Nosso futuro, inexplicavelmente, e ao contrário de tudo que fomos levados a acreditar, tem muito pouco a ver do nosso passado. Ele é definido por um número imensurável de variáveis, que se correlacionaram, muitas vezes e quase sempre, independentemente do que fizemos, da nossa vontade, merecimento ou culpa.
Isto é lamentável, no sentido de que, como educadores, somos levados -
aliás como única alternativa-, a incentivar nossos educandos a se esforçarem
para acumularem méritos, conhecimentos, e experiência. Os levamos a crer que,
agindo assim, eles poderão ser quem queiram, quem devem ser.
Então, o que devemos falar para os nossos jovens? Façam o que fizerem, não
adiantará nada?! O futuro? O futuro é uma incógnita indomável?!
Entendo que devemos continuar a estimulá-los a seguir o caminho da evolução social. Entretanto, oportunamente, conscientizá-los de que, independentemente do resultado visível - aparência, títulos, resultado material
amealhado -, o que define verdadeiramente alguém, o que o diferencia dos demais, é o seu valor, a sua essência. E esse valor é definido
pelas causas que eleger durante a sua vida, pelo seu empenho, pelas
dificuldades que enfrentar, e pela forma de lutar.