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Laudo Natel


Ex-governador de São Paulo, empresário, presidente do São Paulo Futebol Clube, morre aos 99 anos

Laudo Natel, últimos anos

O ex-governador de São Paulo, empresário e dirigente esportivo Laudo Natel morreu na manhã desta segunda-feira (18), aos 99 anos. A causa da morte não foi divulgada.

Ele presidiu o São Paulo entre 1958 e 1970, período marcado por um jejum de títulos oficiais que durou do primeiro ano de gestão até 1969. Mas isso não impediu que o dirigente se tornasse patrono do clube do Morumbi, considerado por muitos o maior presidente de sua história. O estádio, chamado oficialmente Cícero Pompeu de Toledo, e a epopeia de 18 anos que foi sua construção, estão por trás do status quase lendário de Natel entre são-paulinos. ‘Nosso eterno agradecimento a uma das figuras mais importantes da história de nosso clube pelas décadas de amor incondicional às nossas cores’, afirmou o representante. O clube decretou luto de três dias.

O São Paulo tem todos os motivos para chorar pela partida de seu patrono. É o fim concreto de uma era, cujos valores já haviam terminado. O São Paulo de hoje não tem sonhos. E, se tiver, não tem quem os realize. Mal paga suas dívidas.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse em uma rede social que recebeu com tristeza a notícia. Para ele, o ex ocupante do cargo ‘foi um permanente defensor do estado de São Paulo, nas várias funções que exerceu na vida pública, e na iniciativa privada'.

‘Aos familiares e amigos, nossos sinceros sentimentos’, afirmou o tucano.

Biógrafo do ex-governador, o jornalista Ricardo Viveiros disse em uma rede social que Natel ‘foi um pequeno grande homem, simples, ético, capaz, trabalhador, elegante, sensível e de larga visão como empreendedor".

Viveiros, que publicou em 2010 o livro ‘Laudo Natel: Um Bandeirante’, afirmou ainda que o político, ‘em duas gestões como governador em tempos sombrios, transformou o estado de São Paulo, antecipando o futuro’.



Sua carreira política começou tarde e foi impulsionada, em grande parte, por seus êxitos nos negócios. Filho de um administrador de fazendas, Natel nasceu em São Manuel (SP), em 14 de setembro de 1920.

Quando seu pai morreu, em 1937, ele desistiu de tentar estudar direito e começou a trabalhar como funcionário do Banco Noroeste, em Pirajuí (SP). Lá conheceu sua mulher, Maria Zilda - com quem teria dois filhos, Ivan e Maurício.

No Noroeste ele se tornou amigo de Amador Aguiar, gerente da agência de Lins (SP), com o qual trabalhou como sub contador. 

Quando o Bradesco foi fundado, em 1943, na cidade de Marília (SP), Amador foi convidado para dirigir o banco, e convenceu Natel a acompanhá-lo.

Mudou-se para São Paulo em 1945, quando a sede do Bradesco foi transferida para a capital, e no ano seguinte tornou-se sócio do São Paulo Futebol Clube.
Natel estudou economia na USP e, em 1950, aos 30 anos, tornou-se um dos diretores do Bradesco. Dois anos depois, assumiu também o Departamento de Finanças do São Paulo.

Administrador de Empresas, Economista e Executivo Financeiro, Laudo Natel foi Diretor da Associação Comercial de São Paulo, Diretor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), e Presidente da Comissão Bancária do Conselho Monetário Nacional.

Governador do estado de São Paulo entre 1966 e 1967; e depois de 1971 até 1975 - durante a ditadura militar. Laudo Natel ofereceu aos paulistas uma administração de muito trabalho e progresso!

Entre tantos feitos importantes, Laudo Natel iniciou a construção do Metrô em 1968, implantou a Cesp, Cetesb e Sabesp, além do primeiro trecho da Rodovia dos Imigrantes.

Entretanto, sua influência política desapareceu com a ascensão de seu ex-secretário Paulo Maluf - que o derrotou na convenção da Arena que o indicou como o candidato do partido a governador, em 1978.

Mas foi no futebol que seu nome ganhou maior notoriedade. Arrojado e austero, Laudo Natel foi um dos responsáveis pelo surgimento das obras do Estádio do Morumbi.

Quando assumiu o cargo de diretor financeiro, em 1952, tinha compromisso com o presidente Cicero Pompeu de Toledo de ficar apenas por uma gestão, até sanar as dívidas e superar a difícil situação financeira que vivia o clube naquele momento. Ficou no cargo por seis anos, e o sucesso no equilíbrio das contas, o levou para assumir a presidência do clube em 1958.

Ocupou a cadeira de presidente no período compreendido entre os anos de 1958 e 1972. De junho de 1966 até janeiro de 1967, Manoel Raymundo Paes de Almeida ocupou a presidência na condição de interino.

Por ter ocupado em duas ocasiões o posto de governador do estado de São Paulo, Natel conviveu por décadas com os dedos apontados por torcedores rivais, que o acusavam de ter favorecido o clube tricolor na articulação da doação de um terreno pertencente à Prefeitura para a construção daquele que foi anunciado como o maior estádio particular do mundo. A história, entretanto, não é bem assim.

O terreno onde seria erguida a casa são-paulina foi cedido ao clube em 1952, seis anos antes de Natel ser eleito presidente, e 11 anos antes ser nomeado vice-governador do estado, em 1963 (depois disso, seria o governador em dois mandatos). O dono da maior parte do terreno e autor da doação —o clube comprou áreas adicionais no decorrer dos anos seguintes— era um ente privado: a Imobiliária Aricanduva S.A.

O que de fato acontecia é que o terreno, embora fosse de propriedade da Aricanduva, estava loteado pela Prefeitura para a construção de um pequeno parque, em uma espécie de plano diretor da época. A área era repleta de vegetação e pouco urbanizada - a construção da arena foi de fato uma mudança de finalidade, mas que só viria a ser contestada décadas depois.

A realidade do São Paulo no início da década de 50 era bem diferente da atual, e ainda mais distante da que levou o clube a se auto intitular soberano em meados dos anos 2000. Dificuldades financeiras eram constantes, e o principal ativo era um terreno adquirido na década anterior: o Canindé, que hoje pertence à Portuguesa.

Homem de finanças, Natel foi funcionário do Banco Noroeste e do Banco Brasileiro de Descontos, que se tornaria o Bradesco, e, no São Paulo, um dos apoiadores de uma ideia ousada: vender o Canindé para sanar as finanças do clube. A ideia se concretizou, e Wadih Sadi, conselheiro, participou da compra.

Em 1956, o terreno passaria a ser da Portuguesa. Parte dos valores da venda foi utilizada em materiais de construção para do estádio do Morumbi, com projeto do arquiteto Vilanova Artigas.



A pedra fundamental do estádio veio ainda em 1952, mas, pelas limitações orçamentárias, as obras transcorreram de forma lenta até 1958, quando Natel assumiu a presidência do clube. O Morumbi que foi inaugurado em 1960 era, na verdade, ainda um esqueleto do gigante estádio. Sua construção foi uma epopeia e, àquela época, nem mesmo havia chegado a sua metade.

Sem dinheiro, Natel precisou recorrer a métodos inusitados para concluir a faraônica obra iniciada em 1952. Enquanto ainda era jogador profissional e ídolo são-paulino, o goleiro José Poy ia de porta em porta negociar a venda de cadeiras cativas no Morumbi —como jogador e, a partir de 1964, como treinador, Poy vendeu, pessoalmente, um número estimado em 8 mil cadeiras.

O próprio Laudo Natel também precisou colocar a mão na massa. Para fixar os assentos dessas cativas e das numeradas no estádio, o presidente atuou como garoto-propaganda da empresa fabricante de pregos e parafusos. Em troca, recebeu algo em torno de 400 mil unidades.

Aos poucos, ao longo de todo seu mandato, Natel viu o estádio se aproximar de sua conclusão. O futebol, entretanto, sofreu com o foco intenso do São Paulo na edificação. Dos 18 anos de obra, foram 12 sem títulos oficiais, 11 deles na gestão de Natel. O presidente deixou o cargo em 1970, mas com estádio concluído.




Cícero Pompeu de Toledo era o presidente durante a idealização do Morumbi. Permaneceu no cargo até precisar ser afastado por problemas de saúde, e viu a casa são-paulina ser batizada com seu nome em 1956 —ele morreria em 1959. Natel, por sua vez, deu nome ao centro de formação de jogadores de Cotia, inaugurado em 2005.

Segundo Natel, o Morumbi (que custou cerca de US$ 70 milhões) foi integralmente pago por meio de campanhas, sorteios, venda de cadeiras cativas e de títulos patrimoniais. Mas o clube também recebeu recursos da Prefeitura de São Paulo (em 1956), e do governo estadual (de 1956 a 1958), que somaram US$ 3 milhões.



Natel, a partir de 1958, além da presidência do São Paulo Futebol Clube, passou também a assumir diversos cargos em organismos empresariais —como diretor da Associação Comercial de São Paulo e do Sindicato dos Bancos de São Paulo.

Em 1961 foi convidado para ser candidato a vice-governador, no ano seguinte. Na época as eleições para governador e vice eram separadas. O governador Carvalho Pinto (PDC) lançou seu ex-secretário José Bonifácio Coutinho Nogueira. Como candidato a vice, a coligação lançou Natel.

A eleição ao governo se polarizou entre Jânio Quadros (PTN) e Adhemar de Barros (PSP), que venceu por pequena margem (1.249.414 votos a 1.125.941). Mas, para vice, Natel ganhou com 1.200.807 votos, contra 944.604 de Faria Lima (vice de Jânio) e 543.411 de Teotônio de Barros (vice de Adhemar).

Após a posse, Natel se aproximou do governador - que apoiou abertamente a deposição do presidente João Goulart, em 1964. Em 1965, ainda como vice de Adhemar, Natel concorreu à Prefeitura de São Paulo pelo PR, mas perdeu para o janista Faria Lima: este teve 452.162 votos, contra 198.222 de Natel.

Após vários desentendimentos com o governo federal, Adhemar teve seu mandato cassado em 5 de junho de 1966. O general Castello Branco permitiu a posse de Natel, com a condição de que este aceitasse os nomes indicados pelo Planalto para a Secretaria de Fazenda (Delfim Netto) e para o comando da Força Pública (João Baptista Figueiredo).

Natel concordou e assumiu no dia 6 de junho. Ficou no cargo até 31 de janeiro de 1967. Nesse período, reuniu as 11 usinas hidrelétricas de São Paulo na Cesp (Companhia Energética de São Paulo) e melhorou as finanças estaduais.

Findo seu mandato, Natel se preparou para disputar a próxima eleição para o cargo, intensificando suas idas ao interior. Mas as eleições para governador continuaram sendo feitas de forma indireta, e na prática a decisão cabia ao presidente.

Em 1969, quando ainda presidia o São Paulo, ele convidou o general Costa e Silva para a inauguração do estádio do Morumbi, em 1970. Com a doença e morte do presidente, o general Emílio Médici assumiu o cargo.

Laudo Natel decidiu convidá-lo: ‘Eu fiquei até em dúvida se devia convidar o Médici, porque já tinha convidado o Costa. Depois eu raciocinei: não estou convidando propriamente a pessoa, estou convidando o presidente. Então ele veio’.



Estádio Cícero Pompeu de Toledo, ou Estádio do Morumbi

Segundo Natel, os assessores de Médici temiam que ele fosse vaiado: ‘O Morumbi estava lotado, e eu quis que ele entrasse comigo dentro do estádio. A segurança dele, o pessoal de assessoria temia que ele pudesse ser vaiado. Falei: Presidente, pode entrar tranquilamente porque eu não posso ser vaiado hoje, e o senhor vai entrar comigo. Ele entrou e, para sua surpresa, foi uma ovação. Cento e dez mil pessoas de pé, aclamando’.

Na opinião de Natel, esse fato contribuiu para sua escolha como governador, em 1970: ‘Não sei se ele se impressionou também um pouco com isso, o fato é que um dia recebo um telefonema dele e dizia: ‘Olha, eu tô lhe convidando pra ser governador de São Paulo, e não quero que o senhor agradeça essa indicação, porque eu cheguei ao seu nome, eu estou lhe convocando, pra repartir comigo uma responsabilidade’. E assim me tornei governador'.

Na realidade, apesar de contar com a rejeição do governador Abreu Sodré, Natel tinha o apoio de dois antigos auxiliares, que estavam com Médici: Delfim, então ministro da Fazenda, e Figueiredo, que chefiava o Gabinete Militar.

Natel deixou o cargo de diretor-gerente do Bradesco e assumiu o governo em 15 de março de 1971. Na sua segunda gestão, unificou a malha ferroviária paulista na Fepasa, criou a Sabesp, a Cetesb e a Unicamp, inaugurou as primeiras estações do Metrô de São Paulo, e investiu na ampliação das rodovias - setor a cargo de seu então secretário de Transportes, Paulo Maluf.

Tentou articular a prorrogação do mandato de Médici, mas fracassou. Com a posse de Ernesto Geisel na Presidência, em 1974, não teve nenhuma influência na escolha de novo governador - Paulo Egydio Martins.

Em abril de 1978, porém, após a definição do general João Baptista Figueiredo como novo presidente, o presidente Ernesto Geisel permitiu que seu sucessor escolhesse o candidato do Planalto ao governo de São Paulo. Figueiredo indicou Natel. Contrariado, o governador Paulo Egydio não o apoiou.

Confiante na indicação do Planalto, Natel praticamente não fez campanha: seus assessores logo recolheram um abaixo-assinado, com o apoio de 876 convencionais.

Enquanto isso, seu ex-secretário Paulo Maluf fez questão de visitar todos os delegados da Arena no Estado. Na convenção do partido, realizada em 4 de junho de 1978, Maluf derrotou Natel por 617 votos a 589.

Natel recorreu à Justiça, alegando que Maluf era inelegível porque era acionista da Fiação e Tecelagem Lutfala, empresa que estava sob intervenção. Mas o recurso foi derrotado no Tribunal Superior Eleitoral por 4 votos a 2.

Aliados de Natel acreditavam que Geisel poderia usar o AI-5, ainda em vigor, para cassar Maluf, mas o presidente nada fez —e Maluf foi eleito governador, indiretamente, em 1º de setembro de 1978.

Em 1982, Natel ainda tentou ser indicado candidato a governador de São Paulo pelo PDS, mas foi derrotado na convenção do partido por Reynaldo de Barros, que tinha o apoio de Maluf.

Depois disso, dedicou-se apenas a suas atividades no setor privado, como diretor da Companhia Sul-América de Seguros.​

A Prefeitura de São Paulo tentou, em 2016, retomar o terreno do Morumbi através de uma ação judicial. O argumento era de que a área estava destinada à construção de um parque. Ao abrigar um estádio, houve, então, um desvio da finalidade estabelecida pelo município na década de 50.

O São Paulo foi vitorioso em duas instâncias. A última decisão, do Tribunal de Justiça de São Paulo, é de 2019, e afirma que qualquer direito que a Prefeitura pudesse vir a ter já é alvo de prescrição, uma vez que quase 70 anos se passaram desde a doação do terreno e o início das obras.

A decisão, proferida por desembargadores da 6ª Câmara, também confirma que o doador do terreno era um ente privado, e afirma que ele nunca teria pertencido efetivamente à Prefeitura. Ainda que fosse, o prazo para uma eventual reclamação é retomada seria de 20 anos, e não houve nenhuma manifestação nesse sentido entre 1952 e 2016.





Fonte: Mauricio Puls,  FSP  |   José Eduardo Martins e Pedro Lopes, UOL Esporte



(JA, Mai20)



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