A Rodovia Doutor Manuel
Hipólito Rego é uma autoestrada do estado de São Paulo, trecho da SP-55, que
liga a Praia Grande, no município de Ubatuba, ao entroncamento com a Rodovia
Cônego Domenico Rangoni (Piaçaguera-Guarujá), em Santos, no bairro de Monte Cabrão
(área continental). É uma rodovia estadual paulista, administrada pelo DER-SP,
fazendo parte da Rodovia Rio-Santos (BR-101).
Seu traçado é composto de
trechos com grandes retas com acostamentos e também de trechos bastante
sinuosos de serra, com inúmeras curvas e pista estreita. É duplicada entre o
bairro da Enseada, em São Sebastião, e o entroncamento com a Rodovia dos
Tamoios, em Caraguatatuba.
Serve aos seguintes
balneários paulistas do Litoral Norte: Bertioga, São Sebastião, Ilhabela,
Caraguatatuba e Ubatuba.
Possui interseções com a
Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-55), Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) e a
Rodovia dos Tamoios (SP-99). A interseção com a Rodovia Oswaldo Cruz (SP-125) é
feita no trecho federal administrado pelo DNIT.
Durante todo o verão, em
feriados prolongados e em alguns fins de semana ao longo do ano, possui tráfego
intenso em toda a sua extensão, principalmente nas proximidades das interseções
com as rodovias Mogi-Bertioga e Tamoios e nos trechos urbanos de São Sebastião,
Caraguatatuba e Ubatuba.
Utilizada como principal via de ligação entre os
municípios do Litoral Norte paulista, grande parte de seu tráfego é composta
por turistas e veranistas, que a utilizam para acessar os municípios litorâneos
e as centenas de condomínios que se espalham por toda a sua extensão.
História
Até os anos 1960, o acesso às
praias do litoral norte mais afastadas do centro de São Sebastião era precário,
pois não havia estrada para alcançá-las. O trajeto tinha de ser feito por
alguns caminhos sem asfalto e até pelas próprias praias, podendo levar até
quinze horas.
Matéria do jornal Folha da Manhã, em julho de
1956, destacava alguns dos problemas de transporte da região, como a escassez
de estradas decentes e a total ausência de uma malha ferroviária na região. ‘Embora
São Sebastião encontre-se a pouco mais de cem quilômetros de São Paulo, para lá
chegar um excursionista deverá percorrer em estrada de rodagem 207 quilômetros,
ou seja, quase o dobro da distância’, escreveu o periódico. ‘Isto, porém, não
seria o pior, se as nossas estradas fossem boas, já que a diversidade dos
panoramas que elas apresentam compensa, em parte, o tempo gasto em rotas
inadequadas'.
Em 1961, o governo federal
liberou uma verba de seiscentos milhões de cruzeiros para o início das obras
uma estrada ligando Rio de Janeiro, Santos e Joinville, sempre pelo litoral. O
projeto era chamado de ‘Estrada do turismo’. Mas as verbas para diversos
trechos sofreram atrasos ao longo dos anos, como em 1968, quando o que foi
chamado de ‘lapso governamental’ deixou de incluir a obra no orçamento para os
anos entre 1968 e 1970.
Em janeiro de 1969, o projeto
de engenharia para a construção da estrada ainda não estava pronto. Ainda
assim, cinco meses depois, o ministro dos Transportes, Mário Andreazza,
garantiu que a Rio–Santos ficaria pronta em 1971, ‘inteiramente asfaltada’.
Previa-se que o sistema de autofinanciamento seria usado na construção, com o
consórcio ou grupo que vencesse a concorrência explorando-a comercialmente por
dez a quinze anos.
Em setembro de 1969, o ‘anteprojeto
mais atual’ citado pelo jornal O Estado de S. Paulo falava do ‘papel de
integração’ que a estrada teria, por não levar à praia, mas, sim, a terrenos
não muito distantes dela.
Com a BR-101 sendo chamada de
‘A rodovia do turismo nacional’, o projeto previa que o mar ficaria visível ‘de
todos os ângulos e direções’, mas não ficaria muito próximo do asfalto,
especialmente no trecho entre Massaguaçú (Caraguatatuba) e Junquei (São
Sebastião), que seria feito margeando as encostas das serras próximas ao
litoral, a cerca de dois quilômetros da orla. A ideia era que a distância até a
praia permitisse o surgimento de loteamentos, que dariam origem a cidades
turísticas.
A Petrobras entregou, em
1972, uma estrada ligando Bertioga, então um distrito de Santos, à praia de
Boraceia, para assegurar a manutenção de seu oleoduto que margeia até hoje a
estrada. A estrada estava prevista desde acordo divulgado em março de 1968,
para ligar o centro de São Sebastião a Bertioga. Com extensão de trinta
quilômetros, e catorze metros de largura, ela foi feita à base de saibro, e já
era prevista sua incorporação à então futura Rio–Santos.
A obra deveria
favorecer o turismo na região, conforme destacado pelo secretário estadual dos
Transportes, Paulo Maluf. O custo da obra foi de vinte milhões de cruzeiros,
cerca de quatro vezes mais que o inicialmente previsto. O trecho entre Boraceia
e o centro de São Sebastião já tinha piso de cascalhos.
A pavimentação da rodovia
levou anos para ser concluída e chegou a ser interrompida, sendo retomada em
1983, com a promessa do Ministério dos Transportes de que terminasse no ano
seguinte. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a conclusão deveria ‘transformar
rapidamente aquela região no principal centro turístico do litoral paulista’.
Em março de 1985, foi
entregue um trecho de cerca de cem quilômetros de Bertioga a Toque Toque,
restando apenas o trecho entre Toque Toque e São Sebastião, que não tinha sido
contemplado no contrato que estava sendo encerrado.
Com o término das as obras de
pavimentação, em novembro de 1985, os municípios os municípios do Litoral Norte paulista passaram a ter um grande
crescimento econômico, que dura até hoje, em decorrência do aumento do número
de turistas, atraídos pela beleza natural dessa região e pela facilidade do
acesso — antes, era necessário enfrentar estradas de terra batida ou lama, numa
viagem que costumava levar no mínimo seis horas a partir do Guarujá. Esse fator
também causou o inchaço populacional desses municípios.
Com seus 550km, a Rodovia
Rio-Santos é uma das mais belas estradas brasileiras. A rodovia começa como SP-055
e, somente após passar a área central de Ubatuba passa a ser denominada BR-101.
Serpenteando entre a Serra do
Mar e o Oceano Atlântico, a estrada Rio-Santos passa por uma sucessão de
destinos turísticos famosos. Entre eles se destacam: Guarujá, Bertioga, Ilha
Bela, São Sebastião, Caraguatatuba, Ubatuba, Paraty, Angra dos Reis e
Mangaratiba.
Também há muitos recantos e
outras praias no caminho, além de ilhas, penínsulas e baias, com cenários de
cartão postal.
Os 90 km iniciais, entre Guarujá
e a Praia de Juquei, são praticamente planos e, consequentemente, com praias
extensas. O trecho passa por Bertioga, Boraceia, Jureia e Juquei. No trevo de
entrada para Bertioga, um trailer vende famosos pasteis de 50cm de comprimento.
De Juquei em diante, começam as
serras e a estrada fica sinuosa, com mirantes e paisagens amplas, alternam-se
com baixadas e pequenas planícies próximas às praias. Entre elas: Camburi,
Barra do Sai, Baleia e Maresias, até chegar a São Sebastião.
Litoral de São Sebastião
São Sebastião é uma cidade histórica que tem praias urbanizadas para todos os gostos e serve de acessos por balsa a Ilhabela. No porto da cidade encontra-se o terminal Almirante Barroso, da Petrobrás, por onde entra metade do petróleo consumido no Brasil.
Entre São Sebastião e
Caraguatatuba a rodovia corta bairros com centros comerciais e praias urbanas. Após
Tabatinga, a área é densamente povoada nas praias na beira da estrada, e vai se
tornando mais rústica e selvagem no rumo da Serra do Mar.
Em Ubatuba a estrada corta
inúmeras praias de todos os tipos, com vistas maravilhosas. A partir daí até
Paraty, o trecho passa apor uma grande área desabitada, com montanhas e matas
preservadas do Parque Estadual da Serra do Mar.
Logo depois de entrar no
estado do Rio de Janeiro, não deixe de visitar Trindade, um povoado localizado
a beira mar, com belíssimas praias. O trecho entre a histórica Paraty e a
charmosa Angra dos Reis é um espetáculo. Dezenas de ilhas surgem a cada curva,
num litoral recortado por baias e penínsulas, com destaque para Ilha Grande.
Fonte: WP, Viagens e
Caminhos, Dvs
(JA, Dez19)