Eugênio é um consultor especializado em organização administrativa
empresarial. Nos clientes para as quais presta consultoria, observou um número
cada vez maior de funcionários originários de outros países, imigrantes.
Tratam-se de pessoas que saíram de seus países de origem, coagidos pela falta
de segurança, acesso à educação, assistência médica, trabalho, moradia,
liberdade de expressão, e, às vezes, até a produtos básicos. Para eles,
deixar tudo para trás, não foi uma opção, foi uma necessidade.
Naturalmente, esses imigrantes com os quais Eugênio teve
oportunidade de conversar, não tinham condições ideais para se instalar com
facilidade no novo país. Então, independentemente de sua formação,
qualificações, se sujeitavam e aproveitavam a primeira oportunidade que lhes
era oferecida - pela indústria e comércio locais, ou pelo governo, entidades
assistenciais e filantrópicas, à espera do surgimento no futuro de melhores
alternativas.
Os primeiros tempos não eram fáceis – tinham dificuldade para se adaptar à nova cultura, idioma, de serem aceitos como iguais. Provavelmente somente seus filhos e descendentes, com muito esforço e se tudo desse certo, poderiam desfrutar da qualidade de vida que eles buscavam quando resolveram partir.
O fluxo imigratório é recorrente, e cada vez maior. Todos os países alvo desses imigrantes se ressentem com o problema que eles representam, principalmente a partir de 2018 quando, por diversos motivos, observou-se um crescimento da procura. A maioria não está preparada para recebê-los dignamente, e não querem que seus habitantes nativos tenham redução da qualidade de vida que desfrutam, normalmente obtida com muito custo. As medidas que cada país está tomando para se proteger dessa ‘invasão’, muitas vezes são discriminatórias, desumanas.
A propósito, uma matéria que chamou a atenção de Eugênio foi uma que trata do caso de 800 mil imigrantes que foram para os EUA quando eram crianças, cujos pais obtiveram na época autorização para trabalhar, e que, atualmente, depois de quase 30 anos no país, correm o risco de serem deportados – vídeo link abaixo.
Os primeiros tempos não eram fáceis – tinham dificuldade para se adaptar à nova cultura, idioma, de serem aceitos como iguais. Provavelmente somente seus filhos e descendentes, com muito esforço e se tudo desse certo, poderiam desfrutar da qualidade de vida que eles buscavam quando resolveram partir.
O fluxo imigratório é recorrente, e cada vez maior. Todos os países alvo desses imigrantes se ressentem com o problema que eles representam, principalmente a partir de 2018 quando, por diversos motivos, observou-se um crescimento da procura. A maioria não está preparada para recebê-los dignamente, e não querem que seus habitantes nativos tenham redução da qualidade de vida que desfrutam, normalmente obtida com muito custo. As medidas que cada país está tomando para se proteger dessa ‘invasão’, muitas vezes são discriminatórias, desumanas.
A propósito, uma matéria que chamou a atenção de Eugênio foi uma que trata do caso de 800 mil imigrantes que foram para os EUA quando eram crianças, cujos pais obtiveram na época autorização para trabalhar, e que, atualmente, depois de quase 30 anos no país, correm o risco de serem deportados – vídeo link abaixo.
Por essa e outras noticias, que confirmavam que os imigrantes eram em número cada vez maior e que, principalmente, devido ao volume e discriminação, estavam tendo cada vez maiores dificuldade de entrar e permanecer vivendo em outros países, Eugênio começou a desenvolver uma ideia para solução ou minimização desse problema, uma ideia que, idealmente, pudesse ser conveniente para todos os envolvidos.
Problema
Alguns países, por diversos motivos, não conseguem proporcionar condições de uma vida cidadã para seus povos, e, independentemente do esforço aplicado, ou pela falta de, não conseguem se recompor. Seus habitantes, por falta de opção, são levados a imigrar para outros países buscando uma vida melhor. Eles sempre haverão de existir. O que fazer?
Solução
Considerando que a maioria dos países, embora não tenha condições ou interesse em receber esses imigrantes, se sensibilize com o problema, por que não desenvolver um projeto comunitário para solução? Esse projeto deveria prever:
Alguns países, por diversos motivos, não conseguem proporcionar condições de uma vida cidadã para seus povos, e, independentemente do esforço aplicado, ou pela falta de, não conseguem se recompor. Seus habitantes, por falta de opção, são levados a imigrar para outros países buscando uma vida melhor. Eles sempre haverão de existir. O que fazer?
Solução
Considerando que a maioria dos países, embora não tenha condições ou interesse em receber esses imigrantes, se sensibilize com o problema, por que não desenvolver um projeto comunitário para solução? Esse projeto deveria prever:
Ø
Disponibilização
de uma área para esse fim.
Ø
Organização
de uma administração para esse território.
Ela
seria desenvolvida em conjunto pelos países conscientes do
problema, e que tivessem interesse em participar de uma ação
para solução.
Essa
administração deveria prever uma Administração Central, para coordenação de
diversos departamentos a serem criados, sendo que a cada um deles caberia a
responsabilidade de prever e cuidar de:
§ Economia e Finanças
§ Moradia
§ Educação
§ Comunicação
§ Saúde
§ Segurança
§ Desenvolvimento
§ Indústria e Comércio
§ Justiça
§ Controle
ØA disponibilização pelos países membros de uma contribuição
financeira correspondente a uma porcentagem, a ser
estipulada, de seus respectivos PIB’s, até o
novo país conquistar a sua independência financeira.
Eugênio entendeu que esse território / país deveria ter um nome
que definisse o seu propósito, e chegou num que, ao seu ver, atendia:
‘OMNIA’
Essa palavra, ‘Omnia’,
é de origem latina e traduzida significa 'Todo(s)’
- um significado que tem tudo a ver com a sua proposta:
criação de um país ‘De Todos', ou
'Para Todos'.
Esse país deveria ser estruturado de forma a poder
proporcionar aos seus novos habitantes a melhor condição de vida possível. E
esse deveria ser o mesmo objetivo para cada departamento criado, sob a
coordenação da Administração Central OMNIA - ADOM .
Inicialmente, deveria ocorrer a instalação de indústrias de ponta
nesse território, trazendo e implantando ali o que houvesse de melhor em cada
um dos países membros. Seriam indústrias cujos produtos fossem ao encontro da
expectativa, necessidade, dos consumidores de todo o planeta, e que ainda não
estivessem sendo disponibilizados na quantidade suficiente para atender à
demanda, dada à dificuldade de sua produção, na qualidade e quantidade ideal,
por conta do material, tecnologia e mão de obra envolvidos.
Para viabilização, a ADOM inicialmente
recrutaria especialistas competentes, que seriam contratados, alojados e
remunerados no novo país.
Conforme fosse sendo definida a necessidade de mão de obra para
trabalhar nas fábricas e nos diversos departamentos da ADOM,
seria feita uma seleção entre os candidatos interessados em
imigrar, previamente inscritos, para exercer a função requerida. Os
selecionados seriam convocados para avaliação final pelo departamento de RH
da ADOM, e pelos representantes das indústrias.
Após avaliação final e aprovação, haveria a concessão da liberação de entrada
no país para os selecionados. A cidadania seria provisória por até 10
anos, quando então seria feita nova avaliação por esses mesmos órgãos, e
liberação definitiva, em caso de aprovação.
A ADOM, após a liberação de entrada, providenciaria o que fosse
necessário para viabilizar sua estadia – transporte, moradia. Além disso, eles
teriam direito, para si e seus familiares, à educação, saúde e financiamento da
casa própria, compatível com o salário atribuído à função que iriam exercer.
Eugênio tinha consciência de que o desenvolvimento econômico de qualquer país, é apenas o outro nome do aumento da produtividade do trabalho. Ele depende do aumento persistente da quantidade de bens de produção que, alocado a um trabalhador, lhe aumenta a produtividade.
Eugênio tinha consciência de que o desenvolvimento econômico de qualquer país, é apenas o outro nome do aumento da produtividade do trabalho. Ele depende do aumento persistente da quantidade de bens de produção que, alocado a um trabalhador, lhe aumenta a produtividade.
K = Estoque
de Capital, representado pelo conjunto dos bens de produção -ferramentas,
máquinas, infraestrutura
L = Trabalhador
Y = PIB
Portanto, há uma estreita dependência entre a produtividade da mão de obra (Y/L),
e o capital médio alocado a cada trabalhador (K/L).
E, como consequência é fácil inferir que:
‘Só há desenvolvimento se o estoque de capital (K) crescer mais depressa do que o número de
trabalhadores (L)’
Diante disso, em princípio, tudo o que fosse instalado em OMNIA
deveria ser o que houvesse de mais adiantado no planeta:
Tecnologia, Equipamentos, Sistemas, etc. visando a obtenção do maior estoque de
capital possível, com o menor número de trabalhadores. Embora o custo inicial
fosse elevado, garantiria o alcance e manutenção do padrão de vida ideal para
os trabalhadores, além de permitir diluir rapidamente o custo inicial aplicado
para implantação.
Essa pretensão fica mais viável quando se considera que o que for ali produzido será de última geração, e, em consequência, deverá despertar interesse de aquisição em todo o mundo, proporcionando um rápido retorno dos investimentos.
Essa pretensão fica mais viável quando se considera que o que for ali produzido será de última geração, e, em consequência, deverá despertar interesse de aquisição em todo o mundo, proporcionando um rápido retorno dos investimentos.
No finalmente, a aceitação dos seus produtos no curto e médio
prazo exigirá uma maior produção, maior necessidade de novas instalações e mão
de obra, num processo positivo recorrente, sem fim.
A ideia em si, aparentemente era excelente. Entretanto, Eugênio
não sabia como viabilizar, colocá-la em prática. Definiu que o primeiro e mais importante
passo, seria definir como conseguir o espaço necessário para implantação do
novo país. Além disso, seria necessário evitar o que aconteceu
quando da implantação do Estado de Israel que, apesar de solucionar um problema
centenário, criou conflitos étnicos que perduram até hoje, passados 70
anos.
Antes de pleitear pelo espaço, seria necessário definir seu
tamanho ideal. Considerou então a quantidade de imigrantes recebidos por países
hospedeiros nos últimos cinco anos. Com base nesse número, dando uma margem
adicional de 20%, pode estabelecer a quantidades de habitantes iniciais, com tudo
o que esse volume implicava para proporcionar a eles uma condição de vida
equivalente à dos países mais evoluídos.
Venda da Ideia
Como vender a ideia? Embora o objetivo fosse algo indiscutível,
envolvia a administração de muitos e variados interesses, nem sempre tão nobres. Imaginou
que poderia contar com a participação de muitos países, principalmente os mais
ricos. Eles teriam muito a ganhar participando, colaborando, para o
sucesso do empreendimento, pois eles eram os maiores alvos da onda imigratória
atual.
Seria uma forma de evitar a invasão descontrolada de seus países
pelos imigrantes, ou a necessidade desumana de barrar a sua entrada - com as
consequências que estamos tendo oportunidade de acompanhar pelo noticiário:
agentes inescrupulosos se aproveitando do desespero dessas pessoas para vender
o que não têm condições de cumprir, mortes, ilegalidades de toda ordem –
problemas.
Eugênio tinha um conhecido que era um representante influente na ONU
e, através dele, encaminhou um projeto básico do seu plano. Inicialmente
deveria ser apreciado por cada um de seus membros, e posteriormente, caso
houvesse interesse da maioria, ser avaliado e aprovado em uma Assembleia Geral.
E assim foi feito.
Logo em seguida, surgiram vários questionamentos dos membros, principalmente quando a definição de atribuições e responsabilidade de cada um. Eugênio respondeu como pode. Entretanto, como colocou, a maioria das definições deveria ser estabelecida em conjunto com os participantes, considerando, principalmente, suas qualificações e interesse.
Logo em seguida, surgiram vários questionamentos dos membros, principalmente quando a definição de atribuições e responsabilidade de cada um. Eugênio respondeu como pode. Entretanto, como colocou, a maioria das definições deveria ser estabelecida em conjunto com os participantes, considerando, principalmente, suas qualificações e interesse.
Algum tempo depois recebeu a informação de que fora agendado um
encontro entre os representantes dos países membros, quando então ele poderia
apresentar sua proposta.
Eugênio compareceu, foi recebido com muito ceticismo e comentários
jocosos. Houve até alguém que colocou que ao invés de ‘OMNIA’
o novo país deveria se chamar ‘Utopia’. Mas, ao final, diante das colocações,
todos ficaram convencidos da validade da ideia, embora pouco viável, de difícil
execução.
Eugênio insistiu para que o sonho e a esperança fossem mantidos, e
que o objetivo seria alcançado, caso houvesse a colaboração de todos. Ele se
dispôs a fazer encontros individuais com os representantes para poder ajudar a
dar corpo à ideia, de acordo com a possibilidade e interesse de cada país.
E assim foi. Quanto ao local, concluíram que o ideal seria que
fosse uma área depreciada atualmente, pouco habitada, cujo país detector da sua
posse não tivesse interesse ou condições ou interesse em promover seu
desenvolvimento.
Para estimular a cessão, esse espaço seria avaliado por
especialistas e pago um valor mensal ao país cedente, a ser
arbitrado, enquanto fosse necessária a contribuição dos países membros.
Essa receita seria utilizada para seu desenvolvimento, obedecendo a um
plano estabelecido em conjunto, e previamente aprovado.
Além disso, esse país poderia compartilhar das vantagens que
seriam oferecidas aos países cotistas, responsáveis pela implantação,
desenvolvimento e manutenção do ‘OMNIA’,
inclusive podendo indicar um seu representante para participar do parlamento,
em igualdade de condições com os demais.
Local
Concluíram que as exigências /
necessidades previstas para implantação do novo país era que ele deveria:
o
Ter a
dimensão aproximada de 25000 Km²
o
Que a área
fosse apropriada para agricultura e agropecuária
o
Ser
litorâneo, ou de fácil acesso ao mar
o
Ter condições
para implantação de um sistema de geração de energia
o
Que seu clima
fosse ameno
Em seguida, foi feita uma consulta / concorrência internacional.
Vários países cogitaram em se candidatar para fazer a cessão.
Nos países que se propuseram a liberar parte do seu território,
começaram a ocorrer manifestações populares contrárias. Os motivos alegados
eram:
¾
Esse espaço seria apenas o princípio de uma
ocupação futura de uma área maior. Inicialmente o alvo seriam os países
vizinhos e, em seguida, os demais, numa escalada recorrente.
¾
Os nativos do
país que cedesse o território seriam marginalizados pelo povo e
autoridades do novo país.
¾
Esse novo
país iria concorrer comercial e internacionalmente com o país cedente.
¾
O eventual e
provável sucesso e desenvolvimento do novo país, iria causar revolta
no povo do país cedente, onde muitos ainda continuariam vivendo em
condições precárias.
¾
Estimularia
uma onda imigratória da população do país cedente para o novo, prejudicando sua
própria recuperação, desenvolvimento econômico.
¾
E, muito
mais...
Coube a um representante do Parlamento, assessorado por Eugênio,
responder a todas essas questões, garantindo as boas intenções OMNIA,
e que o país cedente seria sempre respeitado, consultado antes de qualquer
decisão que o envolvesse. E que, além disso, seria o mais beneficiado pelas
vantagens que fossem alcançadas, dado exatamente à sua proximidade e relações
históricas.
Além disso, as normas constitucionais que estavam sendo
elaboradas, e que seriam postas em vigor após aprovação do parlamento, iriam
prever que a prioridade de atendimento das solicitações de imigração seria para
pessoas que estavam passando por dificuldades nos seus países de origem.
Os especialistas, técnicos de ponta para implantação do novo
estado, não seriam necessariamente imigrantes. Poderiam ser selecionados e
contratados por um período determinado, prevendo que, no futuro, caso se
interessassem, poderiam requerer a cidadania.
Aos poucos, a rejeição inicial foi diminuindo e as candidaturas
puderam ser feitas e avaliadas tecnicamente, sem nenhum outro viés.
Após avaliação dos candidatos, concluíram que a área mais interessante era a de um grande país Sul Americano. Essa área não tinha nenhuma infraestrutura, mas tinha recursos naturais que atendiam, poderiam facilitar sua ocupação, desenvolvimento.
Após avaliação dos candidatos, concluíram que a área mais interessante era a de um grande país Sul Americano. Essa área não tinha nenhuma infraestrutura, mas tinha recursos naturais que atendiam, poderiam facilitar sua ocupação, desenvolvimento.
Constituição
Foi definida então, em assembleia com participação de todos os
países que iriam participar do projeto, que, através de seus representantes
jurídicos, fosse elaborado o Estatuto da OMNIA,
a sua ‘Constituição’. Ela iria definir o objetivo da criação do novo
país, os direitos de seus cidadãos, bem como a composição, responsabilidade,
mandato do Parlamento, e da Administração Central e de cada um de seus
Departamentos.
Organização
De acordo com a Constituição, foi formalizada a composição do
parlamento - um representante de cada pais signatário e um do país cedente,
eleitos em seus respectivos países, para um mandato de 5
anos. Esses representantes elegeriam
alguém para liderá-los, ocupar o posto que, inicialmente, foi chamado de
Primeiro Ministro.
Encerrado seu mandato, eles seriam substituídos por outros nomes
indicados pelos seus respectivos países, e passariam a compor um Conselho.
O Conselho teria como propósito acompanhar o desempenho do
parlamento atual, fazer sugestões, aconselhar e dirimir dúvidas - sempre com o
objetivo de manter e aprimorar a proposta que fundamentou a criação do país.
Esses representantes do Parlamento determinariam também qual deles
iria ocupar a chefia da Administração Central OMNI
- ADOM que, por sua vez, escolheria as chefias dos diversos
departamentos.
A duração do mandato da chefia da ADOM seria também
por um período de 5 anos, podendo ser renovável por até um mandato. No caso de sua
gestão cometer alguma ilicitude, ou que fugisse do objetivo fundamental do
país, ele poderia ser exonerado mediante decisão da maioria do Parlamento.
Houve a escolha do nome do representante que iria ocupar o posto
de chefia da ADOM que, por sua vez escolheu as chefias dos diversos departamentos.
A Eugênio não foi atribuída nenhuma função executiva. Entretanto,
ele foi contratado, dentro de sua especialidade, para elaborar um projeto organizacional
administrativo para implantação inicial do parque industrial e comercial OMNIA,
já prevendo sua futura expansão.
Implantação
Nas próximas décadas, a Inteligência Artificial - IA,
a impressão 3D, e outras inovações, automatizariam centenas de milhões de
tarefas humanas. E, ao mesmo tempo, surgiriam novos tipos de emprego e novas
fontes de riqueza. No entanto, o problema central é que a divisão de perdas e
ganhos não seria isonômica. Haveria mais oportunidades, por exemplo, para
engenheiros de software, mas menos para trabalhadores da indústria têxtil e
motoristas de caminhão, especialmente em nações pobres.
Diante disso, para definição das indústrias que seriam implantadas
nesse espaço, foi considerado como princípio que o fosse priorizada a produção
de bens que fossem úteis para os países mais carentes, para os quais os preços
seriam mais acessíveis do que para os demais.
Assim, OMNIA estaria contribuindo para o desenvolvimento e progresso desses
países, criando condições para manutenção de seu povo e, consequentemente,
reduzindo do interesse, a necessidade, de imigração de seus
habitantes.
Considerando a importância cada vez maior da IA
na produção de bens, foi decidido investir nesse setor para utilizá-lo nas
indústrias a serem implantadas. Dada à importância dos meios de
transporte em todos os ramos de atividade, e ao volume de produção prevista,
foi dado prioridade à criação de facilidades nessa área, observando que não
comprometesse o meio ambiente. Dentro dessa ótica, seriam também desenvolvidos
projetos para otimização da produção agropecuária e de abastecimento.
A divulgação do projeto e a previsão sua implantação
conquistou e entusiasmou milhares de pensadores, idealistas, no mundo inteiro.
Eles o consideraram como sendo uma oportunidade de promover uma
sociedade ideal, que ainda não havia sido alcançada. Ainda havia muito
sofrimento desnecessário, que poderia ser evitado se fosse feito o que
precisava ser feito.
Entretanto, um dos requisitos para se tomar as decisões certas
era se ter uma visão realista da situação, sem a influência de
interesses de ordem pessoal, regional ou ideológica.
Eles assumiram que a OMNIA
não pretendia atender a interesse nenhum, a não ser cumprir o seu propósito
humanitário. A maioria entendeu que o sucesso dessa ideia seria o que de melhor
poderia acontecer.
Grandes empresas dos países membros manifestaram interesse em instalar
unidades produtivas no novo país, e apresentaram suas propostas para avaliação
de interesse.
A infraestrutura para dar início foi implantada, e os primeiros
recrutados e suas famílias foram recebidos e instalados.
Nos anos seguintes, com a receita que passou a ser gerada houve
possibilidade da redução dos aportes iniciais dos países membros.
Cerca de uma década depois OMNIA
atingiu seu ponto ideal de atuação, previsto na sua criação, bem como a sua
independência financeira. A
partir de então, o aporte que os países que participaram da sua criação e
administração ainda faziam, tornou-se desnecessário, e foi cancelado.
Seus especialistas e técnicos estavam organizados em associações, por tipo de
atividade, com a finalidade de buscar de forma recorrente otimização
tecnológica e produtiva.
Foi criada uma equipe de Conselheiros que, mediante demanda, atualmente avaliam
países com algum tipo de dificuldade, e propõe soluções. E, bem fundamentadas,
financeira, técnica e socialmente, acabam sendo aceitas e implantadas,
contribuindo assim para superação dos seus problemas.
Pouco a pouco OMNIA
foi conquistando um papel incontestável de liderança em todos os campos de
atuação. Seus resultados atraiam cientistas e especialistas de toda parte,
interessados em conhecer, em assimilar, a alcançar o seu nível, fruto da
esperança, fé e trabalho de muita gente. Um sonho que, racionalmente, parecia
impossível, mas que se tornou realidade.
Para estimular a colaboração internacional entre os países, foi proposta e
aprovada uma emenda constitucional que previa a possibilidade de países
ainda não membros, que comprovadamente tivessem auxiliado de forma
significativa um outro país para superação de dificuldades, ou para o seu
desenvolvimento, poderiam reivindicar a indicação de um nome para representá-lo
no parlamento OMNIA, com as mesmas
prerrogativas dos demais representantes.
Essa e outras medidas promoveram o
aceleramento da implantação generalizada de tecnologias que antes eram
restritas a esse ou àquele país, facilitando a otimização dos processos
relacionados com Educação, Saúde, Segurança e Produção.
Os países democráticos e em desenvolvimento, como era de se
esperar, foram se tornando autossuficientes, o que acabou por evitar que
as pessoas necessitassem deixar seu país de origem por falta de condições
locais para uma vida digna.
Refletindo sobre o resultado de sua ideia, Eugênio concluiu que a
principal razão do sucesso OMNIA veio
confirmar uma sua antiga teoria:
'Todo empreendimento, para ser bem sucedido, não deve ter como
objetivo principal a obtenção de lucro ou poder. Esse objetivo deve ser uma
causa, cuja realização virá atendar aos anseios, à necessidade, do público
alvo'.
Foi o que aconteceu. A criação OMNIA
teve como objetivo atender a uma causa nobre e desprendida. Esse objetivo foi
atendido. Criou e proporcionou condições de um padrão de vida decente para
milhões de pessoas que, antes, viviam miseravelmente em seus países de origem,
ou eram exploradas, discriminadas, nos países para onde foram como imigrantes.
Seu exemplo serviu também para minimizar o nacionalismo, comum no passado, e fomentar o liberalismo. O liberalismo que se caracteriza pelo desapego a dogmas - muitas vezes ideológicos e obsoletos, estimulando a implantação de uma administração flexível, que tenha por meta buscar o que for melhor para todos.
Seu exemplo serviu também para minimizar o nacionalismo, comum no passado, e fomentar o liberalismo. O liberalismo que se caracteriza pelo desapego a dogmas - muitas vezes ideológicos e obsoletos, estimulando a implantação de uma administração flexível, que tenha por meta buscar o que for melhor para todos.
As fronteiras foram perdendo seu sentido original e, como
resultado, houve uma integração maior entre as nações, que passaram a se ajudar
mutua e desinteressadamente, buscando o bem comum.
Quem sabe, algum dia, o planeta Terra também será conhecido como OMNIA.
'Não tenha medo de viver, de correr atrás dos sonhos. Tenha medo
de ficar parado'. Anita
Garibaldi