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Consultoria Empresarial no Mundo Animal




Introdução 

Uma criança olhava as nuvens e ficava fascinada. Para ela, quando olhava as nuvens com atenção, parecia que cada uma tinha a forma de um bichinho. Ficava imaginado quem criaria nuvens com o formato de bichinhos -  deveria ser alguém muito especial. Certo dia uma das nuvens despertou muito a sua atenção, tão perfeita que era, ... Foi atrás e acabou chegando numa floresta e encontrando bichos de verdade. Pouco a pouco foi conhecendo cada um - daquilo que gostavam, o que os preocupava, quais suas expectativas. Soube por exemplo que alguns animais comiam outros animais e aterrorizavam os mais fracos, suas vitimas.
Conversou com eles procurando fazê-los mudar esse comportamento e, acabou por se conscientizar que não era possível - cada um tinha a sua natureza e não poderiam mudá-la.
Pensou numa forma de todos viverem mais felizes, sem mudá-los mas organizando a vida em sociedade, de forma que todos poderiam fazer isto ou aquilo, desde que obedecessem um conjunto de leis comuns para todos.
A história começa assim ...

Nuvens são como Sonhos
Uma  menininha estava em pé, ao lado do pai agachado, e diz para  ele que acha muito legal a pessoa que cuida do céu. Ela faz as nuvens com formato de bichinhos, que ficam brincando lá em cima.
O pai diz a ela que as nuvens são como sonhos. Que podemos dar a elas a forma que quisermos -  e que elas sempre poderão ser o que imaginarmos. Além disso, quanto mais acreditarmos no nosso sonho, mais elas se parecerão com aquilo que idealizamos, até que acaba por se tornar realidade.
Ela prestou muita atenção nisso e aprendeu.
Um dia, gostou tanto de determinada nuvem em formato de coração que acabou indo atrás dela, tentando se aproximar, ver como era, brincar com ela.  Foi andando, andando, até chegar no limite da floresta. As árvores atrapalhavam, não permitiam que pudesse enxergar direito a nuvem. Mas foi andando, andando atrás da nuvem do coração.
Exausta, parou um pouquinho para descansar embaixo de uma árvore e, sob aquela sombra gostosa, pegou no sono. Mais tarde,  acordou com o barulho de uns passarinhos que, cantando alegres,  voavam e se balançavam nos galhos, acima dela.  Deitada, ela ficou olhando para cima, vendo eles brincarem. Eram muito engraçados.
Nisso, do nada, apareceu andando por ali um Coelho meio estranho, de óculos, com cara de adulto inteligente e preocupado, e lhe perguntou o que ela estava fazendo naquele lugar.  Nine, meio que assim, disse que estava indo atrás de uma nuvem muito bonita, com a forma de um coração, mas que havia ficado cansada. E, então, parou um pouco para descansar. Mas, quando foi procurar a nuvem, não a encontrou mais.
O Coelho disse que isso não era problema, e que ela poderia ficar ali com ele e com os demais bichos da floresta que eram amigos, até que a nuvem passasse de novo. Elas sempre passam de novo, porque só existe um céu.
Ela lhe disse que se chamava Nine, e perguntou o nome dele. Ele disse que isso não era importante porque ele nunca ficava parado no mesmo lugar - estava sempre andando, tanta coisa tinha a fazer. Aliás, já estava muito atrasado.
- Ok. Então vamos! disse ele.
Saiu andando rápido. Nine foi atrás, olhando tudo com atenção, como se fosse a primeira vez – e era mesmo.
Depois de alguns minutos, caminhando numa trilha da floresta, chegaram numa grande árvore, que tinha uma abertura como entrada. No interior, ela viu que ali era o escritório dele, onde todos o chamavam de ‘Mestre’, como passou a chamá-lo a partir daí.
Ele apontou uma cadeira para ela se sentar.

Floresta em Crise
Em seguida, entrou um outro coelho na sala. Ele era mais novo do que o Mestre e tinha um ar sério.  Então, ele apresentou um papel para o Mestre. Depois, ela veio saber que aquele era o Coelho Secretário.
O Mestre leu o papel, com ar preocupado, e disse:
¾          Não é possível!  Outra vez ...
Nine perguntou o que havia acontecido; ele explicou:
¾          É que os animais selvagens, aqueles que matam os outros bichos para se alimentar, vivem em uma região própria demarcada da floresta. Assim os demais animais podem viver em paz, em segurança.  Agora, eles estão desrespeitando o tratado e invadindo a área que não é deles.  Precisamos acertar isso!
Pediu para o coelho secretário agendar uma reunião com o líder dos Animais Selvagens,  o Urso Branco, e com o Cavalo Malhado, representante dos Animais Pacíficos,  para resolverem esse assunto de uma vez por todas. Eles juntos formavam o que era conhecido como o Grupo Gestor da Floresta.

Avaliando o Problema e as Alternativas de Solução
No dia marcado para a reunião, todos presentes, o Mestre, sentado na sua mesa, expôs o motivo da reunião e deu a palavra ao representante dos Animais Selvagens.
Urso Branco colocou que a invasão não era o que podia parecer – eles não pretendiam voltar à antiga vida de predadores dos animais pacíficos - podiam muito bem brigar entre si, e pronto. O que eles reivindicavam era o direito de utilizar também a área da floresta onde viviam os outros animais, os Animais Pacíficos.
A parte deles vinha sendo devastada já há algum tempo pelos humanos. Eles cortam as árvores para aproveitar a madeira, matam os animais que encontram pela frente, e incendeiam o que sobra. Lá, atualmente, a floresta quase não proporciona mais sombra, os bichos estão tendo dificuldade para encontrar um lugar para se abrigar, para se proteger da chuva e do frio.
Colocou tudo calmamente sem alterar, como bom negociador que era.
Cavalo Malhado ouviu tudo com atenção e ponderou que, embora ele estivesse com a razão, trato era trato, e o que estava acontecendo não era responsabilidade dos Animais Pacíficos, cuja área estava sendo invadida. Portanto, não considerava justo alterar o acordo só porque eles, eventualmente, tinham sido prejudicados, por algo que independia do seu controle.
O Urso ouviu e respondeu que o justo seria refazer o trato, uma vez que as condições originais haviam sido alteradas.
Nine, a menininha, ouvia a conversa e, de repente, num impulso, pediu a palavra e falou:
 ¾          Os dois estão com a razão. Porém, ceder o espaço seria apenas uma transferência de problema. Nesse caso, embora a dificuldade dos Animais Selvagens  pudesse ser resolvida, quem passaria então a se sentir incomodado seriam os Animais Pacíficos.   Além disso, se os humanos estão desmatando a floresta do lado de lá, quem garante que não virão desmatar também do lado de cá ?!
 Todos assentiram e lhe deram razão. O que ela estava dizendo era indiscutível.
 ¾           Então, o que devemos fazer? Perguntaram todos.

 Proposta de Solução
¾          Por que não organizamos um jogo entre dois times para decidir e validar a questão. Um time seria dos Animais Selvagens e outro dos Animais Pacíficos. Se os Animais Selvagens ganharem, terão direito de entrar nas terras reservada  para os Animais Pacíficos. E, no meio tempo vamos desenvolver uma solução para evitar que os humanos predadores continuem invadindo, desmatando a nossa floresta.
Cavalo Malhado relutou um pouco, e depois perguntou:
¾          Que tipo de jogo seria esse? Ela respondeu:
 ¾          Na minha escola jogamos um que é assim:
Uma grande área verde, como um campo de futebol, é dividida em duas. Uma para cada time. Na extremidade de cada uma há um pequeno espaço demarcado por uma bandeira. O objetivo do jogo é um time é levar uma bola para espaço demarcado pela bandeira do outro. Um dos times inicia o jogo de posse da bola e tentar levá-la para o espaço demarcado - bandeira - do campo do adversário. O outro time tenta evitar e tomar bola para, por sua vez, levá-la para a ‘bandeira’ no lado  oposto. O primeiro time que fizer dois pontos ganha.  O jogo tem que ser limpo - nada de excesso de violência, sob pena do jogador ser eliminado, expulso de campo, pelo juiz, desfalcando assim o seu time, aumentando a chance de vitória do adversário.
Urso Branco considerou a proposta boa, mesmo porque as chances de vitória dos Animais Selvagens eram muito maiores, considerando seu preparo e recursos físicos.  Por seu lado, Cavalo Malhado também a considerou boa, mesmo porque, se os animais selvagens resolvesse invadir suas terras à força, o fariam sem o menor problema.
Todos refletiram bem, consultaram as suas bases e, finalmente, concordaram com a realização do jogo.
Acertaram que a organização ficaria sob a responsabilidade do Mestre, assessorado pela menina Nine. Acertaram também que no meio tempo, seria criada uma comissão para estudar como poderiam se proteger da invasão dos humanos, e que essa comissão seria presidida pela Sra. Girafa, um animal ponderado e que enxergava longe.
Tudo resolvido, o Mestre olhou no seu relógio, pediu licença, que todos se retirassem pois estava na hora do seu chá da tarde. Todos saíram, menos a Nine, mesmo porque ela não tinha para onde ir. Ele a convidou para tomar o chá com ele e conversaram.
Ele então elogiou a sua postura na reunião, bem como a sua ideia salvadora, que evitou um confronto cujo final seria horroroso, uma volta à pré-história do reino dos animais. Perguntou mais sobre o lugar de onde ela veio, sua família etc.

Planejamento e Organização
No dia seguinte, quando ela  acordou, o dia estava igualmente lindo. O  secretário lhe disse para ficar à vontade porque o Mestre teve que ir para não sei aonde. Ela perguntou onde ficava a área desmatada mencionada. Ele a levou lá, e ela confirmou que o jogo poderia ser realizado ali. Pediu que o Secretário providenciasse cercas para delimitação do espaço, demarcasse as linhas etc. e a avisasse quando tudo estivesse quase pronto.   Pediu ainda, que indicasse alguém de muito bom senso e autoridade para ser o juiz da partida, e que também arrumasse uma bola.
Continuou andando e encontrou a Girafa que havia sido encarregada para compor a Comissão que iria definir o que deveria ser feito para evitar que os humanos continuassem a causar mais problemas na floresta. Saíram juntas, e a Girafa, como já dias antes havia feito com a Zebra,  permitiu que ela subisse no seu pescoço para poder visualizar melhor a área, o problema.  Realmente, o estrago era muito grande.
Nine, pelo fato de ser nova no pedaço, via as coisas de por um ângulo diferente dos que sempre viveram ali. Teve então  algumas ideias, e as apresentou para a Girafa:
§         Cercar toda a floresta com uma grande cerca de plantas com espinhos, formando uma espécie de corredor, para controlar a entrada dos humanos – eles só poderiam entrar ali para fins pacíficos. Seria proibido matar, maltratar, prender os animais, e/ou leva-los para suas cidades, derrubar árvores, ... Enfim, que ajudassem também a preservar a floresta, mesmos porque a floresta era importante para eles também, no sentido que tornava o clima ameno, produzia frutas, limpava o ar das impurezas ...

§       Pedir para que os pássaros e os macacos passassem a habitar nos galhos das árvores, para que pudessem avisar a todos os animais caso notassem alguma coisa irregular. Recomendar aos pássaro que têm as maiores asas, e que conseguem voar muito alto – águias, gaivotas, gaviões, ... – que alçassem voo durante o dia, de tempos em tempos, para controlar com sua vista aguçada, se a área não estaria sendo invadida. Durante à noite, esse trabalho seria feito pelas Corujas e Morcegos, que têm ‘visão’ noturna.
 §      Em caso de alarme os Leões, Tigres, Leopardos e Lobos, deveriam se dirigir ao local da ocorrência para intimidar, expulsar os invasores. Se os invasores estivessem utilizando veículos, os Elefantes, e Rinocerontes deveriam acionados. Se a invasão estivesse sendo feita pelos rios, os acionados deveriam ser os Hipopótamos, Crocodilos e Jacarés.
 §        Pedir para que todas as Vacas fossem colocadas nesses corredores, para elas manterem baixa a grama local para facilitar a visualização de eventuais invasores. Em alguns lugares dependendo do tipo da vegetação local, poderiam ser colocados Bodes e Cabras.
 §        Considerando que as vacas são meio ‘lerdas’ de cabeça, pedir para os cães tomarem conta delas para evitar que sempre pastassem no mesmo lugar, ou, distraídas, saíssem desse espaço.
 A Girafa pensou, refletiu, e considerou o plano viável. Ficou de apresentá-lo para a Grupo de Gestão da Floresta no próximo encontro.

Decisão
No dia seguinte, o Secretário informou que com a ajuda das Marmotas e dos Gorilas e dos Macaquinhos, conseguiu montar a cerca, pintar as faixas demarcatórias, etc., e que o campo estava pronto. Informou também que a Sra. Coruja tinha aceitado ser o juiz, que a Tartaruga seria a auxiliar do árbitro,  e que o Tatu Bola seria a bola da partida.
Nine pediu a ele agendar o jogo para o mais breve possível, anunciasse para todos os animais o que estava sendo disputado, as regras, etc.
Estabeleceu e pediu para avisar os capitães que, no máximo, poderiam ser escalados até sete animais para cada time, considerando o tamanho do campo, e para permitir que todos os animais da floresta pudessem ficar bem acomodados para acompanhar o jogo.
No dia e horário marcado para o jogo as duas equipes se apresentaram:
  •         Animais Selvagens: Rinoceronte, Hipopótamo, Urso e Elefante na defesa. No ataque: Leão, Tigre       e Leopardo.
  •         Animais Pacíficos: Na defesa, Cavalo, Touro, Vaca e o cão Rottweiler. No ataque os cães: Pastor     Alemão, Vira-Lata, e Basset

Todos os animais estavam em volta do campo para assistir. O Mestre, o Secretário e a Nine estavam numa plataforma instalada especialmente para acomodar as autoridades.
Os capitães eram: o Urso pelos Animais Selvagens, e o Cavalo, por parte dos Animais Pacíficos.  O Leão teria sido indicado para capitão dos Animais Selvagens, não fosse seu gênio esquentado.
 Para disputar quem iria começar combinaram que o  Tatu-Bola deveria ser lançado, rolando pelo chão – como uma bola de boliche –, e passasse entre as pernas de um Flamingo, colocado à distância de uns 15m. Quem conseguisse, teria o privilégio de  começar o jogo
A Coruja, o juiz, promoveu a disputa para ver quem iniciaria o jogo.   O Cavalo por ter patas no lugar de mãos, deu um chute no Tatu-Bola, nestas alturas todo enrolado, e errou por pouco. O Urso, segurou  o Tatu-Bola com suas garras da pata dianteira e o jogou com precisão entre as pernas do Flamingo. Coube aos AS começarem o jogo.
Todos posicionados, o Urso colocou o Tatu-Bola nas costas do Leopardo, grande velocista, e pediu que ele avançasse até a marca, a bandeira, e lá deixasse o Tatu-Bola, marcando assim um ponto. Leopardo saiu em disparada. A Vaca e o Cavalo se puseram na frente, mas foram facilmente ultrapassados.
Os cães correram, latindo, e o leopardo, no movimento que fez para desviar, acabou por derrubar o Tatu-Bola que estava agarrado no seu dorso.  O cão  Pastor Alemão abocanhou o Tatu, e saiu em disparada com ele, na direção contrária. Foi tudo tão rápido, que ninguém conseguiu pará-lo antes dele chegar no lugar demarcado pela bandeira, no campo dos Animais Selvagens. Um a zero para os Animais Pacíficos!!!! Os que torciam pelos Animais Pacíficos gritaram, bateram palmas. O Mestre ficou impassível e, como de hábito olhava para seu relógio. O Secretário nem parecia estar ali. Nine sorria, encantada com o jogo.
A Coruja manda posicionar o Tatu no meio do campo e apita, reiniciando o jogo.  O Leão, à exemplo do cão Pastor Alemão, prendeu o Tatu-Bola entre suas poderosas mandíbulas, e saiu em disparada. Ao seu lado corriam também o Tigre e o Leopardo, para protegê-lo de eventuais e prováveis ataques.  Cavalo, Touro e Vaca não conseguiram parar o trio que conseguiu chegar no local marcado pela bandeirinha, no campo dos Animais Pacíficos.  O placar passou para 1x1. Os Animais Selvagens, do lado de fora, vibraram com o lance e, com seus urros espalhafatosos, comemoraram.
Novamente a partida foi reiniciada. Cavalo colocou o Tatu-Bola em uma sacolinha que tinha pendurado no pescoço, e saiu galopando em direção ao campo adversário.  Tinha acabado de ultrapassar quase a metade da distância quando o Leão e Tigre pularam em cima dele e o derrubaram. Naquele amontoado de animais, caídos no chão, o Tatu-Bola saiu rolando da sacolinha, sem ninguém o notasse.  Somente o cão Basset o viu. O Basset na verdade era uma cadela, e era conhecida por Lilica. Assim que viu o Tatu rolar, Lilica o pegou na boca e saiu correndo em direção à área delimitada no campo dos Animais Selvagens. Estava quase chegando lá, quando o Urso enorme, com quase três metros de altura, se pôs na sua frente para impedi-la de passar.  Ao invés de desviar, Lilica super-rápida foi na direção do Urso, e passou entre as suas pernas, conseguindo assim levar o Tatu-Bola ao local demarcado pela bandeirinha.  GOOOOL !!!   2x1.  Os Animais Pacíficos ganharam o jogo!!!
O  tumulto foi geral: os torcedores dos Animais Selvagens vaiando, e os dos Animais Pacíficos aplaudindo gritando de alegria. A Coruja e a sua auxiliar, a Tartaruga, encerrou o jogo, e pediu aos dois capitães que se dirigissem à tribuna.
O Mestre recebeu os capitães e os cumprimentou. Pediu silêncio a todos os presentes e elogiou todos os animais-atletas que participaram do disputadíssimo jogo, em especial ao corajoso Tatu-Bola, cujo desempenho foi impecável, e muito contribuiu para a beleza do espetáculo.  Na sequência, disse que tinha um pronunciamento a fazer e disse:
¾          Como todos vocês sabem, o objetivo do jogo era definir a possibilidade dos Animais Selvagens voltarem a ocupar a mesma área da floresta que os Animais Pacíficos, considerando que a sua área, definida em comum acordo, está sendo desmatada pelos humanos, com todos os inconvenientes decorrentes. Os Animais Pacíficos ganharam o jogo, de uma maneira honesta e indiscutível e, em decorrência, como combinado, os Animais Selvagens devem permanecer no seu espaço, respeitando os limites pré-determinados.
¾           Entretanto, depois da nossa última reunião, a menina Nine, auxiliada pela Sra. Girafa, desenvolveram e passaram a implantar um plano de trabalho que nos abriu os olhos para a possibilidade de uma coexistência pacífica e produtiva entre todos os animais.
 ¾           Sendo assim, antes de definirmos o assunto, nós do Grupo Gestor da Floresta, resolvemos terminar a implantação e avaliar o resultado desse plano.  Ok?  Agora, com licença, que tenho um outro compromisso, tenho que sair. O Mestre saiu, acompanhado pelo Secretário. Pouco a pouco, os animais também foram saindo, comentando tudo que tinham visto e ouvido.

Protegendo a Floresta
Nine, chamou o Urso e o Cavalo para revisarem o plano, e definir  o que devia ser feito por cada grupo. Acertaram que:
§  As cercas com espinhos no entorno da floresta deveriam permanecer,  para evitar a entrada de estranhos.
§  As Vacas e as Cabras permaneceriam no espaço entre elas, mantendo a grama rasteira para facilitar a visualização de eventuais invasores.
§  Os cães continuariam a tomar conta desse espaço e  a controlar o serviço prestado pelas Vacas e Cabras, que ficavam sob seu comando.
§  Os Pássaros e Macacos continuariam nas árvores, tomando conta delas e avisando a todos da aproximação de algum humano,  através de seu canto ou grito.
§  Os pássaros com maiores asas - Gaviões, Falcões, Gaivotas, etc. - deveriam voar o mais alto possível para que, com sua visão telescópica,  possam detectar eventuais invasores, à distância, e com antecedência.  Em caso positivo, deveriam alertar a todos da invasão com seus  canto-aviso.
§  Tigres, Leões, Leopardos, Lobos, assim que soasse algum alarme, deveriam se dirigir imediatamente ao local, com o objetivo primeiro de espantar os invasores da floresta, com a suas figuras poderosas e assustadoras, e com seus urros animalescos
§  Eventuais invasores humanos capturados deveriam ser levados de volta para suas cidades pelos Cavalos, considerando a sua força e características.

Como ficou
O tempo foi passando, o plano foi implantado e, com alguns ajustes, se mostrou acertado. E, por incrível que possa parecer, prevalece até hoje.
Porém, aconteceu algo que ninguém esperava. O contato dos humanos com os animais fez com que todos reavaliassem a relação, e passassem a ter uma nova visão um do outro, ter um novo comportamento.  Por exemplo:
  • Alguns animais ficaram doentes e alguns humanos,  que eram chamados de ‘Médico’, vieram cuidar deles. Alguns até se especializaram em doenças específicas dos bichos, e passaram a ser chamados de 'Médico Veterinário’.
  •   Os humanos passaram a cultivar as áreas desmatadas, e os frutos e cereais ali colhidos servem para sua própria alimentação, sendo que uma parte substancial está sendo destinada para os animais.
  • Os humanos passaram a cuidar das vacas e cabras confinadas, remanejando-as para pastos diferentes, de tempos em tempos, a reforçar a sua alimentação com cana e  milho procedente de suas plantações e, em troca, passaram a extrair e utilizar o leite excedente desses animais para sua alimentação, especialmente a dos seus filhos pequenos.
  •  Os cachorros, pela sua experiência em cuidar das vacas e cabras, naturalmente se aproximaram dos humanos, a ponto de hoje serem chamados por eles de ‘seus melhores amigos’.
  • Os humanos criaram nas suas cidades  grandes espaços para receber aninais idosos, ou que não queiram mais viver na floresta. Esses espaços são chamados Zoológicos.  Lá os animais são alimentados, mantidos limpos, e recebem assistência médica em caso de necessidade. O lado bom desses espaços é que os humanos levam seus filhos pequenos para visitar e conhecer os animais e seus filhotes. Reforçam assim, ainda mais, os laços de amizade entre essas espécies, tão diferentes mas, basicamente, tão parecidas.
  •  Alguns humanos perceberam que o desmatamento não é conveniente para ninguém pois compromete o clima e a natureza, tão importantes para todos.  Além de se convencerem, ainda dedicam parte do seu tempo informando os demais humanos que ainda não pensam assim, tentando convencê-los a mudar de pensamento e atitude. Eles são chamados de Ambientalistas e se preocupam com a sustentabilidade do planeta. O que eles pregam é que, se cuidarmos bem da terra, ela sempre nos proverá com alimentos, ar puro para respirarmos, água para bebermos, lavar roupa, regar nossas plantações, produzir energia elétrica, entre tantas outras coisas.

O Grupo Gestor da Floresta, estava agora supervalorizado entre os bichos, considerando o sucesso do plano.
Num determinado dia, organizaram uma cerimônia para homenagear a Nine, a menininha visionária, que o concebeu e coordenou a sua  implantação.
Todos do Grupo Gestor deram seu testemunho, falando da importância do trabalho dela  e agradecendo a sua colaboração.
No final, o Mestre concedeu a ela a medalha  ‘Floresta Viva’, uma comenda que nunca havia sido concedida a ninguém, por ninguém tê-la merecido, reconhecendo  a importância do seu trabalho.
 Feito isso o Mestre e o Secretário se despediram e saíram, pois tinham outras coisas a fazer. Todavia, antes de sair, correndo com sempre, o Mestre disse para a Nine:
 ¾          Querida, talvez você não tenha pensado nisso, mas, ao contrário de nós, você é humana! E, conhecê-la foi fundamental. Permitiu que nós percebêssemos que os humanos também podem ser bons. Foi isso que nos preparou, incentivou, e nos levou a ter relação que hoje temos com os seus. E quando falo ‘nós’, não estou falando apenas em nome dos bichos; estou falando também em nome da própria floresta – sim, a floresta, como o próprio nome da sua comenda diz, é viva.  Parabéns!

Final
Passados alguns dias,  Nine viu umas nuvens no céu, com formato de bonequinhos.
Elas pareciam estar acenado, querendo brincar. Olhando sempre para elas, foi caminhando, tentando descobrir para onde elas iam, encontrá-las. Foi andando, andando....
Passado algum tempo, ficou cansada, sentou-se um pouco e logo ficou com sono, muito sono. E, de repente, acordou. Acordou no colo do pai dela, no mesmo lugar onde tudo começou.  Ele estava dizendo:
- As nuvens são como sonhos ..

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