Tradição
americana importada para o Brasil, a ‘Black Friday’ acontece nesta sexta-feira (24), e é um dos
dias mais esperados do ano pelos varejistas.
Nos
Estados Unidos, a data ocorre sempre na sexta após o feriado de Dia de Ação de Graças,
e é marcada por grandes descontos para incentivar compras antes do Natal.
A
data foi mantida no Brasil, caindo sempre na quarta sexta-feira de novembro.
Desde sua primeira edição no país, em 2010, a Black Friday vem batendo recordes de vendas, e mobilizando
milhões de consumidores. Filas quilométricas e confusão nas lojas se tornaram
comuns na data, e devem se repetir neste ano.
Termo
tem origens em mercado financeiro, balanços do varejo, e polícia americana.
Existem
diversas teorias para a origem do termo ‘Black Friday’.
Uma
delas afirma que a expressão foi usada pela primeira vez em 1869, quando
dois investidores tentaram controlar todo o mercado de ouro na Bolsa de Nova
York.
A
tentativa foi descoberta numa sexta-feira, e governo foi obrigado a intervir,
aumentando a oferta do metal e, consequentemente, derrubando os preços. O dia
ficou conhecido como ‘Black Friday’.
Outra
teoria afirma que o nome surgiu na Filadélfia, nos anos 1990, quando a polícia
local chamava de ‘Black Friday’ o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças,
quando havia enormes congestionamentos nas ruas, durante a abertura do período
de compras para o Natal.
Há, ainda, uma versão que afirma que na Black Friday os balanços das lojas sairiam do vermelho, cor do prejuízo, e entrariam em preto, que sinalizaria lucro, por conta do aumento das vendas. O período de janeiro a novembro seria considerado negativo, enquanto o aquecimento após o Dia de Ação de Graças impulsionaria as vendas até o fim do ano.
Black Friday começou no
Brasil em 2010 e bateu recordes, mas
perdeu força no ano passado
A
primeira Black Friday do Brasil ocorreu em 28 de novembro de 2010, e foi 100% online, organizada pelo site 'Busca Descontos', que
reuniu lojas como Americanas, Walmart, e Compra Fácil, para oferecer descontos na
quarta quinta-feira de novembro, replicando o evento americano.
Desde
então, a Black Friday tornou-se tradição no varejo do país, que também importou
a ‘Cyber
Monday’, como ficou conhecida a segunda-feira após o Dia de Ação de
Graças nos EU. A intenção da data era estimular pessoas a fazerem
compras online após o dia tradicional de descontos.
No
Brasil, os dias seguintes à sexta também são conhecidos como ‘xepa da Black
Friday’, quando as lojas oferecem promoções para quem perdeu a oportunidade de
comprar na data, com objetivo de liquidar seus produtos no embalo da data.
Desde
sua estreia, a Black Friday tornou-se cada vez mais popular -e lucrativa- no
país. Para se ter uma ideia, as vendas começaram em R$ 3 milhões em 2010 e avançaram
para R$ 100 milhões em 2011, segundo a ClearSale. Em 2015, atingiram R$ 1,57 bilhão.
Em
2019,
de acordo com a Ebit|Nielsen, as vendas chegaram a R$ 3,2 bilhões,
considerando a quinta e a sexta-feira.
Mas
foi no primeiro ano da pandemia, em 2020, que os números deslancharam: vendas de R$ 6 bilhões na
semana do ‘esquenta Black Friday’, de 19 a 27 de novembro. Considerando a ‘xepa’ da data, no sábado
e domingo, mais R$ 1,5 bilhão, informou a Ebit|Nielsen. Só a sexta registrou
vendas em torno de R$ 3,1 bilhões.
Em
2021,
diz a Clearsale/Neotrust, as vendas na sexta-feira atingiram R$ 4,3 bilhões.
No
ano passado, porém, a Black Friday registrou a primeira queda nas vendas na sua
história no Brasil, com baixa de 28%, para R$ 3,1 bilhões.
O
recuo se deu nas vendas online, meio no qual pelo menos 90% dos
consumidores pretendia fazer as suas compras naquele ano, segundo pesquisa do
site brasileiro de queixas Reclame Aqui.
Para
este ano, a Abecs, associação que representa o setor de cartões de crédito,
apontou que 49% dos brasileiros pretendem realizar compras de
produtos ou serviços na Black Friday, em pesquisa encomendada pelo Datafolha.
Em média, os consumidores planejam gastar R$
1.380, e o valor total movimentado deve
ser de R$ 15,5 bilhões.
Dentre os produtos mais buscados neste ano estão bebidas alcoólicas, e remédios sem prescrição médica, segundo pesquisa da consultoria NielsenIQ.
Fonte: FSP
(JA, Nov25)

