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Realidade Inesperada


Ana era uma moça recém formada em Engenharia de Produção, que trabalhava já há alguns anos em uma corretora de valores. Seu salário era razoável, e havia lhe permitido adquirir o imóvel onde morava atualmente. Tinha o seu próprio carro, e desfrutava de um padrão de vida confortável para alguém da sua idade.

Oportunamente, fez um teste, uma entrevista, para um novo emprego e acabou sendo convidada para trabalhar na fábrica de uma tradicional montadora de automóveis instalada no país. Esse era o seu sonho, desde a época de estudante. O salário oferecido era um pouco inferior ao atual, mas era inicial, e as perspectivas de evolução eram muito promissoras.
Informou sua intenção ao seu superior na corretora. Ele, a principio, não ficou contente com a notícia, mas acabou aceitando seus motivos, e ainda orientou ao RH para efetivar seu desligamento como se a empresa a estivesse dispensando, permitindo assim que ela recebesse todos os benefícios adicionais previstos para esses casos, em consideração aos bons serviços que ela havia prestado até  então.
Ela se despediu das pessoas mais próximas e, como combinado com o RH, não relatou o motivo verdadeiro, dizendo apenas que pretendia fazer, algumas coisas que sempre quisera fazer, mas que ainda não havia conseguido, por conta do vínculo que tinha com a empresa.

Como ela era una pessoa muito conhecida e querida por todos, a notícia inesperada gerou comentários, que acabaram sendo postados nas redes sociais frequentadas pelos diversos grupos de funcionários da corretora. 
Começaram a surgir as mais variadas versões sobre os motivos. Essas versões foram sendo repetidas, ampliadas, e, com a recorrência, algumas, as mais 'dramáticas', passaram a ser consideradas como verdadeiras.
Ocasionalmente, semanas após, o ex-chefe direto de Ana, o Sr. Luis, por outras razões, também se desligou da empresa. Então, as versões tomaram um outro rumo, sendo ampliadas, vinculando um caso ao outro.  
Nenhum dos dois, nem Ana nem o Sr. Luis, embora tivessem ficado a par do que estava acontecendo, se incomodaram muito. Naturalmente, eles tinham outras preocupações prioritárias nessa nova fase de suas vidas.
Por outro lado, a empresa optou por não entrar nas redes e explicar o que aconteceu. Considerou que se tratava de um assunto particular e que, além disso, a sua versão, provavelmente, seria considerada uma defesa tendenciosa, pois estava sendo criticada, acusada de não ter agido corretamente.  Isso poderia estimular ainda mais os comentários negativos daqueles que repudiavam o que agora acreditavam ter sido uma ‘injustiça’.
Um consultor especializado foi contratado para avaliar o caso. Ele concordou com a atitude adotada pela empresa. 
Segundo ele, as redes sociais reúnem as pessoas em grupos que, de modo geral, têm as mesmas crenças e valores, muitas vezes inconscientemente. Quando algo que seja postado contraria seus princípios, isso é considerado um insulto, independentemente das razões, e o seu autor passa a ser tratado como um ‘inimigo’, muitas vezes sendo excluído do grupo pelo administrador.
Por outro lado, quando o postado vem ao encontro dessas crenças e valores, logo é validado, e assumido como fato.
Esse comportamento é explicado pelo professor da New School for Social Research de Nova York,  Leon Festinger, na sua tese; ‘Dissonância Cognitiva’.  Essa dissonância, segundo ele, torna a pessoa incapaz de mudar de opinião diante de uma contradição; passa a ser imune às evidências e argumentos racionais. Nas palavras de Festinger, o  indivíduo que sofre dessa disfunção é definido assim: ‘Diga que discorda, e ele lhe dará as costas. Mostre fatos e números, e ele questionará as fontes. Apele para a lógica, e ele será incapaz de entender seu raciocínio.’
Portanto, concluiu ele, a melhor atitude é a empresa  seguir fazendo o que sempre fez, observando suas regras e princípios e, com o tempo, resgatará a confiança daqueles que a criticam atualmente, à medida em que  forem sendo confrontados, de forma recorrente, com a ‘realidade inesperada’, completamente diferente daquela que imaginaram no passado.

Imagem: Edvard Munch, 1893 - ‘O Grito’


(JA, Abr16)

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