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Caraguatatuba



O aniversário de Caragutatuba é comemorado em 20 Abril. Foi nessa data que, em 1857, pela lei nº 30,  sancionadas por Antônio Roberto D'Almeida, Vice-presidente da província de São Paulo, Caraguá foi elevada à categoria de Vila. Foi então emancipada  político-administrativamente, deixando de pertencer a São Sebastião.
Origem do Nome
No século XVI, os Tupinambá já habitavam primitivamente o território da enseada de Caraguatatuba. Neste período, o sítio ficaria conhecido como terra abundante em Caraguatás.
A planta bromeliácea de cujas fibras os padres missionários confeccionavam suas sandálias, deu origem a denominação ‘Caraguá’, corruptela de ‘caraguatá’ e ‘tuba’, grande  quantidade.
O Município de Caraguatatuba continua sendo uma região abundante em Caraguatás os quais são facilmente encontrados em meio às matas, sobrevivendo em lugares úmidos.
O Habitante Primitivo de Caraguatatuba
Desde o século XVI, todos os registros referentes aos índios Gueromimis, apresentam diferentes denominações para designá-lo. Temos por exemplo: Maromomis, Miramumis e Guaromomins.
Os Gueromimis, que pertenceram ao grupo Tapuia, migraram para várias regiões buscando áreas mais seguras para a sua sobrevivência, fugindo da repreensão dos colonizadores e de outros grupos guerreiros. Dentre as áreas de refúgio, uma se destacava pelas suas condições extremamente  favoráveis: o Litoral Norte.
No decorrer do século XVI, esses nativos passaram a dominar a região de Caraguatatuba, fugindo do avanço da população branca. Nesta região concentrou-se o maior número de aldeias Gueromimis. A partir daí, a região passa a ser conhecida como ‘Enseada dos Gueromimis’.
Povoamento
Caraguá começou a ser povoada no início de 1600, através das Sesmarias. A 1ª que se conhece ocupou a bacia do Rio Juqueriquerê, em 1609 e foi doada pelo Capitão-mor Gaspar Conqueiro aos antigos moradores de Santos, Miguel Gonçalves Borba e Domingos Jorge, como prêmio por serviços prestados á Capitania de São Vicente.
A partir desta data tem indício a ocupação na região do Juqueriquerê, que pelas suas condições favoráveis, despertava a atenção de colonos. Em meados do século XVI, começava a surgir o primeiro povoado da Vila de Santo Antônio de Caraguá.
Em 1693, um violento surto de varíola, a qual o povo vulgarmente tratava por “Bexigas”, vitimou parte da população da Vila; o restante dirigiu-se para a cidade de Ubatuba e São Sebastião, ficando então o local conhecido como a “Vila que desertou”. Devido à epidemia que se abateu sobre o povoado, o pequeno vilarejo ficou deserto, resistindo somente a igrejinha de invocação a Santo Antônio. Contudo, aos poucos, a Vila de Caraguá foi sendo novamente povoada.
Com a realização de recentes pesquisas sobre a história do município, comprovou-se que sua data de fundação é 1664/1665 e seu fundador é Manuel de Faria Dória, Capitão-mor da Capitania de Itanhaém.
Em meados do século XVIII, o novo povoado viu crescer o número de seus habitantes a tal ponto que despertaria o interesse do capitão geral da capitania de São Paulo, D. Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão Morgado de Mateus a tomar providências para que o povoado de Santo Antônio de Caraguá fosse elevado à condição de Vila, em 27 de setembro de 1770, sem emancipação político-administrativa. Em 1847 foi elevada à condição de 'Freguesia' pela lei nº 18 de 16 de março de 1847, sancionada por Manuel da Fonseca Lima e Silva, Presidente da província de São Paulo.
Em 1857, pela lei nº 30, de 20 de abril de 1857, sancionadas por Antônio Roberto D'Almeida, Vice-presidente da província de São Paulo, Caraguá é elevada à categoria de Vila. Nesta data, passou a ter sua emancipação político-administrativa, deixando de pertencer a São Sebastião. Foi reconhecida como Estância Balneária em 1947, pela lei nº 38, de 30 de novembro de 1947, e sua Comarca instalada em 26 de setembro de 1965.
Evolução Urbana
Caraguá, como todo o Litoral Norte no início do século, após ter passado por um período de desenvolvimento, encontrava-se estagnada economicamente.
O comércio era precário, muitas vezes à base de troca. Muitos produtos da terra eram enviados através de canoas de voga até Santos, onde também compravam as encomendas do povo da Vila.
Em 1910, a Vila de Caraguá possuía 3.562 habitantes e em 1927 contava apenas com uma praça, duas ruas, um beco e algumas centenas de moradores.
Em 1927, inicia-se a mudança desse cenário devido a instalação da fazenda dos franceses, J. Charvolin, mais tarde denominada Fazenda dos Ingleses.
No ano de 1938, começam as ligações rodoviárias entre o Vale do Paraíba e Litoral Norte. Caraguá, São Sebastião e São José dos Campos.
Em 1939. A abertura ao tráfego da rodovia ligando São Sebastião-Caraguá-Ubatuba, só ocorreu anos mais tarde, em 1955.
Nos anos 40, chegavam, nos períodos de férias de junho, algumas famílias para desfrutar de suas praias. Na década de 50, o número de turista aumentava, e o turismo na região começava a se desenvolver.
A partir desse período, iniciou um crescimento populacional acelerado no município de Caraguá.
Na década de 80, a orla do centro - Prainha, Martim de Sá (à esquerda), Indaiá e Palmeiras - foi sendo ocupada o que acabou por prejudicar as famílias caiçaras. Suas terras, passadas através de gerações, foram, aos poucos, sendo saqueadas para ceder lugar às novas construções, sufocando toda uma cultura.
Na década de 90, o número habitacional e populacional continuava crescendo, ocupando áreas de riscos como as encostas de morros, causando uma ocupação desordenada no município.
De acordo com o último censo realizado em 2010 pelo IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população fixa de Caraguá é de 100.889 habitantes, sendo que a população atual (2016) foi estimada em 115.000 habitantes. Ao longo do verão, com a chegada da população flutuante na região, este número chega a triplicar.


(JA, Abr17)

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