A Calçada Lorena é o primeiro
caminho pavimentado que ligou São Paulo a Santos, construído a mando do então
governador - geral da Capitania, Bernardo José Maria de Lorena. Um dos chamados
Caminhos do mar de São Paulo, foi aberto, ao final do século XVIII, em função
das precárias condições do Caminho do Padre José de Anchieta.
Iniciada em 1790, calçada de
pedras, foi concluída em 1792, estendia-se por 50 km, reduzindo em cerca de 20% o percurso
entre Santos e São Paulo de Piratininga.
Para transpor os mais de 700 metros de
desnível representados pela serra do Mar, numa região de mata densa e altos
índices pluviométricos, foi um desafio que, para ser vencido, exigiu de seus
construtores a adoção de técnicas ainda inéditas sendo considerada uma das
maiores obras da engenharia na colônia. Foi a primeira via a possibilitar o
trânsito de tropas de muares, consumindo apenas dois dias na subida.
Pedras foram utilizadas na
pavimentação, na construção de muros de arrimo, e de proteção junto aos despenhadeiros
e nos canais pluviais da Calçada.
Nas curvas do trecho de
serra, caixas de dissipação desviavam para fora da via as águas conduzidas
pelos canais pluviais.
A mais importantes viagens
realizadas por essa via ocorreu em 1822, uma vez que por ela, o Príncipe Regente D. Pedro
subiu a serra em direção a São Paulo, vindo a proclamar, a 7 de setembro, a
Independência do Brasil. Encontram-se preservados alguns trechos, e abertos a
visitação do seu início, no planalto, até ao seu terceiro encontro com a
Rodovia Caminho do Mar.
No governo de Washington Luís
(1926-1930) foi recuperada a Estrada do Mar e construído o Belvedere e o Padrão do
Lorena, em homenagem ao construtor da Calçada, que na época em que foi
construída, era uma das mais modernas estradas do mundo.
Calçada de Lorena, pintura de Oscar Pereira da Silva, 1826 |
Fontes: WP, EMAE, Dvs
(JA, Abr20)