Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2015

Realidade Idealizada

Alfredo era um homem de cerca de 40 anos. Bem sucedido pessoal e profissionalmente, levava uma vida tranquila, sem stress. Tudo acontecia para ele no momento certo. Não tinha ambições pessoais pois o que tinha era suficiente para ser feliz. Um dia, refletindo, pensou que talvez devesse ter mais ambições, fazer mais coisas, considerando que tudo que desejou, planejou, conseguiu realizar, sem grandes dificuldades.  Será que não deveria aumentar o nível de seus objetivos? Talvez. Mas por que, se ele era feliz vivendo como vivia? Lembrou-se de uma vez, quando ainda era adolescente, na época em que ainda fumava, ao sair do cinema, colocou o cigarro na boca e constatou que não tinha fogo. Andando pela calçada, com o cigarro apagado ainda na boca, bateu num portão semiaberto de uma casa. Sobre ele, havia uma caixa de fósforos – exatamente o que precisava naquele momento.  Acendeu seu cigarro,  surpreso com o a coincidência, re colocou a caixa de volta e continuou andando. Numa outr

Siga seu Dono

Súbito, ou Sub como era normalmente chamado, era um cão Bassê que se deu bem na vida. Vivia numa família que apreciava e respeitava a natureza e os animais.  Tomava todas as vacinas recomendadas, era levado a passear duas vezes por dia, banhado de 15 em 15 dias numa P et Shop próxima, e tinha o pelo aparado quando era necessário. Ocasionalmente,  quando as pessoas da casa viajavam,  ficava hospedado numa grande casa, agora transformada em canil, em companhia de outros cães, sob os cuidados de um ex-militar - especializado em treinamento de cães, Eventualmente também ia junto nessas viagens. Sub, embora fosse híper ativo, era também um cão observador e, pouco a pouco, com a convivência, foi aprendendo a interpretar o funcionamento da natureza humana, e a utilizar esse conhecimento a seu favor. Do ponto de vista das pessoas, aquele olhar que ele lhes dirigia, tentando entendê-las,  parecia querer dizer alguma coisa, e só isso já criava uma grande empatia entre eles. As pessoas

Futuro Imortal

Os bebês têm necessidades e desejos, que manifestam ao seu jeito, e, principalmente, observam. Além disso, refletem sobre as reações que causam. É observando que ajustam o seu comportamento, até conseguir serem atendidos.   Tiago, um bebê de três meses, não destoa da regra. Seu mundo é limitado basicamente pelos seus pais, dois irmãos, e o pequeno cachorrinho da casa. Ele raramente convive com outras pessoas. Entretanto, as que eventualmente se aproximam, são observadas e classificadas também. É surpreendente essa percepção intuitiva, tão correta. Essa uma constatação nos leva  pensar sobre a validade da teoria fundamental do espiritismo que trata da reencarnação. Nesse caso, a alma de cada bebê poderia ser um espírito antigo, que passou por diversas reencarnações e que, nessa fase inicial de uma nova vida, ainda carrega, inconscientemente, os conhecimentos que assimilou com as experiências das suas vidas passadas. Tiago considera a mãe como uma parte de si mesmo, tão famili

Missão Impossível

"Documentos descobertos e mantidos em sigilo pela  Polícia Federal do Brasil, FBI e Polícia Francesa revelam que o Estado Islâmico (ISIS), teria ordenado a execução de um atentado no Brasil, quase simultâneo ao atentado ocorrido na França no último dia 13. O alvo da ação seria a estátua do Cristo Redentor, um dos símbolos mais conhecidos do Rio de Janeiro. Foram enviados dois ativistas para o sequestro de um avião que seria lançado contra a  "estátua-símbolo dos infiéis cristãos". # Domingo, 1 de novembro, às 21h47 Os registros da Polícia Federal dão conta de que os dois terroristas chegaram ao Rio no domingo, 1 de novembro , às 21h47m, num voo da Air France. A missão começou a sofrer embaraços já no desembarque, quando a bagagem dos muçulmanos foi extraviada, seguindo num voo para o Paraguai. # 2ª feira, 2 de novembro             ¨         às 3h00 Após quase seis horas de peregrinação por diversos guichês e dificuldade de comunicação em virtude d

Praça da Memória

As Praças Algumas praças representam muito mais do que pode parecer à primeira vista. No entorno das cidades mais antigas, especialmente as européias, eram erguidas fortificações, muralhas, com o objetivo de protegê-las dos inimigos, invasores. O povo entrava e saia na cidade cruzando grandes portas, que tinham programados horário de abertura e fechamento. No interior das cidades, ao lado dos portais, surgia, naturalmente, uma praça - era o local aonde os mercadores que chegavam com seus produtos, os comercializavam junto aos cidadãos interessados. E, por conta disso, em volta da praça foram surgindo pontos de comércio: lojas, restaurantes, bares. É normal que os diversos governantes, através do tempo, se preocupassem em fazer melhorias nessas praças, tanto do ponto de vista arquitetônico como artístico.  É uma maneira que encontraram para deixar sua marca, registrada num local de grande visibilidade e, ao mesmo tempo, demonstrar para quem visitasse a cidade, a sua beleza

Sequência, Consequência

Leon, 63 anos tinha um defeito na perna consequência de um grave ferimento que sofreu durante a 1ª. Grande Guerra Mundial – na época tinha 25 anos e uma brilhante carreira militar pela frente. Atualmente era um homem muito rico, herdeiro de muitas terras onde se dedicava à exploração de minérios.  Frequentemente enfrentava os sindicatos que defendiam os mineiros que trabalhavam para ele em condições insalubres, com pouca segurança e ganhando muito menos do que mereciam.   Depois de ferido, voltou para a vida civil e começou a atuar também na vida pública. Como Deputado, nos anos que antecederam a 2ª Grande Guerra, era favorável aos nazistas e fascistas, pois, provavelmente devido à formação militar e à sua origem social, acreditava em superioridade racial, e que o povo deveria ser dirigido com autoridade pelo governo, para que fizesse o que dele se esperava.  Coerentemente, era simpatizante dos nazistas e fascistas, e fez campanha, até o último momento para evitar que seu

Frutos da Terra

A família Carlton, um casal e seus três filhos, viviam numa comunidade litorânea fornecedora de bens agrícolas e pecuários. John e a esposa Anne viviam muito bem, até há pouco tempo.  Entretanto, o pai de John, um grande produtor rural, havia falecido recentemente, deixando muitas dívidas. Para amortizá-las tiveram que ceder a propriedade que haviam herdado.  A comunidade era ponto de compra para os comerciantes das ilhas vizinhas que, não podendo comprar localmente, se dispunham a vir comprar ali, independentemente do alto custo e da demora, devido a necessidade do transporte marítimo. John teve uma ideia: “- Por que não utilizar a experiência que ganhou trabalhando com seu pai e produzir esses bens num local mais próximo dos compradores, aumentando assim a sua margem de lucro, mesmo vendendo a um preço menor aos comerciantes?” Tinha sentido. Por que não? Então, decidiu a organizar a sua partida. Começou coletando mudas ou sementes de todas as plantas com as quais estava