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Juarez, Juarez Távora

 

Durante toda minha vida fui questionado sobre a origem de meu nome: Juarez.

Numa ocasião um eventual companheiro perguntou por que  eu, embora casado, usava a aliança de casamento na mão direita. Para não ter que dar explicações a quase um estranho – o motivo verdadeiro era que eu havia machucado meu dedo anular da mão esquerda-, disse a ele que, embora estivéssemos no Brasil, eu  usava assim porque era costume na Alemanha. Ele sorrindo comentou: ‘Na Alemanha? Mas você? Com esse nome mexicano?’

A colocação dele era válida considerando que estávamos no Brasil, e que o nome ‘Juarez’, embora de origem espanhola, tendo como variante ‘Suárez’, é o sobrenome do grande revolucionário mexicano Benito Juarez. E, por conta disso, nomeia diversas cidades mexicanas: Ciudad Juárez, Naucalpan de Juárez,, Acapulco de Juárez, Benito Juarez, Oaxaca de Juárez, Chicoloapan de Juárez, Xicotepec de Juárez, Amecameca de Juárez, e Jiquilpan de Juárez.

Recentemente estava almoçando num restaurante – num desses quiosques  beira mar – e o gerente do local veio me atender.  Muito educado, se apresentou e eu lhe disse o meu nome. Ele falava com um carregado sotaque português. Ele usava uma bermuda – muito apropriado, considerando o local e o clima. Notei que ele tinha tatuado na barriga de uma das suas pernas o símbolo do Corinthians – time de futebol. Quando terminei, ele me acompanhou até a saída e eu perguntei se ele era português, considerando seu sotaque. Ele disse que sim. Então aproveitei para matar a minha curiosidade, e perguntei por que ele usava aquele símbolo tatuado na perna. Ele sorriu, e disse que em Portugal era torcedor do Benfica e que, quando chegou aqui no Brasil identificou muito do seu time no espírito corintiano. Já que lhe dei liberdade, ele me perguntou: ‘Porque o senhor, que evidentemente é brasileiro, tem esse nome ‘Juarez’. Não é um nome mexicano/espanhol?

Eu lhe respondi, como passei a fazer recentemente quando questionado sobre a origem do meu nome – hoje pouco usual pois atualmente corresponde apenas 1,71% do total de registros; entre 1960-1970, chegou a 29,15% -, que meus pais escolheram esse nome por ser o de um militar e político brasileiro, que eles admiravam na época: Juarez Távora. Ele, de 1922 a 1967, participou de movimentos que influenciaram a vida política nacional.

Não faz muito tempo, procurei conhecer melhor a vida do homem que, além de ter influenciado muita coisa neste país, influenciou também a escolha do meu nome. E, como resultado da minha pesquisa, transcrevo abaixo o que poderia ser considerado um breve relato do seu ativismo, da sua vida. 


***

Juarez Távora


Juarez Fernandes do Nascimento Távora nasceu no Ceará, na fazenda do Embargo, entre Aracati e Crato, em 1898. Durante sua vida veio a ser um militar e político  brasileiro. Figura destacada do tenentismo, toma parte, desde 1922, de movimentos que influenciaram a vida política nacional. 

Estudou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e tornou-se aspirante em 1919. Três anos mais tarde tomou parte no levante contra o presidente Epitácio Pessoa.

Em 1924 participou do movimento revolucionário paulista contra o presidente Artur Bernardes. Em 1926 integrou-se à Coluna Prestes. Foi preso em combate, e libertado no governo Washington Luís.

Comandou as forças nordestinas que apoiavam Getúlio Vargas (1930). Ganhou o apelido de ‘Vice-Rei do Norte’. Participou da repressão à Revolução Constitucionalista de 1932.

 

                                                                                                              Juarez Távora, Getúlio Vargas e o então interventor da Bahia, Juracy Magalhães, um ano após a vitória da Revolução de 1930

Durante a Era Vargas foi ministro da Agricultura, de 22 de novembro de 1932 até 24 de julho de 1934. Foi também ministro dos Transportes nos governos de Getúlio Vargas, de 4 a 5 de novembro de 1930.  Juarez e Juracy romperam com Getúlio depois do Golpe de 1937.

Como coronel, na década de 1940, foi adido militar no Chile.

Foi comandante da Escola Superior de Guerra, entre 11 de dezembro de 1952 e 20 de agosto de 1954. Em janeiro de 1954 foi eleito vice-presidente do Clube Militar, ao mesmo tempo em que apoiou o movimento que exigia a renúncia de Vargas.

Após o suicídio do presidente, assumiu a chefia do Gabinete Militar do governo de Café Filho. Permaneceu nesse posto até abril do ano seguinte, quando foi lançado candidato a presidente da República pela UDN. As eleições realizadas no mês de outubro deram a vitória, no entanto, a Juscelino Kubitscheck, lançado pelo Partido Social Democrático (PSD) e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).


Em 1962 se elegeu deputado federal pelo estado da Guanabara, com 33.361 votos, tornando-se o quinto mais bem votado do estado naquele pleito, fazendo parte da 42.ª legislatura da Câmara dos Deputados, que iniciou em 1963 e expirava em 1967.

Como deputado atuou na oposição ao governo do presidente João Goulart, e apoiou o golpe militar que o afastou da presidência, em março de 1964, embora não tenha participado diretamente das articulações.

Candidato à Presidência da República no ano seguinte, 1964, ficou em lugar com 3 votos recebidos, perdendo para Castelo Branco (361 votos recebidos), e estando à frente do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra (2 votos recebidos).

No Governo Castelo Branco foi ministro dos Transportes, de 15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967.

Defendia a posição que ficou conhecida como entreguista, em relação à exploração de petróleo no Brasil, tendo sido o principal líder dos que se opunham à criação da Petrobras.

Faleceu em 1975, no Rio de Janeiro.

 

(JA, Mar18)


 

 

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