Sempre existiram inúmeras
possibilidades de conexão entre as pessoas. No passado era mais difícil, considerando que, para transmissão da mensagem, havia a necessidade de deslocamento pessoal do próprio emitente, ou do envio de um mensageiro. Entretanto, pouco a pouco, essas
limitações estão sendo minimizadas. Dispõe-se atualmente de inúmeros meios que permitem a conexão em tempo
real com qualquer pessoa ou instituição, em qualquer lugar do mundo.
Todas esses meios vem integrando a
nossa vida e passaram a ser extensões das nossas faculdades mentais. Elas, por sua vez, é que irão deixar a nossa
marca no mundo, e acabarão por definir quem somos – a nossa realidade.
Essa conectividade contemporânea, embora
profusa, é superficial, e tem um lado negativo. Somos atualizados, mas, ao mesmo tempo, distraídos pelo volume de informações que continuamente nos chegam. E, por
conta disso, deixamos cada vez mais de nos interiorizar, de ter um maior contato com a nossa bagagem
emocional. Em decorrência, temos cada vez menos insights criativos que precedem
e são indispensáveis para produção de grandes obras que caracterizam a nossa
cultura histórica.
O lado positivo é que o ser humano, pela facilidade de conexões e de acesso às informações e tecnologias, está cada vez mais identificado com aparelhos,
instrumentos e recursos que utiliza. Em
decorrência, irá evoluir além de suas tradicionais
limitações mentais e físicas - terá
facilitado, em escalas inimagináveis, o processo de locomoção, sua força, memória,
tempo de vida, etc.
O ser humano incorporando esses
recursos à sua existência, muitas vezes no seu próprio corpo, está assumindo uma nova natureza. É como se estivesse
atravessando uma ponte, sendo que, ao final da travessia, terá se transformado
em um outro ser. E, considerando a tendência de aumento da disponibilidade desses aplicativos – cada vez mais aprimorados -, as principais questões
que se colocam são as seguintes: ‘Aonde vamos parar?
Como será esse outro ser? Como será então organizada a sociedade?’
Acreditamos que o maior desafio do
homem será conseguir, não só manter, mas também aumentar a sua humanidade, principalmente no sentido de ‘Clemência, Afabilidade, Benignidade’.
A história da raça humana, suas lutas
e conquistas, inclusive as superações do corpo físico, do tempo e do espaço,
que ora estão sendo alcançadas, devem ser valorizadas
no seu sentido mais elevado - o do homem se aproximando cada vez mais do divino que existe originalmente dentro de si. Despojando-se das paixões mais baixas e egoístas – muitas vezes disfarçadas de ‘nobres’
intenções -, que no passado o levaram exatamente
para o outro lado, o lado da ‘involução’, marcado pelos conflitos e guerras, procurando
atender a interesses localizados, de
domínio e poder.
"A civilização é um protesto contra a natureza; o progresso exige que nós assumamos o controle da evolução." (Thomas Huxley)