Ele vinha dirigindo seu carro pela estrada vindo da sua casa, a caminho da cidade, onde tinha que ir ao SM. O trânsito estava bom, sem problemas.
Num
determinado momento percebeu que vinha vindo um carro atrás, ultrapassando a
todos que conseguia.
Aquele
comportamento de alguma maneira mexeu com ele, que acelerou seu carro, criando
maior distância entre eles.
Manteve-se a
frente até que, por isso ou por aquilo, foi ultrapassado pelo dito. Foi atrás
tentando recuperar a dianteira. Ele estava à direita e o outro à esquerda.
Nisso, já na
entrada da cidade, foi sinalizada a redução de uma das pistas da estrada – a da
esquerda, onde ele estava. Não teve como
ir para direita que já estava
ocupada pelo outro e, sem tempo de reduzir, foi abalroado por ele,
lateralmente.
Ambos
pararam, e ele consciente de que a culpa pelo acidente era compartilhada, não
quis discutir e, irritado pelo acontecido, aos berros, exigiu que o cara continuasse
seguindo seu caminho. ‘VÁ EMBORA!!!’.
O outro, sem
noção do estado em que ele se encontrava, queria conversar. Após o terceiro
grito, aconselhado pela companheira que estava no seu banco de passageiro, saiu
e estacionou mais a frente. Ele, liberado, saiu e foi em frente; o cara o
seguiu até quando ele dobrou um quarteirão, deixando de ser seguido.
Mais tarde, já
no SM foi observar o estrago. Foi pequeno,
mas precisava ser reparado com todos os inconvenientes – levar o carro a uma oficina
capacitada, acionar o seguro, pagamento,...
Ainda
agitado, coração batendo acelerado, refletiu sobre o que aconteceu. Por que
aquilo mexeu tanto com ele? Por que aconteceu?
Concluiu que
aquilo o perturbou mais pelo fato de ter sido um acontecimento que poderia ter
sido evitado. Se ele não se dispusesse, infantilmente, a disputar espaço com
aquele desconhecido atrevido, simplesmente não teria acontecido. Não foi algo
inevitável, pelo contrário.
Assumiu que
nas próximas irá se policiar para evitar.
Mais tarde, refletiu que esse comportamento competitivo inconsequente também ocorre em outras áreas da vida. Por exemplo, quando você é ignorado, menosprezado, maltratado, etc., frequentemente você dá o troco na mesma moeda.
Ou seja, se a pessoa agiu indevidamente, você está seguindo seus passos agindo da mesma forma. Nesse caso o ‘mal’ se torna recorrente, e não leva a nada de positivo.
O ideal é se policiar para agir de acordo com seus princípios, e não em decorrência da ação das outras pessoas. Não é fácil, mas é o correto.
(JA, 16-Mar21)