Um rio que hoje passa magnifico no
meio da mata, não foi sempre assim. Ele
começou como uma simples nascente, foi tomando um caminho, formando seu leito.
Esse caminho às vezes era interrompido por alguma elevação, acidente do terreno.
Ele parava de fluir, acumulava mais água até conseguir superar o obstáculo e
continuar. Ocasionalmente, encontrou com outros fluxos de água menores, que foi
incorporando, até se transformar no rio que vemos passar.
Foi pensando nisso que Alex refletiu
sobre a grande besteira que havia feito. Vendeu um bem que estava
negociando por um preço abaixo do que esperava e, logo em seguida, apareceu um
outro interessado que lhe pagaria o que ele queria inicialmente. Ele foi muito
ousado, não teve paciência de esperar mais. Entretanto, como se diz: ‘Errar é humano.’ E erro não precisa ser
encarado apenas assim; pode também ser encarado como sendo o preço da evolução.
A evolução não é natural. Ela é fruto
de preparação, trabalho, exposição, risco. Ela é alcançada apenas pelos
vencedores. Entretanto, os vencedores nem sempre o foram. A maioria deles, antes de alcançarem as suas
vitórias, sofreram muitas derrotas. O que fez a diferença, provocou a mudança,
foi a sua capacidade de aprender com as derrotas, de corrigir até acertar,
vencer.
Pelo fato do vencedor de hoje ter
conhecido tantas derrotas no passado, normalmente ele é tolerante com quem
ainda luta para conseguir se superar.
Por outro lado, Alex nem sempre
pensou assim. Anteriormente, se acomodava no erro, achava que era incapaz
mesmo, que nada daria certo para ele, ...
Hoje, ele despreza pessoas assim, pessoas que se acomodam no erro. Sabe que, mantida essa atitude, elas sempre
serão dependentes da benevolência dos outros, um peso morto para a sociedade -
alguém que não contribui nem para própria evolução e nem para a dos outros. E,
além disso, eles involuem nesse processo, podendo levar outras pessoas – os mais fracos ou
incautos inocentes - para o mesmo caminho, o caminho do ‘Nada’ .
O caminho do ‘Nada’ ao contrário do
que o nome pode indicar, significa muita coisa. É o caminho da dor, do desespero,
da loucura.
Assim como os vencedores não nasceram
vencedores, os derrotados também não nasceram assim. O fato de alguns indivíduos terem se
transformado em derrotados, é o resultado de um processo. E, como todo
processo, teve uma causa.
Para evitar que alguém se torne um
derrotado, há que se evitar as causas que podem provocar essa transformação.
Essas causas, coincidentemente, são as mesmas que os efeitos que os derrotados
carregam: dor, desespero, loucura.
Aqueles que estiverem melhor
preparados, com consciência e responsabilidade social, preocupados com o bem
comum, ao perceberem que estão, ou que alguém está com alguma dessas
manifestações, deve envidar esforços para não só para anulá-la, mas também para
substituí-la por outros sentimentos, mais positivos, construtivos.
Projetando isso para um plano mais amplo,
uma sociedade organizada e consciente deve se antecipar, criando condições,
através de politicas governamentais, públicas, para evitar que os seus cidadãos – pelo menos a maioria – estejam
sujeitos a serem levados para essa condição.
Educação, Emprego, Saúde e Segurança, constituem itens básicos nesse
processo.
Se são básicos, porque não são
disponibilizados normalmente? A razão é simples. Embora a necessidade seja
evidente, nem sempre os esforços dos poderosos da hora obedecem a um planejamento estratégico, construtivo do
ponto de vista social. Atendem mais às necessidades imediatas desses líderes, e
se caracterizam por serem egoístas, populistas, de curto prazo, e têm como propósito
prioritário mantê-los no exercício do poder.
Em decorrência, cabe aos cidadãos
mais conscientes, responsáveis, alertar
os demais sobre a importância da boa escolha de seus representantes.
Nem sempre as escolhas serão as ideais,
mas é preferível uma menos má do que a ruim. As escolhas indevidas podem significar anos de
estagnação, de atraso, de dor, desespero e loucura. Caso esse processo não seja
interrompido, essas manifestações irão se potencializando, de forma recorrente,
até não haver possibilidade de retorno.
Nesses horas, um flagelo natural
(maremotos, terremotos,....) ou antinatural (guerra, atos
terroristas, de exceção), pode até ser benéfico, por interromper as
manifestações negativas, e conscientizar os sobreviventes da necessidade de
alterar seu modo de vida para melhorar, evitar a reincidência.
Entretanto, a guerra, atos
terroristas e de exceção, são flagelos
antinaturais que machucam o povo, deixando marcas profundas, que demoram a cicatrizar. Assim, só se justificam quando forem esgotadas todas as possibilidades de
uma solução pacífica, natural, legal, e se tiverem um objetivo libertador,
reparador, para a maioria.
Porém, nem sempre a guerra, atos
terroristas ou de exceção são opcionais para o povo em geral. Normalmente refletem
o interesse de alguns poucos que almejam exercer ou manter o poder, o domínio
sobre os outros, a qualquer preço. Nesse
caso, a natureza animal predomina sobre a espiritual. Esses grupos dominadores,
via de regra são incentivados por líderes carismáticos, que para atender aos seus interesses egoístas, envidam esforços para, a qualquer preço,
dominar, subjugar o povo. Como estratégia para o sucesso, promovem a divisão de
classes, jogando uma contra outra, criando o ‘Eles’ e o ‘Nós’, sendo que, naturalmente, o ‘Nós’
é o ideal da história, vendido como a
solução para a promoção do social, do bem comum, da igualdade, da democracia,....
Quanta hipocrisia!
Alex, refletindo, concluiu que se ele,
as pessoas, a sociedade, têm problemas, esses problemas necessitam ser solucionados. Só assim a
existência das pessoas será viabilizada, individual ou coletivamente, de
uma forma sadia e evolutiva. Isso é possível? Naturalmente. Nunca se deve perder a Esperança, a semente da Realização. Tudo é possível quando se define um objetivo,
e se efetua os movimentos necessários, com inteligência e determinação, no
sentido de alcançá-lo.
Pensando assim, foi em frente, em
constante evolução. Cada negócio que fazia, aproveitando a experiência do
passado, obtinha melhores resultados do que nos anteriores e, ao contrário de antes, a dor, o desespero e a loucura, foram sendo substituidos pelo prazer de viver, confiança e calma.
Quando as coisas forem para um caminho totalmente inconveniente, independentemente da sua capacidade, experiência, vontade, lembre-se: ‘Sempre haverá uma chance de mudança'. Nunca tudo estará irremediavelmente perdido, sempre restará a possibilidade de superação. E' da natureza das coisas e do ser humano. Você só tem que ser proativo, ter determinação, foco nas suas ações, e acreditar que tudo dará certo no finalmente.’’
(JA, Abr16)