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Mostrando postagens de junho, 2020

Pizza Paulista

Na Itália Faz muito tempo que o homem saboreia a pizza. Como todo prato antigo, é difícil especificar sua origem, ainda mais se pensarmos que ela não é nada mais do que uma evolução do pão. Desde que foi descoberta a fermentação da massa de trigo e o forno, graças ao talento dos egípcios, há mais ou menos seis mil anos, começou-se a enriquecer os pães de forma achatada com diversos ingredientes, como azeitonas, ervas aromáticas e outros. Segundo anotações do poeta Virgílio, os gregos e romanos faziam pães semelhantes. Ele mesmo registrou a receita do moretum, uma massa não fermentada, assada, recheada com vinagre a azeite, coberta com fatias de alho e cebola crua. Se essa mesma massa fosse fermentada, Virgílio teria então a fórmula básica de uma pizza simples. Em Nápoles, na Idade Média, acreditava-se em duas coisas: no fim do mundo, que seria no ano 1000 DC , e nos valores nutritivos do lagano - massa de espessura muito fina, assada e cortada em tiras, que ao

Depressão e ansiedade deixarão sequelas mais duradouras do que o coronavírus

Dificuldade de lidar com a solidão é um enorme desafio nestes dias de distanciamento social Depressão é transtorno traiçoeiro que transforma a vida num fardo difícil de suportar. Mesmo antes do coronavírus, já era considerada ‘o mal do século’. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a partir desta década, será a principal causa de absenteísmo, isto é, faltas no trabalho. Já o é, entre os que trabalham no mercado financeiro de São Paulo. Parece paradoxal, porque a partir da Segunda Guerra centenas de milhões de pessoas tiveram acesso a alimentos de qualidade, serviços de saúde e níveis de conforto com os quais nossos antepassados não ousavam sonhar. Embora a pobreza possa aumentar a prevalência de pessoas deprimidas nas sociedades, por que razões tantos que desfrutam de melhores condições financeiras desenvolvem um transtorno que lhes subtrai o prazer de viver? Nas últimas décadas, a ênfase foi dada à biologia dos neurotransmissores, os sinais q

Monte sua árvore

Tradicional árvore de natal da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, em 2019 Já disse que não sou nenhum super-homem, nem sou imune a depressões, ansiedades, frustrações e aflições que esta longa crise gera em todos nós. Tem dias em que é difícil dormir. Em outros, é difícil pular da cama com entusiasmo. Mas, como digo aos meus sócios e time de colaboradores, numa crise a gente tem que se motivar em rodízio. Quando um cansa, vem outro apoiar. Numa crise tão aguda, o longo prazo pode ser o hoje à tarde. Como diz a Bíblia, cada dia com sua agonia. Meu grupo empresarial, como todos os outros, tem focado em cortar todo tipo de gordura e custo. Isso é default, obrigatório, não se discute. Mas liderar na crise não é só isso. É mais. É animar a tropa com visão e imaginação. É, sobretudo, cuidar das pessoas. E cuidar das pessoas não só com e-mails e WhatsApp. É preciso olho no olho, pegar nas pessoas, tocar seus corações, ouvir suas angústias, com o time sentind

A volta do fascismo à brasileira

Intelectuais da USP comparam bolsonarismo ao movimento integralista da década de 1930 Professores da área de humanas da USP argumentam que a extrema direita brasileira atualiza, com particularidades históricas, discursos e estratégias da tradição fascista do país - visíveis no fundamentalismo religioso, na defesa da família patriarcal, e no culto à violência, que remonta ao integralismo liderado por Plínio Salgado. A proposta presidencial, na reunião ministerial gravada em 22 de abril, de armar a população para a defesa daquilo que Jair Bolsonaro chama de ‘liberdade’; as agressões físicas e as tentativas de intimidação a jornalistas e a membros do Supremo Tribunal Federal (STF); o acampamento dos 300 do Brasil em Brasília -um grupo armado bolsonarista, segundo o Ministério Público do Distrito Federal; e a propalada ligação do bolsonarismo com as milícias, são fatos que deram urgência à pergunta sobre se estamos diante de uma ascensão fascista no país. Não existe u