Infelizmente, algumas pessoas se
interessarão por nós não para somar e criar laços, mas sim para xeretar, matar
sua curiosidade e até mesmo fazer mau uso das informações obtidas.
Todo mundo já deve ter cruzado com
alguma pessoa que invade os espaços sem ser convidada – espaços físicos e
emocionais. Sabe aquele indivíduo que vai perguntando, cercando, percebendo
nossa vulnerabilidade para fazer a pergunta certa que lhe traga a informação
que ele quer? Pois é, trata-se de uma pessoa invasiva.
O mundo está muito corrido e difícil
de viver, isso é fato. Nesse contexto, as convivências, em sua maioria, são
superficiais, rasas, uma vez que não há quase tempo para desenvolvermos proximidades
mais íntimas, pois elas requerem demora, escuta e disponibilidade.
Com isso, acabamos com milhares de
colegas virtuais, por exemplo, enquanto, na vida real, a solidão parece ser a
companheira mais fiel que existe.
E, quando alguém demonstra interesse
por nós, pela nossa vida, pelo que sentimos, parece que ganhamos na loteria.
Infelizmente, algumas pessoas se interessarão por nós, não para somar e criar
laços, mas sim para xeretar, para matar sua curiosidade, e até mesmo para fazer
mau uso das informações obtidas.
É como se a curiosidade fosse uma doença que
lhes consome, fazendo com que não consigam deixar de perguntar cada vez mais,
de querer saber cada vez mais sobre nossa vida.
Percebendo nossa disposição em nos
abrirmos, os invasivos nos cercarão de todas as formas, por WhatsApp, por
telefone, por mensagens, ou mesmo se aproximando de nossos amigos, até saciarem
por completo sua curiosidade exacerbada. Caso não encontrem disponibilidade em
nós, para lhes passar informações, recuarão, e partirão atrás de outra pessoa
mais aberta, que lhes conte tudo o que querem saber.
Portanto, tome muito cuidado com
pessoas invasivas. Elas vão fazer de tudo para tirar de você informações que
irão usar em proveito próprio. Elas percebem quando estamos propensos a
compartilhar nossa vida, nossos problemas, e a gente, sem perceber, acaba dando
munição para o inimigo. Elas não querem ajudar, querem xeretar.
Melhor mesmo é ter aquela pessoa de
sempre, que nos ama, e cujo amor é uma certeza, um amigo de infância, um irmão,
um parceiro.
Do contrário, boca fechada, sem
mosquito que entre.
Fonte:
Marcel Camargo, Graduado em Letras e Mestre em ‘História, Filosofia e Educação’
pela Unicamp-SP, atua como Supervisor de Ensino e como Professor | O
Segredo
(JA, Fev20)