Pular para o conteúdo principal

Meus 15 Anos



Já se passaram muitos anos desde então. Mas, aquele garoto que eu fui ainda vive na minha memória.
Ele era confiante – talvez por influência da minha mãe que sempre procurava nos fazer sentir melhor do que nós éramos de fato.

Embora tivesse consciência de minhas limitações  decorrentes da idade, situação financeira, etc., não tinha dúvida nenhuma de que, algum dia, iria conseguir superar tudo aquilo.
Conforme fui crescendo, independentemente de onde estivesse, sempre soube porque estava ali, e qual seria o próximo passo para chegar onde pretendia.  E, sem falsa modéstia, frequentemente cheguei.

Eventualmente encontro colegas com os quais compartilhei alguns momentos da minha vida, e comentando sobre aquela época, percebo que nossa percepção do que vivemos então é muito diferente.
Por exemplo, participei de um grupo de amigos do antigo Colegial que se encontrava todos os sábados na casa de um dos colegas, para jogar futebol de salão. A casa, para os meus padrões da época, era uma mansão, que ficava num bairro chique, distante de onde eu morava. O pai dele, participativo, passava a manhã nos vendo jogar, sentado numa mesa onde era colocado um lanche saboroso para nós tomarmos depois do jogo. Considerando o tipo de vida limitado em que eu vivia, aqueles momentos eram muito importantes, muito mais do que eram para eles, como pude constatar. Conversando especialmente com um deles – o filho do dono da casa -, que reencontrei ocasionalmente num cartório –ambos estávamos ali assinando uma escritura de compra de imóvel. Esse encontro foi significativo por si próprio, considerando que ele era filho de um empresário bem sucedido, rico; e, agora, passados alguns anos, estávamos numa situação de igualdade. Conversando com ele sobre aquele tempo passado, percebi que o que foi tão importante para mim, para ele era uma lembrança trivial, comum.

Numa outra situação, trabalhava num banco americano, onde tive oportunidade de conhecer uns caras que passei a admirar pelas pessoas que eram, e pelo que faziam no trabalho – uma atividade que eu considerava fantástica: eles organizavam a estrutura da empresa, e definiam o trabalho que cabia a cada setor e a sua interpelação. Pretendi ser transferido para o departamento deles, mas não foi possível. Segundo o seu diretor, aquela função era destinada para pessoas com diploma universitário, formados pelas melhores faculdades. Bem, eu tinha acabado de entrar na faculdade e, naturalmente, não deu. Mas, na minha classe da faculdade, havia um colega que trabalhava nessa mesma área, numa outra empresa, a empresa ‘A.  Fiz que fiz,  e ele, certamente por cansaço,  conseguiu uma entrevista para mim. Acabei sendo admitido para trabalhar na área. Aqueles anos trabalhando lá foram fundamentais para minha futura carreira profissional. Após alguns anos, por conta da experiência que havia adquirido, consegui ser admitido numa multinacional alemã, fazendo aquilo que gostava de fazer. Muitos anos mais tarde, encontrei um daqueles colegas da empresa ‘A’, e comentei com ele como foi interessante o trabalho que fazíamos lá. Ele discordou totalmente; disse que foi a pior época de sua vida profissional.  Por que será? Por que duas pessoas que viveram o mesmo momento, tiveram dele uma percepção tão diferente?
A resposta a essa pergunta só fui encontrar muito tempo depois. Senti o que senti porque, estivesse onde estivesse, sempre tinha um motivo, um objetivo definido, a alcançar em seguida. O lugar, as circunstâncias atuais, onde estava, faziam parte desse plano e,  independente do que significavam para a maioria, do meu ponto de vista, eram válidos porque iriam viabilizar a alcançar em seguida o que pretendia.  

Assim, concluí, tudo o que tivermos oportunidade de viver pode ser importante, significativo, interessante, desde que tenha um propósito, faça parte de um plano maior, que deverá nos levar a cumprir o nosso destino idealizado.
Dentro desse contexto, olhando para trás, comparativamente ao meu presente, embora saiba que ainda há caminhos a percorrer, a par de algumas dificuldades, de alguns sucessos, de algumas frustrações - que sempre farão parte da nossa vida, continuo me sentindo bem, e otimista. Sei o que pretendo, e tenho definido meu próximo passo, objetivo.


“O mundo ideal só existe na nossa imaginação, mas serve de referência para entender e suportar o nosso presente, e alcançar  um futuro melhor.“



(JA, Fev18)

Postagens mais visitadas deste blog

Grabovoi - O Poder dos Números

O Método Grabovoi  foi criado pelo cientista russo Grigori Grabovoi, após anos de estudos e pesquisas, sobre números e sua influência no nosso cérebro. Grigori descobriu que os números criam frequências que podem atuar em diversas áreas, desde sobrepeso até falta de concentração, tratamento para doenças, dedicação, e situações como perda de dinheiro. Os números atuam como uma ‘Código de desbloqueio’ dentro do nosso inconsciente, criando frequências vibratórias que atuam diretamente na área afetada e permitindo que o fluxo de informações flua livremente no nosso cérebro. Como funciona? As sequências são formadas por números que reúnem significados. As sequências podem ter  1, 7, 16, ou até 25 algarismos, e quanto mais números, mais específica é a ação da sequência. Os números devem ser lidos separadamente, por exemplo: 345682 Três, quatro, cinco, seis (sempre o número seis, não ‘meia’), oito, dois. Como praticar Você deve escolher uma das sequencias num

Thoth

Deus da lua, juiz dos mortos e deus do conhecimento e da escrita, Thoth (também Toth, ou Tot, cujo nome em egípcio é Djehuty) é um deus egípcio, representado com cabeça de íbis. É o deus do conhecimento, da sabedoria, da escrita, da música e da magia. Filho mais velho do deus do sol Rá, ou em alguns mitos nascido da cabeça de Set, era representado como um homem com a cabeça da ave íbis ou de um babuíno, seus animais sagrados.   Sendo o deus associado com o conhecimento secreto, Thoth ajudou no sepultamento de Osíris criando a primeira múmia. Era também o deus das palavras, da língua e posteriormente os gregos viam este deus egípcio como a fonte de toda a ciência, humana e divina, do Egito. O culto de Thoth situava-se na cidade de Khemenou, também referida pelos gregos como Hermópolis Magna, e agora conhecida pelo nome árabe Al Ashmunin. Inventor da escrita Segundo a tradição, transmitida também por Platão no diálogo Fedro, Thoth inventou a escrita egípc

O Homem do Saco, ou Papa Figo

Segundo a lenda, O Homem do Saco pega e carrega crianças que estejam sem nenhum adulto por perto, em frente às suas casas, ou brincando na rua. O sinistro Homem do Saco, também conhecido como ‘Papa Figo’, não tem poderes misteriosos ou místicos, muito menos habilidades sobrenaturais. Mas possui o atributo mais perigoso que pode existir - a mente humana. Originalmente Papa Figo possui uma aparência comum, ainda que bastante feia. É descrito como um homem velho e de jeito esquisito; é comum vê-lo sempre carregando um grande saco pendurado nas costas. Devido ao seu jeito costuma chamar a atenção das pessoas. Por conta disso, o velho Papa Figo prefere agir por meio de seus ajudantes para atrair suas inocentes vítimas, em geral crianças com idade abaixo dos 15 anos. Mas há relatos de jovens de 16 e 17 anos que tiveram seu sumiço associado ao Papa Figo. O Papa Figo seria um homem de bastante posses que, através de promessas de pagamentos em dinheiro, acaba at