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Ideologia



Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica.

No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas, ou de visões de mundo de um indivíduo, ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas.

Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação, que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana.

Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade.

Os pensadores, adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação, que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades.

Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson, também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade), ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.

A ideologia também foi analisada pela corrente filosófica do pós-estruturalismo, a qual é apontada por muitos autores como a superação do marxismo.

Antoine-Louis-Claude Destutt, o conde de Tracy, 1754-1836

A origem do termo ocorreu com Destutt de Tracy, que criou a palavra e lhe deu o primeiro de seus significados: ciência das ideias. Posteriormente, concluíram que esta palavra ganharia um sentido novo quando Napoleão chamou De Tracy e seus seguidores de ‘ideólogos’ no sentido de ‘deformadores da realidade’. No entanto, os pensadores da Antiguidade Clássica e da Idade Média, já entendiam ideologia como o conjunto de ideias e opiniões de uma sociedade.

Karl Marx desenvolveu uma teoria a respeito da ideologia na qual concebe a mesma como uma consciência falsa, proveniente da divisão entre o trabalho manual e o intelectual.

Para Marx não se pode analisar uma sociedade separada de sua condição social e histórica. Nessa divisão, surgiriam os ideólogos ou intelectuais, que passariam a operar em favor da dominação ocorrida entre as classes sociais, por meio de ideias capazes de deformar a compreensão sobre o modo como se processam as relações de produção. Neste sentido, a ideologia (enquanto falsa consciência) geraria a inversão ou a camuflagem da realidade, para os ideais ou interesses da classe dominante.

Entretanto, não é apenas em A Ideologia Alemã que Marx trata do tema ideologia e, devido às inconsistências entre seus escritos sobre o tema, não seria correto afirmar-se que Marx possui uma única e precisa definição sobre o significado do termo ideologia.

O sociólogo John B. Thompson faz uma análise minuciosa sobre três desenvolvimentos encontrados ao longo da obra de Marx, sobre o termo ideologia, com convergências e divergências entre si, batizados por Thompson como:

o    Polêmica,
o    Epifenomênica, 
o     Latente.

Depois de Marx, vários outros pensadores abordaram a temática da ideologia. Muitos mantiveram a concepção original de Marx (Karl Korsch, Georg Lukács)

Outros, passaram a abordar ideologia como sendo sinônimo de ‘visão de mundo’ (concepção neutra), inclusive alguns pensadores marxistas, tal como Lênin.

Alguns explicam isto graças ao fato de que o livro A Ideologia Alemã, de Marx, no qual ele expõe sua teoria da ideologia, só tenha sido publicado em 1926, dois anos depois da morte de Lênin. Vários pensadores desenvolveram análises sobre o conceito de ideologia, tal como Karl Mannheim, Louis Althusser, Paul Ricoeur, e Nildo Viana.

Direita e Esquerda

O par de opostos, Direita e Esquerda suscitou e ainda suscita os principais debates ideológicos e políticos contemporâneos.


A polaridade ideológica entre ‘direita’ e ‘esquerda” remonta ao contexto da Revolução Francesa, e ainda hoje costuma dividir o debate político

Desde o turbulento evento denominado Revolução Francesa, 1789-1815, o qual, de acordo com alguns historiadores, inaugurou a Idade Contemporânea, os conceitos de direita e esquerda fazem-se presentes nos debates políticos e ideológicos, sobretudo no mundo ocidental. Esta matéria procura explicitar a relação desses conceitos com a ambiência revolucionária da França, bem como a identificação com a qual um e outro passaram a ter, a posteriori, com as posições políticas conservadoras e/ou liberais (direita) e progressistas e/ou revolucionárias.

Origem dos termos Direita e Esquerda

Assembleia Nacional Constituinte, 1789
Na Assembleia Nacional Constituinte, girondinos sentavam-se à direita, e jacobinos, à esquerda.

Durante o processo revolucionário começado em 1789, na França, os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, enquanto os jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Essa é a origem da nomenclatura política que categoriza os posicionamentos políticos no interior dos sistemas políticos contemporâneos.

Essa polarização tem suscitado inúmeros problemas. e demasiadas polêmicas, sobretudo porque, a partir do século XIX, houve uma radicalização ideológica tanto de um lado quanto do outro. O desenvolvimento das ideias de autores considerados de direita, como Donoso Cortez e Charles Maurras, bem como o daqueles considerados de esquerda, como Karl Marx e Bakunin, entre outros, estimulou gerações de intelectuais, movimentos políticos e ativistas que levaram às últimas consequências a crença em sua ideologia.

Em geral, ambos os segmentos ideológicos, seja de direita, seja de esquerda, quando chegam à sua forma extrema, desenvolvem perspectivas idealizadoras com vistas à ‘transformação do mundo’. Essa perspectiva utópica tem seus fundamentos, tanto na direita quanto na esquerda, na secularização das expectativas apocalípticas cristãs, que, no sentido original, tinham por meta aguardar a segunda vinda de Cristo e o juízo final. Com o advento do mundo moderno, tais expectativas transferiram-se para o domínio terreno e, a grosso modo, para a ação política e seu principal agente de transformação, o Estado.

Diferenças entre Esquerda e Direita

As ideias de Karl Marx são a base teórica para os progressistas

Os ideólogos de esquerda pretendem aperfeiçoar o mundo por meio de políticas que instaurem a justiça social, ou o igualitarismo, ou a socialização dos meios de produção econômica, ou qualquer outra ação que remeta à ideia de igualdade. Já os ideólogos de direita pretendem perfectibilizar o mundo a partir de uma perspectiva idealizada do passado, e da tradição, de valores nacionais ou religiosos. Cada qual dos lados, em diversos momentos da história (sobretudo no século XX), empenhou-se até a barbárie para fazer valer sua visão ideológica de mundo.

Essa divisão, contudo, pode limitar a compreensão de perspectivas mais complexas sobre a política. Geralmente, a alcunha ‘direitista’ é aplicada sem muita acuidade crítica ao pensamento conservador. Do mesmo modo, a alcunha de ‘esquerdista’ é aplicada às reflexões e propostas progressistas.

As ideias de Edmund Burke são bastante influentes entre os conservadores

Conservadores e progressistas, não raro, associam-se com liberais. É o caso, por exemplo, de quem defende ideias progressistas, como o aborto, políticas de cotas, etc., mas defende a liberdade econômica, isto é, livre mercado, livre concorrência etc.; ou, ao contrário, quem defende política antiaborto, política contra as cotas, e contra programas sociais fomentados pelo Estado, mas também se ajusta, igualmente, à prática do liberalismo econômico. Do ponto de vista político e ideológico, progressistas e conservadores divergem, mas concordam, por vezes, quanto à economia. Vê-se, então, que o problema é mais complexo do que se imagina.

As raízes do pensamento conservador e progressista remontam ao século XVIII, especificamente às figuras de Edmund Burke, e Jean-Jacques Rousseau, respectivamente. O primeiro é uma das principais fontes do pensamento conservador contemporâneo, e o segundo, do pensamento progressista, que se bifurca em liberais moderados, reformistas e revolucionários.

Democracia


É um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governança através do sufrágio universal.

Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.

O sistema democrático contrasta com outras formas de governo, em que o poder é detido por uma pessoa — como em uma monarquia absoluta — ou em que o poder é mantido por um pequeno número de indivíduos — como em uma oligarquia. No entanto, essas oposições, herdadas da filosofia grega, são agora ambíguas porque os governos contemporâneos têm misturado elementos democráticos, oligárquicos e monárquicos, em seus sistemas políticos. Karl Popper definiu a democracia, em contraste com ditadura, ou tirania, privilegiando, assim, oportunidades para as pessoas de controlar seus líderes e de tirá-los do cargo, sem a necessidade de uma revolução.

Diversas variantes de democracias existem no mundo, mas há duas formas básicas, sendo que ambas dizem respeito a como o corpo inteiro de todos os cidadãos elegíveis executam a sua vontade. Uma das formas de democracia é a democracia direta, em que todos os cidadãos elegíveis têm participação direta e ativa, na tomada de decisões do governo.

Na maioria das democracias modernas, todo o corpo de cidadãos elegíveis permanece com o poder soberano, mas o poder político é exercido indiretamente por meio de representantes eleitos, o que é chamado de democracia representativa. O conceito de democracia representativa surgiu, em grande parte, a partir de ideias e instituições que se desenvolveram durante períodos históricos, como a Idade Média europeia, a Reforma Protestante, o Iluminismo e as revoluções Americana e Francesa.

Radicalismo


Bandeira representa o Pravyi Sektor (Setor Direito), organização paramilitar criada em 2013, que virou partido político de extrema-direita na Ucrânia, utilizada em protestos bolsonaristas

O radicalismo, no sentido filosófico, pode ser definido como uma doutrina que prega o uso de ações revolucionárias, visando à transformação da sociedade.

O radicalismo tem suas raízes no final do século XVIII e início do século XIX, durante a Revolução Francesa, quando houve a proposta de que o comportamento jacobinista, de determinados grupos, deveria visar ao combate pela raiz das anomalias sociais, mediante a implantação de reformas radicais.

O termo radicalismo foi introduzido pelo deputado na Câmara dos Comuns Britânica Charles James Fox, em 1797 (em plena Revolução Francesa). Fox, na ocasião, exigia a reforma radical, nas suas palavras, do sufrágio universal. Nesse tempo, no Reino Unido, o sufrágio era limitado aos proprietários avultados.

Os Radicais Ingleses eram a ala esquerdista do Partido Whig, ou Liberal. Eles inspiravam-se na obra de John Stuart Mill, que defendia que a validade das ações se media pelo bem que traziam, ao maior número de indivíduos possível.

Politicamente, o radicalismo pode ser entendido como a ala do liberalismo mais extremista e esquerdista. Os Partidos Radicais foram bastante influentes no fim do século XIX, nomeadamente na França, Itália, e Espanha. Eles defendiam políticas democráticas, igualitárias e revolucionárias que, depois, foram apropriadas pelo surgimento do marxismo. O eleitorado radical viria a ser conquistado pelos novos Partidos Sociais-Democratas e Socialistas. Os partidos radicais, desde então, adotaram uma postura centrista.

Em Portugal e no Brasil, os Radicais tiveram uma influência muito considerável no desenvolvimento histórico dos seus países. Melhor conhecidos por Republicanos, devido à sua principal exigência ser a queda da Monarquia, o seu programa era semelhante ao do Partido Radical Francês, em cujo país o regime já era republicano: fim dos privilégios à Igreja Católica, fim das rendas do Estado aos nobres e políticos, educação primária universal, sufrágio universal, fim das Câmaras Parlamentares dos Lordes não eleitos, e melhoria das condições laborais e direitos dos trabalhadores das fábricas.

O radicalismo é politicamente inflexível, e provoca antagonismos devido à oposição, tanto ao liberalismo moderado - cuja proposta é a reforma gradual por vias constitucionais, quanto ao conservadorismo, que propõe a manutenção dos padrões sociais tradicionais.

Apesar de não ser contra o constitucionalismo de jure, os radicais defendiam reformas, e ações disruptivas, e de luta social, que eram consideradas por outros grupos políticos como desestabilizadoras da ordem constitucional.

Fascismo


Movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais, e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador.

Fascismo é uma ideologia política ultranacionalista e autoritária, caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força, e forte arregimentação da sociedade e da economia.

Comunismo


O comunismo contemporâneo pretende preservar e superar todo progresso tecnológico conquistado através do capitalismo, mediante um sistema de planejamento geral, no qual as múltiplas decisões, tomadas de acordo com o mecanismo de mercado no capitalismo, sejam adotadas de forma deliberada segundo critérios que permitam maximizar a satisfação das necessidades de toda a sociedade.

Segundo a doutrina comunista, o mecanismo de mercado apresenta graves defeitos, como regulador da produção e da distribuição, pois impede a plena utilização de todos os recursos disponíveis, e promove desigualdade entre os que têm e os que não têm acesso à propriedade.

O comunismo é o modo de produção em que a sociedade se libertaria da alienação do trabalho, que é a forma de alienação que funda as demais, onde a humanidade se tornaria emancipada, tendo o controle e consciência sob todo o processo social de produção. Em outras palavras, o comunismo é o ‘trabalho livremente associado’, nas palavras do próprio Karl Marx.

Enquanto no capitalismo o trabalho é livremente comercializado enquanto mercadoria, na sociedade comunista, com a socialização dos meios de produção, o trabalho deixaria de ser um aspecto negativo, e passaria a ser positivo, isto é, o trabalho seria a afirmação do prazer, dado a abundância de produtos e o desenvolvimento da produtividade do trabalho, o que faria com que pudéssemos trabalhar cada vez menos, com processos de mecanização e controle racional, levando em consideração, ainda, a questão da natureza.

Em uma sociedade comunista, não haveria governos estatais ou países, e não haveria divisão entre classes. Pelo contrário, a sociedade seria autogerida democraticamente, entretanto não na forma política, e sim através da atividade humana consciente.

Socialismo


No leninismo, o socialismo é um modo de produção intermediário, entre capitalismo e comunismo, quando o governo está num processo de transformar os meios de produção, de privados para sociais.

Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica que advogam a administração, e propriedade pública ou coletiva dos meios de produção, e distribuição de bens, propondo-se a construir uma sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para todos os indivíduos, com um método isonômico de compensação.

O socialismo moderno surgiu no final do século XVIII, tendo origem na classe intelectual e nos movimentos políticos da classe trabalhadora, que criticavam os efeitos da industrialização e da propriedade privada sobre a sociedade.

Karl Marx afirmava que a luta de classes era responsável pela realidade social, e que este conflito inevitavelmente resultaria no socialismo, através de uma revolução do proletariado, tornando-se uma fase de transição do capitalismo para um novo modelo de sociedade que não seria dividido em classes sociais hierárquicas, num modelo essencialmente comunista.

A maioria dos socialistas possui a opinião de que o capitalismo concentra injustamente a riqueza e o poder nas mãos de um pequeno segmento da sociedade - denominado por Marx de Burguesia - que controla o capital, e deriva a sua riqueza da exploração de outras classes sociais, criando uma sociedade desigual, que não oferece oportunidades iguais de maximização de suas potencialidades a todos.

Friedrich Engels, um dos fundadores da teoria socialista moderna, e o socialista utópico Henri de Saint Simon, defendem a criação de uma sociedade que permita a aplicação generalizada das tecnologias modernas de racionalização da atividade econômica, eliminando o caos na produção do capitalismo.

Isto permitiria que a riqueza e o poder fossem distribuídos com base na quantidade de trabalho despendido na produção, embora não haja concordância entre os socialistas sobre como e em que medida isso poderia ser alcançado.

O socialismo não é uma filosofia de doutrina e programa fixos; seus ramos defendem um certo grau de intervencionismo social, e racionalização econômica (geralmente sob a forma de planejamento econômico), às vezes opostas entre si, como o socialismo de estado, e o socialismo libertário.

Uma característica da divisão do movimento socialista é entre os reformistas, chamados de socialistas democráticos, e revolucionários sobre como uma economia socialista deveria ser estabelecida. Alguns socialistas defendem a nacionalização completa dos meios de produção, distribuição e troca. Outros defendem o controle estatal do capital, no âmbito de uma economia de mercado.

Nazismo


Nacional-Socialismo, mais comumente conhecido como nazismo, é a ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, bem como a outros grupos de extrema-direita.

Normalmente caracterizado como uma forma de fascismo, que incorpora o racismo científico, e o antissemitismo, o nazismo se desenvolveu a partir das influências de ideias pangermânicas, do movimento nacionalista alemão Völkisch, e de grupos paramilitares anticomunistas, chamados Freikorps, que surgiram durante a República de Weimar, após a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial.

O termo ‘nacional-socialismo’ surgiu a partir da tentativa de redefinição nacionalista do conceito de ‘socialismo’, para criar uma alternativa tanto ao socialismo internacionalista marxista, quanto ao capitalismo de livre mercado. A ideologia rejeitava o conceito de luta de classes, assim como defendia a propriedade privada e as empresas de alemães.

O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial, e o darwinismo social, sendo que os povos germânicos (chamados de raça nórdica) eram descritos como os mais puros da raça ariana, e eram, portanto, vistos como a ‘raça superior’.
 O movimento tinha como objetivo superar as divisões sociais para criar uma sociedade homogênea, ao mesmo tempo em que buscava unidade nacional e tradicionalismo.

Os nazistas tentaram conseguir isto através de uma ‘comunidade do povo’ (Volksgemeinschaft) que iria unir todos os alemães, e excluir aqueles considerados como ‘povos estrangeiros’ (Fremdvölkische).

O nazismo também reivindicava, com determinação, o que entendia ser territórios historicamente alemães sob a doutrina pangermânica (ou Heim ins Reich), bem como áreas adicionais para colonização alemã, sob a doutrina de Lebensraum.

O Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP) foi fundado em 5 de janeiro de 1919. No início dos anos 1920, Adolf Hitler assume o controle da organização, e rebatiza-a para Partido Nazista. O Programa Nacional Socialista, aprovado em 1920, apelava por uma Grande Alemanha unida, e que negaria cidadania aos judeus ou aos seus descendentes, além de apoiar a reforma agrária, e a nacionalização de algumas indústrias.

Em Mein Kampf, escrito em 1924, Hitler delineou o antissemitismo e o anticomunismo no cerne de sua filosofia política, bem como o seu desdém pela democracia parlamentar, e sua crença no direito da Alemanha expandir seu território.

Em 1933, com o apoio das elites alemãs, Hitler tornou-se chanceler, e os nazistas, gradualmente, estabeleceram um regime unipartidário e totalitário, onde judeus, opositores políticos, e outros elementos vistos como ‘indesejáveis’, eram marginalizados, escravizados, presos e assassinados. Hitler expurgou as facções sociais e econômicas mais radicais do partido, em meados de 1934, durante a chamada Noite das Facas Longas. Após a morte do presidente Paul von Hindenburg, o poder político foi concentrado nas mãos do Führer (ou ‘líder’).

No entanto, após o Holocausto e a derrota alemã na Segunda Guerra Mundial, apenas alguns grupos radicais racistas, geralmente referidos como neonazistas, ainda se descrevem como ‘nacional-socialistas’.

Extremistas


Vivemos hoje em um mundo onde as relações sociais são cada vez mais pautadas por posições políticas extremadas. Sabemos que tais posicionamentos, sejam à direita ou à esquerda, nos oferecem um sentido para nossas vidas – ainda que, tal qual faz a religião, não dialoguem exatamente com a realidade.

Um estudo realizado pela University College London sugere, no entanto, que a manutenção de radicalismos podem afetar nossa capacidade cognitiva – mais objetivamente, nossa ‘metacognição’(*), ou a capacidade de refletir sobre nossas próprias posições e opiniões.

Através de perguntas objetivas, dois grupos diversos, com pessoas em intensidades variadas de seus posicionamentos políticos, assim como em orientações políticas diversas, mediram primeiramente sua confiança sobre suas posições. Foi pedido ao grupo que adivinhasse, diante de duas cartelas, quais tinham mais pontos impressos. A média de acerto foi igual entre todos os grupos, mas, os que foram identificados como radicais, mantiveram-se confiantes em suas respostas, mesmo depois de apontadas como incorretas.

A pesquisa não sabe afirmar se a dificuldade em questionar é fruto do radicalismo, ou o contrário: se o radicalismo político nasce da baixa capacidade ‘metacognitiva’. O resultado, porém, sugere ser possível ajudar as pessoas a desenvolverem melhor essa capacidade – e, assim, quem sabe, também conviverem melhor com opiniões divergentes, sejam à esquerda, sejam à direita.

(*) Metacognição - Conhecimento que um indivíduo tem acerca dos próprios processos cognitivos / mentais, sendo capaz de refletir ou entender sobre o estado da sua própria mente - pensamento, compreensão e aprendizado.




Resenha





Ideologia

No senso comum o termo ideologia é o conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas, ou de visões de mundo de um indivíduo, ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas.

Direita e Esquerda

A par de opostos, Direita e Esquerda suscitou, e ainda suscita, os principais debates ideológicos e políticos contemporâneos.

Durante o processo revolucionário começado em 1789, na França, os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, enquanto os jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo. Essa é a origem da nomenclatura política que categoriza os posicionamentos políticos no interior dos sistemas políticos contemporâneos.

Essa polarização tem suscitado inúmeros problemas. e demasiadas polêmicas, sobretudo porque, a partir do século XIX, houve uma radicalização ideológica tanto de um lado quanto do outro.

Democracia

É um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governança através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, econômicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.

Socialismo

O socialismo é um modo de produção intermediário, entre capitalismo e comunismo, quando o governo está num processo de transformar os meios de produção, de privados para sociais.

A maioria dos socialistas possui a opinião de que o capitalismo concentra injustamente a riqueza e o poder nas mãos de um pequeno segmento da sociedade - denominado por Marx de Burguesia - que controla o capital, e deriva a sua riqueza da exploração de outras classes sociais, criando uma sociedade desigual, que não oferece oportunidades iguais de maximização de suas potencialidades a todos.

Fascismo

Movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais, e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador.

Fascismo é uma ideologia política ultranacionalista e autoritária, caracterizada por poder ditatorial, repressão da oposição por via da força, e forte arregimentação da sociedade e da economia.

Comunismo

O comunismo contemporâneo pretende preservar e superar todo progresso tecnológico conquistado através do capitalismo, mediante um sistema de planejamento geral, no qual as múltiplas decisões, tomadas de acordo com o mecanismo de mercado no capitalismo, sejam adotadas de forma deliberada segundo critérios que permitam maximizar a satisfação das necessidades de toda a sociedade.

Em uma sociedade comunista, não haveria governos estatais ou países, e não haveria divisão entre classes. Pelo contrário, a sociedade seria autogerida democraticamente, entretanto não na forma política, e sim através da atividade humana consciente.

Nazismo

Nacional-Socialismo, mais comumente conhecido como nazismo, é a ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, bem como a outros grupos de extrema-direita.

O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial, e o darwinismo social, sendo que os povos germânicos (chamados de raça nórdica) eram descritos como os mais puros da raça ariana, e eram, portanto, vistos como a ‘raça superior’.

Radicalismo

O radicalismo, no sentido filosófico, pode ser definido como uma doutrina que prega o uso de ações revolucionárias, visando à transformação da sociedade.

Apesar de não ser contra o constitucionalismo de jure, os radicais defendiam reformas, e ações disruptivas, e de luta social, que eram consideradas por outros grupos políticos como desestabilizadoras da ordem constitucional.

Extremistas

Vivemos hoje em um mundo onde as relações sociais são cada vez mais pautadas por posições políticas extremadas. Sabemos que tais posicionamentos, sejam à direita ou à esquerda, nos oferecem um sentido para nossas vidas – ainda que, tal qual faz a religião, não dialoguem exatamente com a realidade.

É difícil afirmar se a dificuldade em questionar é fruto do radicalismo, ou o contrário: se o radicalismo político nasce da baixa capacidade ‘metacognitiva’. O resultado, porém, sugere ser possível ajudar as pessoas a desenvolverem melhor essa capacidade – e, assim, quem sabe, também conviverem melhor com opiniões divergentes, sejam à esquerda, sejam à direita.




Fonte: Me. Cláudio Fernandes | Brasil Escola, WP, Dvs



(JA, Jun20)



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