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Ser Mãe


Hoje tomei meu chá e fiquei pensando em quantas vezes, desde que me tornei mãe, já escutei a frase: ‘não deixe de viver pelos filhos, pois eles um dia crescem’, como uma forma disfarçada de menosprezar a dedicação materna.

Cria-se o filho para o mundo, como se diz. As asas, as benditas asas. Eu sei, você sabe.
Não interromper a vida. Ideia curiosa essa já que ser mãe é viver eternamente de interrupções:
Por 9 meses, suspende o vinho.
Por aproximadamente 40 dias se interrompe a vida sexual.
Por muitas e muitas noites interrompem nosso sono, interrompem a reunião de trabalho, a ligação importante, a oportunidade profissional. Interrompem a poupança - porque juntar dinheiro fica difícil.
A gente interrompe as refeições e os banhos. Cancela os planos de viagens, as saídas com as amigas, as idas ao cabeleireiro.
A gente sente o coração quase parar de bater por conta da preocupação, e para de respirar a própria vida para respirar a deles.
Criar para o mundo. O que seria isso?
Suponho que minha mãe me criou ‘para o mundo’, sempre me dando asas. Fui conquistar esse mundão para o qual a minha mãe me criou.
Mas, a verdade é que eu nunca deixei de ser dela. Um pedaço dela. Um produto dela.
Então eu penso, enquanto tomo meu chá com lágrimas, e amargo as saudades que sinto da minha mãe, que os filhos não são do mundo. Nossos filhos são nossos! Eles vieram da gente, e voltam para a gente, de novo e de novo.
Mesmo estando longe, eles são nossos. Nossos pedaços. Nossos produtos. Os produtos de todas as nossas interrupções. Porque é na pausa que fortalecemos o vínculo, é na pausa que construímos as memórias.
É no pausar da vida, nesse incessante viver pelo outro, em meio às dores e sacrifícios que, como mulheres, muitas vezes nos vemos plenas; e mais do que isso, nos vemos mães.

Texto:  UA

(JA, Fev18)


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