Em 2007, Steve
Martin esteve no show de Charlie Rose .
Para aqueles
que não sabem, Martin começou como um comediante e, mais tarde, fez
uma carreira abrangendo televisão, filmes, música e até mesmo escrever. Ele é conhecido por seu estilo casual e
excêntrico.
Ele
recentemente lançou ‘Born Standing Up’ , um livro de memórias muito pessoal, e
a conversa com Rose centrou-se em como Martin acabou por estar pela primeira
vez em um palco, os relacionamentos em sua vida, e o resto de sua carreira.
A entrevista é
tocante e engraçada, mas talvez seja mais fascinante quando Rose pede a Martin
para explicar o seguinte:
‘Alguém já se
levantou na audiência e perguntou-lhe como se tornar bem sucedido, e você disse
que temos que ser inegavelmente bom em algo’.
Martin olha
para ele por um segundo, acena um pouco, e depois compartilha:
‘Bem, as
pessoas sempre me perguntam como você faz isso no show business, ou o que quer
que seja. O que sempre digo a eles, o que venho dizendo já há muitos anos, mas que
ninguém nunca toma nota, porque não é a resposta que queriam ouvir. O que eles
querem ouvir é: 'Veja como você obtém um agente, aqui está como você deve escrever
um script... Mas sempre digo: Seja tão bom que não poderão ignorá-lo'.
Simples e um
pouco óbvio, mas também muito profundo.
Você não pode
criticar esse conselho. De fato, Cal Newport escreveu um livro exatamente sobre
esse tópico, argumentando que desenvolver habilidades e se otimizar para ser
bom em algo, é um caminho de carreira muito melhor do que esperar reconhecimento
por aquilo que você faz normalmente.
Dito isto,
acho que isso pode ser complementado.
As Limitações do Bom
O mundo em que
vivemos hoje é fortemente ditado pela economia da atenção.
Há muito mais
estímulos em nosso meio ambiente do que em qualquer ponto da história. Nossos
sentidos são constantemente bombardeados por chamadas, ruídos, tentando atrair
nossa atenção.
Isto é
particularmente importante na internet, onde a quantidade de informações e
dados produzidos continua a crescer exponencialmente. Mas, a realidade digital
está longe de ser o único lugar onde isso é verdade.
Pense nos
edifícios, propagandas e atrações das médias e grandes cidades do mundo, e
compare isso como deve ter sido há 50, a 100 anos. É bem provável que você nem as reconhecesse.
Como resultado
de com tanta concorrência pela nossa atenção, é que o engajamento dedicado é um
prêmio. Na verdade, para muitas empresas, nossa atenção é a métrica mais
valiosa para avaliar esse engajamento, e esse fato estimulou um ciclo com ainda
mais ruído.
Embora seja
verdade que o mercado recompensa o que é bom e valioso, ao longo do tempo, com
o aumento do ruído, esse período de tempo está ficando cada vez mais longo.
Nas palavras
do lendário economista John Maynard Keynes,
‘Os mercados
podem permanecer irracionais, muito mais do que você e eu podemos permanecer
solventes’.
De uma maneira
mais ampla, ser bom sozinho não é suficiente. Vivemos em um mundo onde ser
capaz de sinalizar a competência é quase tão importante como ser de fato.
Comercializar-se
de alguma forma é uma necessidade.
O Poder do Interessante
Os melhores
comerciantes do mundo, não se dizem comerciantes.
Eles lhe
contam uma história, envolvem você com entusiasmo genuíno e, principalmente, tratam você como o ser humano
que você é, em vez de um número.
Porém, isso
vai além Fazer essas coisas o levará longe, mas mesmo assim, em um mundo
ruidoso, há uma qualidade particular que recompensa mais algumas pessoas do que
outras. É por isso que todos devem procurar capitalizar suas competências.
Com certeza,
táticas e hacks muitas vezes funcionam para que alguém possa prestar atenção a
você, mas construir confiança a longo prazo, em sua competência, demanda mais
do que isso. É preciso despertar um certo grau de interesse.
O termo
interessante é bastante amplo, mas essa é exatamente a sua força neste caso.
Para obter a
atenção que você merece não só precisa ser ‘tão bom’ que não possa ser ignorado.
Mas, precisa ser também tão ‘interessante’ que não possa ser ignorado.
Interessante é
o que faz você parar e olhar duas vezes. Interessante é o que o inspira a cavar
mais fundo. Interessante é como você se destaca no barulho do entorno.
Depois de
capturar o interesse, sua competência pode fazer o trabalho para você.
A beleza de
usar esse termo é que ele descreve uma saída que sempre recebe uma resposta,
mas pode ser realizada através de uma infinidade de entradas.
Você não
precisa saber as profundezas de cada hack de marketing no livro, nem está
limitado às circunstâncias. Tudo o que você precisa fazer é otimizar o que está
vendendo, despertando curiosidade, seja por você mesmo, ou pelo produto.
Na maioria das
vezes, isso é feito capitalizando o que o torna único.
O mundo fica fácil
O que falamos
é relevante para as carreiras. Entretanto, tem uma abrangência muito mais ampla
do que isso, se afrouxarmos um pouco nossas definições.
A maioria das
pessoas tem uma visão muito limitada de marketing porque, muitas vezes, foram
forçados ou enganados, tiveram seu tempo roubado.
Quando você
realmente definir marketing, descobrirá que é consiste apenas, através da psicologia,
em conseguir que alguém lhe dê um momento de atenção. Nada mais, nada menos.
Quando você
está fazendo uma apresentação, no trabalho ou na escola, você está fazendo o
marketing.
Quando você
está em um bar, com a esperança de fazer contato visual, você está fazendo o
marketing.
Quando você
está contando a alguém uma história pessoal, você está fazendo o marketing.
Em cada um
desses casos, você está lutando não só pelo tempo de alguém, mas também pela
atenção, com a esperança e a possibilidade de algo mais.
A única
maneira de conseguir que eles lhe deem algo mais, no entanto - seja seu
dinheiro, sua empresa ou sua empatia - é fazer algo que os faça dar uma segunda
olhada. Algo que os faça parar.
O quão bom
você é em algo, nem sempre é visível no primeiro olhar. Para que alguém dedique
o tempo necessário para que possam perceber sua competência, você deve
adicionar um pouco de intriga.
Seja tão interessante, de tal forma que não possa ser ignorado.
Texto:
Zat Rana | Medium
(JA, Jan18)