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Evolução


Uma amiga minha comentou que quando necessita utilizar um banheiro público, procura não tocar em nada. E, quando não tem outro jeito, procura escolher um ponto inusitado, que provavelmente não seria utilizado pelos demais usuários. 
Isso me lembrou a historinha do menino e da menina que ficaram perdidos na floresta. Eles acabaram por encontrar uma casa, onde procuraram ajuda. Foram atendidos por uma velhinha que parecia aquela bruxa das lendas: toda enrugada, nariz adunco, com uma boca que parecia suja, com poucos dentes e com os que tinha, parecendo podres. Como já era noite e estava frio,  a 'bruxa'  ofereceu para eles um chá.  O menino viu que a xícara que ela lhe serviu tinha um pequeno quebrado na borda e resolveu tomar o chá por ali, onde normalmente ninguém poria a boca. A 'bruxa', vendo aquilo, comentou:
"- Aí que graça! Sempre que uso essa xícara para tomar chá, também bebo por essa rachinha."
Quanta coisa fazemos e sentimos, julgando que é exclusividade nossa, mas que é praticada e vivenciada pelos outros também. Difícil dizer o que, entretanto, a constatação da possibilidade quase certa, leva ao encontro de mais um motivo para nos identificarmos com o nosso próximo. Pensar que ele pode ter os mesmos problemas que nós, as mesmas dúvidas, frustrações, necessidades... Quantas vezes deve ter ficado sozinho desejando companhia, uma palavra, uma atitude  de apoio, de  carinho? 
O sentimento de empatia gerado por essa percepção pode promover uma saudável mudança comportamental. Podemos nos tornar  mais solidários, amigáveis, compreensivos. E, nesse caso, os frutos não tardarão a surgir porque, além de nos sentirmos mais felizes por desviarmos momentaneamente a atenção dos nosso problemas pessoais, estaremos praticando o bem, com tudo que ele representa, para os outros e para nós também
Projetando essa mudança comportamental numa escala maior - em termos de comunidade, país, continente, planeta -, os problemas causados pelas diferenças sociais, culturais, de raça ou de cor, etc., poderão ser minimizados. E, lá na frente, podemos vislumbrar o ser humano, a humanidade, seguindo o caminho do seu melhor destino, numa evolução natural.
“É difícil aceitar, mas todos, independentemente de posição social, cultural, riqueza, beleza,  somos todos muito parecidos. E, embora seguindo por caminhos e tempos diferentes, sempre acabamos no mesmo lugar.” (JA, Jun14)

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