Pular para o conteúdo principal

Mindfulness


Prática de mindfulness ajuda a enfrentar angústia durante a quarentena; conheça técnicas

Mulher pratica Mindfulness

Mindfulness, ou ‘consciência plena’, é um estado mental em que a pessoa volta sua atenção ao presente.

A prática não exige que seja feita apenas durante um momento reservado à meditação, explica a psicóloga Karen Cicuto, especialista em neuropsicologia pelo Inesp (Instituto Neuropsicológico de São Paulo), e integrante do Centro Mente Aberta da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em que atua como pesquisadora de mindfulness aplicado à saúde.

‘Podemos trazer a atenção plena a atividades simples do cotidiano, que normalmente fazemos de forma automática, como lavar as mãos, sentindo a temperatura da água, a textura do sabonete, ou ainda escovando os dentes, lavando a louça e comendo, por exemplo’, afirma. ‘O conceito de mindfulness vai muito além de técnicas de meditação’.

Com origens no budismo e em tradições orientais, o mindfulness chegou ao Ocidente como uma prática laica utilizada como tratamento complementar para diversos quadros clínicos, como dores crônicas, estresse, depressão e ansiedade. O mindfulness aplicado à saúde foi desenvolvido pelo médico Jon Kabat-Zinn na década de 1970, nos Estados Unidos.

‘A prática de mindfulness tem diversas aplicações, desde controle do estresse do dia a dia, e melhor qualidade de vida, até para tratamento complementar de quadros clínicos como depressão, ansiedade e burnout’, diz Karen.

A psicóloga conta que o exercício pode ser uma ferramenta especialmente benéfica à saúde mental durante o período de quarentena, provocada pela pandemia do novo coronavírus, em que a população precisa lidar com sentimentos como angústia, medo e até mesmo com alguns sintomas de depressão e ansiedade.

‘O mindfulness pode, não só ajudar a diminuir esses sintomas, mas também a encarar a situação a partir de um ponto de vista de maior consciência, ajudando a nos relacionar de uma forma melhor, com pensamentos e sentimentos que surgirem’, diz.

Segundo Karen, a atividade ajuda a responder de forma sábia aos sentimento em vez de reagir impulsivamente. ‘Ao trazer a atenção a mim mesma, posso perceber que estou angustiada e, a partir dessa consciência, decidir como me cuidar de uma forma eficaz, como telefonando para um amigo para pedir um apoio, por exemplo, em vez de comer uma barra de chocolate, ou tomar uma dose de álcool’, observa.

Ela alerta, no entanto, que o mindfulness não é indicado para pessoas que estejam enfrentando alguma psicopatologia grave, como depressão com ideação suicida, fase de mania ou psicose. ‘Nessas situações, a atividade pode colocar uma lente de aumento no sofrimento, o que não é recomendado’.

A indicação é que a prática se torne um hábito, assim como os exercícios físicos. Comece treinando de 5 a 10 minutos, e aumente o tempo aos poucos. Veja algumas técnicas recomentados por Karen para iniciantes.

Escaneamento corporal

Existem várias práticas de mindfulness que podem ser feitas por quem está começando. Uma delas se chama escaneamento corporal, na qual a pessoa leva sua atenção a alguns membros do corpo, com a intenção de perceber as sensações de cada parte, como se estivesse escaneando o próprio corpo com a mente.

‘Podemos começar percebendo as sensações dos nossos pés, depois das pernas, da pelve, do abdômen e assim subindo até a cabeça. É muito importante aqui lembrarmos da intenção da prática, que é trazer uma atenção amigável ao corpo, tomar consciência dele, sem a intenção de mudar a experiência, as sensações, mas só percebê-las’, ensina Karen.

‘Além disso, é importante saber, especialmente para quem está começando, que meditar não é estar com a mente vazia ou não pensar, já que diante da natureza da mente isso é impossível’, observa.

Karen explica que, durante a prática, a mente vai se distrair muitas vezes com os pensamentos, mas o objetivo é trazer a atenção de volta às sensações do corpo. ‘A ideia é ter consciência da nossa experiência, seja ela qual for’.

A prática do escaneamento corporal geralmente é feita na posição deitada, com a barriga para cima, as pernas esticadas com os pés relaxados e os braços ao longo do corpo. No entanto, se a pessoa sentir sono, pode experimentar fazer na posição sentada.

Atenção plena à respiração

Outra prática útil, para quem está começando, é conhecida como atenção plena à respiração. Nela, a pessoa volta sua atenção às sensações da respiração, e foca um ponto específico, como narinas, peito ou abdômen.

Nesse exercício, use a técnica de contagem da respiração para ajudar a estabilizar a atenção. ‘A cada inspiração e expiração conta-se 1, uma nova inspiração e expiração, conta-se 2… E assim vai até chegar a 10. Quando terminar ou se distrair, recomece a contar’, orienta.

Karen ressalta que o objetivo não é controlar a respiração, mas focar a atenção, deixando que a respiração flua naturalmente.

‘Aqui a mente também vai se distrair, mas o convite é o mesmo: trazer uma atitude de não-julgamento e gentileza, para com a natureza de pensar da mente, e trazer a atenção de volta às sensações da respiração’, explica.

Postura e local

Embora o mindfulness seja um exercício mental, a postura do corpo pode ser útil para trazer a consciência ao momento presente. A meditação não exige nenhuma postura especial, como a famosa postura de lótus de pernas cruzadas. Quem estiver começando, pode fazer a prática sentado numa cadeira, com os pés bem apoiados no chão, com a coluna ereta e, de preferência – se a pessoa não tiver nenhum problema ortopédico, afastada do encosto da cadeira.

A posição correta das costas é facilitada se a pessoa estiver sentada bem em cima dos ísquios - os ossinhos que ficam abaixo dos glúteos. As mãos podem estar apoiadas nas coxas, e a cabeça numa posição neutra - nem inclinada para frente nem para trás. Quem quiser, pode fazer a prática de olhos fechados ou semicerrados.




O ideal é que o mindfulness seja feito em um lugar arejado e silencioso. ‘Nem sempre isso será possível nesse período de quarentena, então, talvez, seja legal pedir auxílio aos familiares, pedindo privacidade em algum cômodo da casa”, diz Karen.

No vídeo abaixo, em seu canal no YouTube, Karen fala sobre como o mindfulness pode ajudar a melhorar a saúde mental durante o período de quarenta e ensina a prática de três passos.






Fonte: Sílvia Haidar   |   FSP


(JA, Abr20)




Postagens mais visitadas deste blog

Energia, Frequência e Vibração

Na palavras de Nicolas Tesla, 1856-1943 , o inventor do rádio e da corrente alternada: ‘Se você quer descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração’. Tudo no universo é energia, manifestada através de vibração, produzida numa dada frequência, criando a matéria. No interior de cada átomo que compõe a matéria, existem apenas padrões vibracionais. A física quântica e relativística, que constituem a  física moderna, definem que vivemos num mundo de energias, frequência e vibrações, as  quais manifestam o mundo físico. Somos seres vibracionais. Cada vibração tem a sua frequência determinada pelo  que sentimos. No mundo ‘vibracional’ existem apenas duas espécies de vibrações: a positiva e a negativa. Qualquer sentimento resulta na emissão de uma vibração, em determinada frequência, que pode ser positiva ou negativa. A energia enviada para o universo encontra um campo de energia semelhante, onde ela é otimizada pelo conjunto. Es...

Grabovoi - O Poder dos Números

O Método Grabovoi  foi criado pelo cientista russo Grigori Grabovoi, após anos de estudos e pesquisas, sobre números e sua influência no nosso cérebro. Grigori descobriu que os números criam frequências que podem atuar em diversas áreas, desde sobrepeso até falta de concentração, tratamento para doenças, dedicação, e situações como perda de dinheiro. Os números atuam como uma ‘Código de desbloqueio’ dentro do nosso inconsciente, criando frequências vibratórias que atuam diretamente na área afetada e permitindo que o fluxo de informações flua livremente no nosso cérebro. Como funciona? As sequências são formadas por números que reúnem significados. As sequências podem ter  1, 7, 16, ou até 25 algarismos, e quanto mais números, mais específica é a ação da sequência. Os números devem ser lidos separadamente, por exemplo: 345682 Três, quatro, cinco, seis (sempre o número seis, não ‘meia’), oito, dois. Como praticar Você deve escolher uma das seque...

Sequence - Como Jogar

Sequence é um jogo de tabuleiro de estratégia que é relativamente simples de aprender, e pode ser entendido e aproveitado por qualquer um acima de 6 anos. Antes de jogar, você terá que organizar o jogo dividindo os jogadores em times e dando as fichas e cartas certas para todos. Coloque fichas no tabuleiro, cada um na sua vez, até que seu time tenha completado as sequências necessárias para vencer o jogo. Informe-se sobre as diferentes regras que são próprias do jogo antes de começar a jogar e divirta-se! Parte 1 Organizando o jogo 1 - Escolha um número de jogadores e divida em times Você pode jogar Sequence com 2 a 12 pessoas. Caso tenha mais de 3 pessoas jogando, vocês terão que se dividir em dois ou três times iguais. Se tiver 4 pessoas jogando, dividam-se em duas duplas; Caso tenha 9 jogadores, dividam-se em três trios; Se tiver 12 pessoas jogando, vocês podem dividir-se em dois times de 6 ou três times de 4. 2 - ...