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Mostrando postagens de agosto, 2019

Quando Jânio Quadros quis tomar a Guiana Francesa

Jânio Quadros em detalhe de foto de seu encontro com Che Guevara ,  19/08/1961 Jânio Quadros, 58  anos após sua renúncia por conta de ‘forças terríveis’,  segue sendo uma zebra na história do Brasil. O mesmo presidente que, em seus meros 8  meses na cadeira, começou proibindo biquínis em concursos de miss, condecoraria com a maior honraria nacional, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, ninguém menos que Che Guevara. Ninguém sabia então, mas, enquanto apertava a mão do revolucionário, estava em curso sua obra-prima, a   que teria feito todas suas outras ações parecerem sensatas: uma guerra com a França (uma real, não troca de ameaças por crustáceos). A revelação veio do governador do então Território Federal do Amapá José Francisco de Moura Cavalcanti (1925-1994) . Ele não fora eleito, mas apontado por Jânio para o cargo. Cavalcanti disse que, em 3  de agosto de 1961 , o presidente o recebeu em Brasília. Começou por dizer que havia um proble

Roseando

Como o aproveitamento da rotina da natureza pode nos levar a um estilo de vida mais saudável e consciente Simplesmente observe uma flor. Encontrar a assinatura ou a identidade de uma planta pode nos ajudar a compreender e melhorar a percepção sobre a relação de cada plantinha com nossas vidas. Mas o que é essa assinatura, identidade? É o seu olhar, como você capta o significado das suas características únicas -  forma, tamanho, textura. Os espinhos de uma rosa, por exemplo, sugerem não apenas o mecanismo de proteção dessa flor, como também o propósito de dar suporte e estabilidade ao caule arqueado e flexível, para poder ser exposto com segurança para todos os lados, mesmo à frente da força dos ventos da primavera. É uma perspectiva que vai ao encontro do que a rosa pode representar para nós, ajudando a nos movermos através da nossa própria vontade, e não da dos ventos externos sobre a nossa vida. Os espinhos, com suas curvas para baixo e seu formato afia

Transporte a Vácuo

Hyperloop, que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro em 20 minutos, é projeto de Elon Musk Que tal ir de São Paulo ao Rio de Janeiro em 20 minutos? Voar longe, aqui, só se for uma maneira de falar. Com tecnologia que parece saída de uma fábula futurista, essa viagem seria pela terra (ou sob ela), e não pelo ar. Chama-se hyperloop, um meio de transporte com cápsulas que passam ligeiras por tubos metálicos, isso quase no vácuo. E tudo poderia funcionar à base de energia renovável, sobretudo painéis solares. Rafael Nass, 23, brasileiro, estudante de engenharia mecânica que desenvolve o hyperloop, tecnologia de transporte futurista Coisa do bilionário Elon Musk, dono da Space X (de viagens espaciais e transportes) e da Tesla (veículos elétricos), e metido em outras mil estripulias tecnológicas —uma de suas últimas modas é a parceria com a Neuralink, empresa que quer desenvolver implantes cerebrais capazes de fazer o homem se comunicar com máquinas.

Anatomia - Livro Nazista

Ilustrações do ‘Atlas de Pernkopf’ foram criadas a partir dos cadáveres de prisioneiros do regime de Adolf Hitler Ilustração do pulmão do livro de 1937 Um atlas de anatomia, que só foi criado devido à morte de centenas de pessoas assassinadas pelo regime nazista, é usado até hoje por cirurgiões de todo o planeta. As imagens são tão detalhadas que muitos consideram o livro o ‘melhor’ exemplo em ilustrações anatômicas no mundo. Para produzir os desenhos, muitos cadáveres de prisioneiros políticos foram dissecados pelo autor do atlas, o médico nazista Eduard Pernkopf. Ao canal britânico BCC, a cirurgiã Susan Mackinnon contou que se sente pouco à vontade com a origem do livro, porém, ao mesmo tempo, não poderia fazer o seu trabalho sem consultá-lo — o atlas a ajuda a descobrir até mesmo pequenos nervos. Já Joseph Polak, que é rabino e sobrevivente do Holocausto, mas também professor de direito da saúde, disse que o livro é um ‘enigma moral’ pois é feito do ‘ma

Inverno Paulista

No século 19, o frio de São Paulo assustava os velhos paulistanos, e surpreendia os forasteiros, mesmo os europeus que passavam pela cidade. Quando estudantes de todo o país vinham fazer o curso de Direito na Academia do Largo de São Francisco, o frio era um flagelo para quem era de fora.   Castro Alves, que frequentou a escola no fim dos anos 1860, disse numa carta:   ‘São Paulo é um pedaço do polo, grudado nos trópicos!’ Com a inauguração da ferrovia que transformou a viagem a Santos num trajeto de poucas horas, começou também o hábito da elite de fugir do frio, e passar a temporada de inverno na praia. Ao contrário do que acontece hoje, a praia não era procurada no verão, e o auge do movimento dos paulistanos em direção ao mar se dava em julho. Mas não era Santos o destino principal. A elite paulistana rejeitava a cidade em razão do Porto, e do seu movimento comercial. As primeiras casas de veraneio ficavam em São Vicente, com suas praias limpas

Caminho para o litoral - História da Rodovia Anchieta

Uma das estradas mais importantes de São Paulo, historicamente falando, é a Via Anchieta, inaugurada no dia 22 de abril de 1947. Considerada na época uma das mais modernas estradas do mundo, ela representou uma conquista ímpar, tanto para a cidade de São Paulo que ganhava uma ligação com a cidade de Santos, quanto para o estado, que conseguiu concluir uma obra gigantesca e simbólica. Apesar de existirem diversas informações pela internet, a fonte mais confiável encontrada veio do Arquivo Público do Estado, através do Boletim do Departamento Estadual de Informações (DEI), que tinha como título ‘São Paulo de ontem, de hoje e amanhã’. A edição que contém as informações descritas abaixo, é a de janeiro a maio de 1947. A construção da Rodovia Anchieta foi iniciada no primeiro governo do famoso Adhemar de Barros no ano de 1939, ou seja, quase 10 anos antes de sua inauguração oficial que, por uma coincidência histórica, ocorreu no aniversário do mesmo Adhem