprender a ler
nossas emoções, compreender as perspectivas, o mundo emocional dos outros, e
desenvolver muita flexibilidade para nos adaptarmos às novas realidades, e expressar
adequadamente nossas emoções
Fonte: Angela Sardelli | Vox Consulting
(JA, Out21)