Muitas pessoas se perguntam o seguinte: o que é viver? Desde o início dos tempos, esta questão permanece sem resposta. Isso levou vários filósofos a considerar a questão.
Sobre o que é viver algumas
pessoas podem pensar que viver a própria vida significa simplesmente viver, estar
vivo, enquanto outras podem pensar que significa aproveitar a vida, vivendo com
todo o seu potencial.
Experimentar todos os tipos
de coisas, realizar seus projetos, ou viver livremente, enquanto se preocupa apenas
em satisfazer seus gostos e desejos, pois o verbo viver pode significar tudo
isso.
De outra forma, este
questionamento permanece muito controverso porque pode significar várias coisas
dependendo das pessoas, já que é um termo bastante relativo.
Apesar de tudo, os filósofos Karl
Marx, assim como Frédéric Nietzsche, abordaram essa
questão.
Karl Marx conheceu Friedrich Engels em 1844, e, juntamente com ele, encabeçou a teoria que, posteriormente, foi denominada 'marxismo'. O reconhecimento da exploração sofrida pelo proletariado, e causada pela burguesia, a classe que detém os meios de produção, foi o principal ponto de partida para análise marxista da sociedade
Além disso, desenvolveram uma infinidade de teorias:
O que é viver? A vida tem sentido? Podemos dar um a ela? o que você está fazendo aqui? Por que estamos aqui? O que posso esperar? Hoje, é como se esse significado não fosse mais transparente. Mas como entender essa noção de ‘sentido da vida’?
Karl Marx
O homem torna a criação de
uma nova carência no outro, como sendo sua meta primordial, a fim de colocá-lo
em um novo sacrifício, para assim tentar satisfazer a sua própria carência.
A humanidade se torna refém de suas necessidades, e a
cada necessidade alcançada, nasce uma nova, o que afasta o homem do seu ser. A nova carência criada o faz correr cada vez mais atrás
de dinheiro, para assim tentar dominar o ser hostil, e quanto mais ele produz,
mais pobre ele se torna.
Afastado de seu ser, o
indivíduo tem aquilo que lhe é realmente necessário deturpado, na mesma
proporção em que aumenta o poder do dinheiro.
“A quantidade de dinheiro se
torna cada vez mais seu único atributo poderoso; assim como ele reduz todo o
ser à sua abstração, reduz-se ele, em seu próprio movimento, a ser
quantitativo. A imoderação e o descomedimento tornam-se a sua verdadeira
medida...” (Marx, 2010, p. 139)
Ao reduzirmos à carência do
trabalhador à necessidade e a simples continuidade, e permanência da vida
física, e sua atividade ao puro mecanismo mais abstrato., gera-se assim, um ser
insensível e sem carências, além de reduzir sua atividade a pura abstração.
Isto permeia a vida como espécie de um parâmetro para a existência humana,
ditando uma norma universal. Consumir algum produto, que satisfaça à mais
abstrata de todas as carências, configura um luxo para o trabalhador.
Nietzsche refere-se ao homem
psicologicamente forte. Ele clamava que o ser humano deveria enfrentar a vida
de frente, sem muletas metafísicas, como a religião. Para ele, o homem que não
pratica o mal com medo do fogo do inferno, vale zero. Devemos encarar a vida
como ela é.
A indicação de Nietzsche é:
não negue esta vida em nome de outra que está no além da vida. Construa a sua
coragem, trabalhe para uma versão melhor de você mesmo. Esta vida é a única que
vale a pena ser vivida. O ponto de partida é: faça um mergulho dentro de si e
saiba muito bem o que você quer — desde o mais íntimo desejo, até uma crença
universal, e viva a sua vida a partir desses parâmetros.
Eterno Retorno
Não é a sucessão das estações
do ano. É um convite para refletir sobre a vida que vivemos. Em muitos momentos
você já se perguntou: ‘mas o que eu estou fazendo aqui?’ ou constatou: ‘Isso
não tem nada a ver comigo!’ Essas interrogações banais que surgem de vez em
quando, Nietzsche dava muita importância a elas. No aforismo número 341 do
livro ‘Gaia Ciência’, Nietzsche desafia para que você se imagine na seguinte
situação:
“E se um dia, ou uma noite,
um demônio te seguisse em tua suprema solidão, e te dissesse: esta vida, tal
como a vives atualmente, tal como a viveste, vai ser necessário que a revivas
mais uma vez, e inumeráveis vezes; e não haverá nela nada de novo, pelo
contrário! A menor dor e o menor prazer, o menor pensamento e o menor suspiro,
o que há de infinitamente grande e de infinitamente pequeno em tua vida,
retornará, e tudo na mesma ordem — essa aranha também, e esse luar entre as
árvores, e esse instante, e eu mesmo. A eterna ampulheta da vida será invertida
sem cessar — e tu com ela, poeira das poeiras!” — Não te jogarias no chão,
rangendo os dentes e amaldiçoando esse demônio que assim falasse?
Ou talvez já tenhas vivido um
instante bastante prodigioso para lhe responder: ‘tu és um deus e nunca ouvi
coisa tão divina!’ Se este pensamento te dominasse, tal como és, talvez te
transformaria. Mas, talvez te aniquilaria: a pergunta “queres isso ainda uma
vez, e um número incalculável de vezes?” (…)
Você ama a sua vida?
É essa a reflexão que Nietzsche pede para você fazer: um pedido urgente de avaliação da vida. A vida tem ciclos repetitivos. Estamos sempre presos a um número limitado de fatos que se repetiram no passado, acontecem no presente, e se repetirão no futuro.
Qual seria a sua reação se não houver mais nada além desta vida que retorna eternamente? Pavor ou alegria? Quais são as forças que precisam habitar um homem para que ele chegue ao fim de sua vida e diga: ‘mais um vez, por favor’.
Eis a grande indagação da filosofia pela voz de Nietzsche. Você ama a vida que tem agora a ponto de querer repeti-la infinitas vezes, tal como ela é? Se não, faça alguma coisa. Trabalhe para que cada ato do seu dia ocorra com intensidade e alegria. Você ainda tem tempo!
A vida tem um ‘sentido direcional’ - segue uma direção
que começa no nascimento, e termina na morte. Mas esse significado não é um
enigma.
Quer se questione ou não, o
homem procura procriar, trabalha pela proteção e educação de seus descendentes,
quer se sentir útil, procura repelir o sofrimento e a morte, e ter acesso a uma
existência superior (social ou religiosa). Mas é a consciência da sua mortalidade que o leva a
se questionar, a tornar a existência ‘humana’ e, segundo Max Frisch, até a
torná-la ‘uma aventura’.
Podemos lhe dar sentido à
vida por meio de nossa sensibilidade. Jean Grondin fala
de um ‘sabor de vida’, e o sentido da vida seria, por assim dizer, a capacidade
de sentir, e de gozar a vida.
Grondin que diz: ‘para
encontrar o sentido da vida, é necessário atingir uma certa sabedoria, em que
se combinam a experiência, a razão, e até uma certa simplicidade natural’.
Viver
Propósito
Estamos realmente aqui para
um plano divino, muito maior do que podemos processar. Somos parte de uma
espécie de hierarquia, da qual ainda não temos consciência.
Haveria, portanto, diferentes
níveis de crescimento do ser, que ocorrem do mundo mineral ao vegetal, animal e
humano, e, então, continuam em dimensões de existência que ainda não somos
capazes de compreender.
Na prática, da mesma forma
que os animais não conseguem entender sua própria diferença com os humanos, da
qual não têm consciência, ainda não percebemos os passos que seguem.
Significado
O significado da vida seria
evoluir como um espírito, para se tornar mais e mais consciente da própria
existência, além dos cinco sentidos que usamos na Terra.
Na prática, não podemos
compreender o significado da vida simplesmente porque ainda não desenvolvemos
uma consciência que nos permita entendê-lo.
Diante dessa perspectiva, o
homem se esforça ao máximo para não atrapalhar a evolução de outros seres como
ele, para compartilhar suas descobertas, e para crescer e prosperar.
Trabalha respeitando seus
verdadeiros desejos interiores, desenvolvendo seus talentos, aumentando sua
inteligência, e aprendendo certas habilidades.
Estas, uma vez oferecidas ao
mundo, farão com que a pessoa se sinta realizada, o que fará com que seu corpo
vibre, em altas vibrações, melhorando e aumentando seu nível de consciência.
Isso garantirá que essa
pessoa sinta uma dimensão na qual experimentará a vida de uma maneira
totalmente diferente. Isso o fará perceber, com o tempo, o verdadeiro motivo da
sua vida.
Sentido
A questão de saber se a vida
tem sentido não é imposta a todos. O simples fato de viver, de sobreviver, não
tem valor: precisa necessariamente de um conteúdo, e é nele que pode residir o
sentido da vida.
Alguns autores modernos
defendem a ideia de que o sentido da vida se torna visível no decorrer da nossa
existência. Trata-se de uma construção que podemos deduzir, refazendo nosso
caminho, nossas escolhas, os sulcos da nossa vida.
Esta é uma abordagem
fortemente contestada por Grondin para quem ‘o significado é, antes de mais
nada, o que nos conduz, que nos leva a algum lugar’.
Encontrar o nosso caminho, o
que nos orienta, o que nos leva a agir de uma determinada forma, e segundo a
nossa percepção do mundo, ajudará a encontrarmos a felicidade, o que falta em
nossa vida.
(JA, Nov22)