Palácio e Jardins de Versalhes, 2021
Ao visitar o Palácio de Versalhes em Paris, note que o suntuoso palácio não tem banheiros.
Na Idade Média, não havia escovas de dente, perfumes,
desodorantes e, muito menos papel higiênico. Excremento humano era jogado das
janelas do palácio.
Num dia de festa, a cozinha do palácio podia preparar um
banquete para 1500 pessoas, sem a mínima higiene.
Nos filmes de hoje, vemos gente daquela época se sacudindo ou
se abanando...
A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que
exalavam sob as saias (feitas de propósito para conter o cheiro das partes
íntimas, já que não havia higiene). Também não era costume tomar banho devido
ao frio, e à quase inexistência de água corrente.
Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, dissipar o mau
cheiro que o corpo e a boca exalavam, além de afugentar os insetos.
Quem esteve em Versalhes admirou os imensos e belos jardins
que, naquela época, não eram apenas contemplados. Por não haver banheiros, as
pessoas convidadas para as famosas baladas promovidas pela monarquia, o
utilizavam para esse fim.
Na Idade Média, a maioria dos casamentos acontecia em junho (para
eles, o início do verão). O motivo é simples: o primeiro banho do ano foi
tomado em maio; então, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável.
Porém, como alguns cheiros já começavam a incomodar, as noivas carregavam
buquês de flores perto do corpo para disfarçar o fedor. Daí a explicação de
maio ser conhecido como o ‘mês das noivas’, e da origem do buquê de noiva.
Os banhos eram feitos em uma única tina enorme cheia de água
quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho em água limpa.
Então, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade; depois
as mulheres, também por idade; e, por fim, as crianças. Os bebês eram os
últimos a tomar banho.
Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja
que era possível perder um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em
inglês ‘don't throw the baby out with the bath
water’, ou seja, literalmente ‘não jogue fora o bebê junto com a
água do banho’, que hoje usamos para os mais apressadinhos...
Os telhados das casas não tinham forro, e as vigas de madeira
que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais se aquecerem - cachorros,
gatos e outros animais de pequeno porte como ratos e besouros. Quando chovia,
começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa
expressão ‘está chovendo canivetes’ tem o seu equivalente em inglês em ‘it's raining cats and dogs’.
Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura,
que se transformou no dossel.
Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho.
Certos tipos de alimentos oxidavam o material, o que fazia com que muita gente
morresse envenenada - lembremo-nos que os hábitos higiênicos da época não eram
lá grande coisa...
Isso acontecia frequentemente com os tomates, que, sendo
ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos.
Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque.
Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo ‘no chão’ (numa espécie de
narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho). Alguém que
passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto. Nesse caso, recolhia
o corpo, e o encaminhava para a família que preparava o enterro. O corpo era
então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias, e a família ficava em
volta, em vigília, comendo, bebendo, esperando para ver se o morto acordava ou
não. Daí surgiu a vigília do caixão.
Na Inglaterra os cemitérios eram pequenos, e nem sempre havia
espaço para enterrar todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos
tirados e encaminhados ao ossário, e o túmulo era utilizado para outro infeliz.
As vezes ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões
nas tampas do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade,
tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões,
amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no
caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo
durante uns dias.
Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino
tocar. Assim, ele seria ‘saved by the bell’,
ou ‘salvo pelo gongo’, como usamos hoje...
Idade Média, uma injustiçada
É
muito comum ouvir alguém se referir como ‘Idade das Trevas’, ao período que vai
dos séculos 5
ao 15,
a Idade Média. Entretanto, veja quantas invenções datam daquela época, e que
muito contribuíram para que o mundo seja o que é hoje.
o Universidades,
o Óculos,
o Moinhos de água e de vento,
o Bibliotecas públicas,
o Relações comerciais com moedas,
o Catedrais e os arcobotantes que as
sustentavam,
o Astrolábio e Quadrante (precursores do GPS),
o Prensa com tipos móveis,
o Relógios de areia e mecânico,
o Cafeteria,
o Técnicas de pintura à óleo,
o Alto forno para metalurgia,
o Poço artesiano,
o Compasso astronômico,
o Marca d'água em papel,
o Caravelas,
o Bancos e cartórios,
o Vitrais e vidros,
o Sistema agrícola de rotações de culturas,
o Carrinho de mão,
o Imã,
o Garfo e colher,
o Espelho,
o Jogos de cartas e xadrez,
o Botões para as roupas,
o Tear horizontal,
o Sabonete pastoso,
o Amuletos para noites de tempestade,
o Calças, cuecas e roupa íntima feminina,
o Anestesia,
o Bússola e o Timão,
o Tremular das bandeiras nas batalhas, com seus
brasões coloridos,
o Pólvora para os fuzis e canhões,
o Papel e o livro,
o Números arábicos e o zero,
o Nome das notas e a escala musical,
o Tarô,
o Hábito de se sentar à mesa para comer,
o Filigrana,
o Lareira
E, com certeza, daria para acrescentar mais algumas.
Fonte: La Lectura es Cultura | Site Curiosidades
(JA, Jul21)