No dia 21 de
novembro de 1830, um assassinato traiçoeiro desestabilizou ainda mais o frágil
governo do imperador Dom Pedro I. Em São Paulo, morria, vítima de um atentado,
Giovanni Battista Libero Badaró, jornalista, político e médico italiano
radicado no Brasil.
Nascido na
Itália, na cidade de Laigueglia, em 1798, ele se mudou para os trópicos em
1826. Em solo brasileiro, tornou-se um liberal e viveu na cidade de São Paulo,
onde atuava como médico e dava aulas gratuitas de matemática. Fundou o jornal ‘O
Observador Constitucional’, em 1829, que não era bem visto pelos
absolutistas.
Em São Paulo,
alguns estudantes do Curso Jurídico fizeram uma campanha contra o governo
monárquico. Os manifestantes tornaram-se criminosos para o ouvidor Cândido
Ladislau Japiaçu, e foram processados.
O Observador
Constitucional fez campanha em favor dos acusados e atacou Japiaçu. Desafeto de
Japiaçu, Libero Badaró sofreu um atentado no dia 20 de novembro, às 22h, quando
voltava para a sua casa na rua São José (hoje rua Líbero Badaró). Suas última
palavras antes de morrer foram:
‘Morre um Liberal, mas
não morre a Liberdade’.
No dia
seguinte ele faleceu, e a sua frase virou símbolo da liberdade de imprensa. Sua
morte ganhou grande repercussão, com milhares de pessoas no seu enterro e mais
de 800 tochas acesas.
O principal
responsável pelo assassinato foi um alemão, chamado Stock, que se escondeu na
casa de Japiaçu. O alemão foi preso, mas Japiaçu, apesar de processado, acabou sendo absolvido.
Segundo
historiadores, a ordem para matar Badaró pode ter partido de Dom Pedro I. O
fato complicou ainda mais a situação política do imperador, criticado por sua
postura autoritária. No ano seguinte, no dia 7 de abril de 1831, Dom Pedro I
abdicou do trono e se mudou para Portugal, deixando a coroa para o seu filho,
Dom Pedro II, de apenas 14 anos.
Fonte: WP
(JA, Abr18)