Natalia Partyka, primeira amputada a competir nos Jogos Olímpicos,
Origem
Em 1939, o neurologista alemão de
origem judia Ludwig Guttmann foi forçado pelo governo nazista da Alemanha a
deixar o país com sua família. Ele foi se estabelecer na Inglaterra, onde passou a trabalhar na Universidade de Oxford. Em 1943, Guttmann foi indicado pelo
governo britânico para chefiar o Centro Nacional de Traumatismos na cidade de Stoke
Mandeville, sendo sua
principal missão a reabilitação de soldados feridos durante a Segunda Guerra
Mundial.
Antes da Guerra não havia registros
de grandes esforços para reabilitar deficientes físicos, cuja vida era
considerada de curta duração e de má qualidade. Guttmann desenvolveu uma nova
filosofia de tratamento para os seus pacientes que unia trabalho e esporte.
Entre as modalidades usadas no tratamento estavam basquetebol, tiro com arco,
dardos e bilhar.
Com o sucesso do novo sistema,
Guttmann promoveu, em 28 de julho de 1948, o primeiro evento esportivo
exclusivo para portadores de deficiência. A data não foi escolhida por acaso,
uma vez que no mesmo dia tinham início os Jogos Olímpicos de Londres, a apenas
56 km de Stoke Mandeville. Dois grupos de arqueiros paraplégicos participaram da
competição. O evento continuou a ocorrer todos os anos, tornando-se
internacional em 1952, quando quatro atletas dos Países Baixos competiram. O
crescimento continuou de maneira acelerada até que, em 1960, a competição
ocorreu pela primeira vez fora do Reino Unido.
Atualmente os Jogos Paraolímpicos ou
Paraolímpicos são o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com
deficiência. Incluem atletas com deficiências físicas (de mobilidade,
amputações, cegueira ou paralisia cerebral), além de deficientes mentais.
Os primeiros Jogos
Paraolímpicos
Roma, na Itália, foi escolhida em
1959 sede da nona edição dos Jogos Internacionais de Stoke
Mandeville, como era
conhecido o evento, graças aos esforços de Guttmann em unir Jogos Olímpicos e
competições para deficientes (Roma também sediaria os Jogos Olímpicos de Verão
de 1960), sendo a primeira vez que o evento saía de Stoke
Mandeville. Quatrocentos
atletas de vinte e três países competiram em provas exclusivas para usuários de
cadeira de rodas.
Nos Jogos Olímpicos de 1964 em
Tóquio, no Japão, os Jogos Internacionais de Stoke
Mandeville ocorreram
novamente em paralelo na mesma cidade. Nesta época já era comum —
principalmente para a imprensa — o uso do nome "Paraolimpíadas"
(contração de ‘paraplegia’ e ‘olimpíadas’) para designar o evento,
principalmente quando este ocorria em paralelo com os Jogos Olímpicos, mesmo
que por vezes em locais diferentes por motivos de inacessibilidade.
A realização dos Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos na mesma cidade foi interrompida em 1968, pois a Cidade do México
desistiu por problemas financeiros e por falta de acessibilidade para pessoas
em cadeira de rodas nos locais de competição. Tel Aviv, em Israel, recebeu a terceira
edição dos Jogos. Em 1972, mais uma vez a sede dos Jogos Olímpicos não recebeu
as Paraolimpíadas. Munique, na Alemanha Ocidental, desistiu da ideia de
organizar os Jogos por causa da falta de acessibilidade na Vila Olímpica.
Heidelberg, no mesmo país, se ofereceu como alternativa.
Organização
O sucesso das primeiras competições
proporcionou um rápido crescimento ao movimento paraolímpico, que em 1976 já
contava com quarenta países. Neste mesmo ano foi realizada a primeira edição
dos Jogos de Inverno, levando a mais pessoas deficientes a possibilidade de
praticar esportes em alto nível. Os Jogos de Barcelona, em 1992, representam um
marco para o evento, já que pela primeira vez os comitês organizadores dos
Jogos Olímpicos e Paraolímpicos trabalharam juntos. O apoio do Comitê Olímpico
Internacional após os Jogos de Seul, em 1988 proporcionou a fundação, em 1989,
do Comitê Paraolímpico Internacional. Desde então os dois órgãos desenvolvem
ações conjuntas visando ao desenvolvimento do esporte para deficientes.
Vinte e sete modalidades compõem o
programa dos Jogos Paraolímpicos, sendo que vinte e cinco já foram disputadas e
duas irão estrear na edição de 2016 dos Jogos. Além de modalidades adaptadas,
como atletismo, natação, basquetebol, tênis de mesa, esqui alpino e curling, há
esportes disputados exclusivamente por deficientes, como bocha, goalball e
futebol de cinco. Ao longo da história, diversos atletas com deficiência física
participaram de edições dos Jogos Olímpicos, tendo conseguido resultados
expressivos. O único caso registrado de atleta profissional que fez o caminho
inverso, ou seja, competiu primeiro em Jogos Olímpicos e depois em Jogos Paraolímpicos,
é o do esgrimista húngaro Pál Szekeres, que conquistou uma medalha de bronze em
1988 e, após os Jogos, sofreu um acidente de carro que o deixou paraplégico.
Szekeres já participou de cinco Jogos Paraolímpicos.
O Brasil tem conseguido destaque nas
últimas edições dos Jogos Paraolímpicos. O país estreou em 1976 e conquistou
sua primeira medalha na edição seguinte. Em 2008, pela primeira vez encerrou
uma edição entre os dez primeiros no quadro de medalhas, ficando em nono lugar
com 47 medalhas. Os nadadores Clodoaldo Silva e Daniel Dias e os corredores
Lucas Prado, Ádria Santos e Terezinha Guilhermina são alguns dos destaques
paraesportivos do país. Portugal também tem obtido bons resultados, com
destaque para a natação e a bocha, que deram seis das sete medalhas do país em
2008. Angola compete apenas desde 1996, mas já conquistou seis medalhas, todas
no atletismo. Cabo Verde, Timor-Leste e Macau também já participaram de Jogos
Paraolímpicos, mas nunca ganharam medalhas.
Lema e Símbolo
‘Espírito em Movimento’ é o lema do
movimento paraolímpico. O lema foi introduzido em 2004 nos Jogos Paraolímpicos
de Atenas. O lema anterior era ‘Mente, Corpo e Espírito’, lançado em 1994.
O símbolo dos Jogos Paraolímpicos contém
três cores, vermelho, azul e verde, que são as cores mais amplamente
representadas nas bandeiras das nações. Cada cor está na forma de um Agito (que
em latim significa ‘eu me movo’). Os três Agitos circundam um ponto central,
que é um símbolo que remete para a ideia de reunião dos atletas de todos os
pontos do globo. O lema e o símbolo do IPC foram alterados em 2003 para suas
versões atuais. A mudança teve a intenção de transmitir a ideia de que atletas
demonstram um espírito de competição e que o IPC como uma organização percebe o
seu potencial e está avançando para alcançá-lo. A visão do IPC é: ‘permitir que
atletas paraolímpicos alcancem a excelência desportiva e inspirem e excitem o
mundo.’
Paraolimpíada 2016
Os jogos paraolímpicos de 2016 Estão
acontecendo no Brasil, na capital fluminense,
desde o dia 7 e devem ser encerrados no dia 17. Serão onze dias de
muitas modalidades, com 4.346 atletas, de
160 países, lutando para conseguir medalhas. Neste ano serão disputadas 27 modalidades esportivas, sendo que duas
delas são novas - vão estrear esse ano. Na paraolimpíada são disputadas
diversas modalidades que também são disputadas nas Olimpíadas. Entretanto, algumas são apenas para as
paraolimpíadas como Bocha, Goalball e futebol de cinco. Os atletas brasileiros
têm tido um destaque muito grande nas paraolimpíadas, conquistando muitas
medalhas e colocações excelentes.
(JA, Set16)
Base:
Olimpíadas Rio 2016, WP, entre outras