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Cidade de Petrópolis, Século 19

 

Petrópolis nasceu em 1843 com um traçado definido, que fugia da influência francesa da época, tornando-se singular também neste aspecto. Foi o local favorito da Corte Imperial, tendo lá o imperador Dom Pedro II passado quarenta verões, em estadias que se prolongavam, às vezes, durante seis meses. Foi capital federal de 1894 a 1903, e residência de verão de diversos presidentes da república.

No ano de 1844, foram contratados através da casa Carlos Delrue, negociante em Dunquerque, 600 casais de colonos alemães que vieram para executar o projeto que o engenheiro havia feito para a estrada Normal da Estrela.

Em 29 de junho de 1845, data da chegada destes imigrantes ao local da futura cidade de Petrópolis, é fundada a colônia alemã. As antigas florestas que existiam na região foram divididas em lotes que, através de contrato, tornaram-se patrimônio da população recém-chegada.

Em maio de 1846, a colônia é elevada à categoria de freguesia sob a invocação de São Pedro de Alcântara. Este fato é extremamente relevante: o curto período de somente onze meses como colônia, e sua rápida elevação à freguesia, dá a dimensão da importância que a localidade adquirira.

Em 1857 Petrópolis é elevada à categoria de cidade.

A cidade, desde seu início, foi regulada por um planejamento que tinha como móvel ideológico hierarquizar e organizar o espaço, de modo tanto a viabilizar a cidade, quanto a de representar a monarquia.

Seu eixo inicial se dá a partir da residência do monarca, de onde se lançam suas duas primeiras ruas, a do Imperador e a da Imperatriz. Tendo o Palácio como ponto irradiador, Petrópolis é desenvolvida do centro para a periferia, estando neste aspecto em concordância com a maior parte das cidades brasileiras que, normalmente, têm este tipo de expansão. 


 

Nas palavras de Alcindo Sodré ‘Petrópolis nasceu com a construção do Palácio Imperial’. Como já foi dito, como polo irradiador, este era símbolo de hierarquia do monarca, sua representação mais clara, tendo sido também a primeira construção projetada especificamente para a residência de um chefe de estado no Brasil, permanecendo assim até a construção de Brasília.

A catedral São Pedro de Alcântara, que pertence ao plano Koeler enquanto implantação no tecido urbano, só teve seu projeto definitivo bem mais tarde, em 1883, com construção iniciada em 1884, mesmo ano em que foi levantado o Palácio de Cristal.

Note-se que os dois palácios da cidade têm funções absolutamente distintas. Enquanto o Palácio Imperial visava atender à corte, como tradicionalmente são utilizados estes tipos de construções, o Palácio de Cristal destinava-se exclusivamente a exposições hortícolas (*) tendo, talvez, na arquitetura sua função maior, aquela de representar a modernidade na serra brasileira ainda durante século 19.

Estas três edificações são hoje as de presença mais forte na cidade, seja como marcos simbólicos do império, seja como referências arquitetônicas ou artísticas, na rica representação iconográfica de Petrópolis.


 

Salvo nos dias em que tinha de descer ao Rio, para dar audiência aos Ministros, o resto da semana o Imperador se deixava ficar na serra, entretido com o estudo dos negócios do Estado, ou com a leitura de seus autores prediletos. Duas vezes ao dia fazia uma longa caminhada a pé pelas ruas da pequena cidade, acompanhado em geral de um de seus camaristas, parando aqui ou alí para comprar um objeto, para saudar e dar dois dedos de prosa com um conhecido, e, não raro fazer uma visita. Nos últimos anos do Reinado, Petrópolis tornar-se-ia, pode-se dizer, a sua residência habitual.

Alí passou grande parte do ano, num silencio e num recolhimento que tão bem se casavam com a sua natureza reservada. E ficou de tal forma integrado na bela cidade da serra, que não se compreender Petrópolis sem a figura popular de seu criador, Dom Pedro II. Petrópolis para ele, (Imperador) era o Brasil que sonhava para o futuro.  

(*) Hortícolas - Espaço museológico que pretende valorizar o património material e imaterial de uma região ou de uma população, geralmente com a participação da comunidade local. (Dicionário Online Priberam de Português) 


 

Fonte: História de Dom Pedro II, fastígio. De Heitor Lyra | Brazil Imperial

 

(JA, Mar22)

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