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Caneta esferográfica. Como surgiu, como mudou a caligrafia


Instrumento que substituiu a caneta tinteiro se difundiu a partir da década de 1940, introduziu maior praticidade e um novo estilo de escrita

Instrumento que substitui a caneta tinteiro se difundiu na década de 1940, mas a primeira patente data do fim do século 19

Se hoje muitos podem prescindir dela, fazendo suas anotações cotidianas no celular ou em outros dispositivos eletrônicos, a caneta esferográfica representou uma pequena revolução tecnológica quando se tornou mais difundida, em meados do século 20.
Até então, o instrumento titular de escrita era a caneta tinteiro, que precisava ser alimentada constantemente pelo conteúdo de um frasco de tinta, e requeria extremo cuidado para não produzir borrões na folha de papel.
Além da praticidade, a caneta esferográfica introduziu uma mudança na própria maneira de escrever – relacionada à espessura da tinta, mais grossa em relação à caneta tinteiro, e à firmeza na mão necessária para escrever com ela. 
A invenção
A criação da caneta esferográfica normalmente é creditada ao jornalista húngaro László Bíró. Antes dele, porém, o princípio da caneta esferográfica já havia sido patenteado por John Loud em 1888.
Loud era um americano que trabalhava em um curtume, e a invenção teria surgido com o propósito de marcar peças de couro, não chegando a ser explorada comercialmente.
Nas décadas que se seguiram, muitas outras patentes de canetas esferográficas de diferentes tipos foram registradas, sem tampouco chegarem a ser comercializadas.
Sua concepção mecânica funcionava, mas a tinta usada ainda era fina, como é necessário que seja para fazer fluir a escrita com a caneta tinteiro. Na caneta esferográfica, porém, a tinta fina embutida na carga da caneta acabava vazando, sujando bolsos e manchando papéis.
Com a colaboração de seu irmão, o químico György Biró, László realizou a mudança essencial para que o novo objeto fosse incorporado.
Fizeram experimentos com tintas mais grossas e de secagem rápida. Com o tempo, conseguiram chegar em uma combinação de tinta e design da ponta, e da esfera que impedia que a caneta vazasse (em grande quantidade).
A primeira patente da caneta de Biró data de 1938. Logo depois, porém, ele precisou fugir da perseguição nazista que tomou conta da Europa, e entrou com um novo pedido de patente em 1943, na Argentina, onde se estabeleceu.
No mesmo ano, a Força Aérea Britânica buscava um modelo de caneta que suportasse altitudes e pudesse ser levado nos aviões de combate sem vazamentos, e comprou 30 mil das canetas de Biró.
Em 1945, elas começaram a ser vendidas em Buenos Aires e logo depois se espalharam pelo mundo, tendo sua patente vendida para empresas europeias e americanas.
Marcel Bich, que comprou os direitos de patente da esferográfica na França, foi criador do design responsável por barateá-la: quando chegou ao mercado em meados da década de 1940, uma esferográfica custava o equivalente hoje a cerca de US$ 100. Na década seguinte, seu preço já estava na casa dos centavos de dólar nos Estados Unidos.
O impacto na cursiva
Em um artigo para a revista The Atlantic, o professor Josh Giesbrecht discute como a passagem da tinteiro para a esferográfica modificou a caligrafia. Segundo ele, a tinta mais grossa alterou a experiência física de escrever, e não necessariamente para melhor.
Escrever com tinteiro exige ter a mão leve e remover a ponta da caneta do papel nos intervalos entre palavras e frases, já que o mero contato com a superfície produzia uma gota de tinta.
Além disso, a tinteiro produzia uma caligrafia fluida, de letras conectadas, como a que é difundida pelo método Palmer, popular entre o final do século 19 e início do 20.
A mão que escreve com a esferográfica, por outro lado, necessita ser mais firme e tesa, capaz de fazer uma pressão maior no papel para que a tinta saia, em vez de apenas tocá-lo. Essa posição produz um resultado distinto, que, segundo Giesbrecht, favorece a letra de forma, não a cursiva.

Fonte:  Juliana Domingos de Lima   |   =Nexus

(JA, Dez18)

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