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Alfredo

 

Homem de terno e gravata

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Recentemente Alfredo encontrou com os amigos que tinha na cidade onde morou anteriormente, até cerca de 8 anos atrás. Eram seus amigos mais próximos. Sentiu um certo distanciamento de ambos os lados, e, mais tarde, ficou refletindo sobre, tentando entender a causa, uma vez que não havia acontecido nada que justificasse. 

Alfredo era um homem com mais de 60 anos. Ele era aposentado e, graças a uma vida profissional bem sucedida, conseguiu amealhar um patrimônio que lhe permitia agora viver bem, embora comedidamente.

Atualmente não se relacionava com tantas pessoas como no passado, quando trabalhava. Seus poucos amigos viviam em outra cidade, e como ele morava em um condomínio no litoral, aonde as pessoas vinham apenas para passar alguns dias, em fins de semana ou temporada, a possibilidade de desenvolvimento de novas relações era reduzida.

Ele dedicava seu tempo livre  na leitura de livros. Mantinha-se atualizado através de jornais, revistas, e noticiário da TV e mídias sociais. 

Ultimamente começou a pensar sobre a redução do número de amigos nessa fase da vida. Concluiu que os motivos eram vários: redução do tempo de convivência,  com consequente redução de assuntos comuns e maior dedicação aos assuntos pessoais e familiares. Sendo que este último – familiares - é significativo pois, nessa fase, a família  normalmente é aumentada pelo casamento dos filhos, chegada dos netos,... exigindo cada vez mais a atenção, dedicação de tempo.

Os poucos amigos que lhes restaram são aqueles cujo  relacionamento ocorreu mais recentemente, e com os quais há uma maior  identificação, tanto pela idade, como pelo nível social, pontos de vista, interesses e problemas comuns.

Entretanto, para evitar o que aconteceu com as amizades mais antigas, tem consciência que precisam ser constantemente realimentadas para continuarem existindo, não desaparecerem também.

Refletindo mais sobre o afastamento que aconteceu com seus amigos antigos, foi concluindo: 

1.       Grau de Exigência

Uma dificuldade para manutenção das amizades nessa faixa etária é que é comum que as pessoas se tornem mais críticas e exigentes. Registram mais  os defeitos das pessoas com as quais se relacionam do que aos seus pontos positivos, e do que eles representam ou poderiam representar para elas nessa fase de suas vidas.

No casamento esse fator é significativo, e pode deteriorar uma relação que foi boa durante muito tempo. A grau de paciência fica reduzido e, consequentemente as críticas e exigências vão aumentando, o diálogo vai ficando cada vez mais áspero e grosseiro, as mágoas vão se acentuando, acumulando, resultando num afastamento progressivo.   

O resultado do aumento do grau de exigência é agravado pelo fato que ocorre em ambas as partes – o outro lado também é levado a pensar e agir da mesma forma, o que aumenta a possibilidade de afastamento.   

2.       Evolução

Com o passar dos anos as pessoas, além de acumular conhecimento pela experiência adquirida,  podem passar a aproveitar o tempo, agora mais disponível, para se dedicarem a assuntos que sempre foram de seu interesse, mas que anteriormente não tinham condições de praticar: Assistência Social, Cursos, Leitura, etc. Com o tempo dedicado nesse sentido, evoluem. Passam então a priorizar pessoas que pensam como eles, afastando-se naturalmente dos demais. 

3.       Gerotranscendência

Além disso, de acordo com o  psicólogo social Erik Erikson (1902–1994), a velhice mais avançada pode levar a uma paz profunda com a redescoberta da espiritualidade, e o cultivo da sabedoria. Ele chamou esse estágio de gerotranscendência (gero = idoso; transcendência = além do mundo material). 

A gerotranscendência retira o envelhecimento da visão puramente materialista e racional, que foca apenas no declínio. A satisfação com a vida pode, inclusive, aumentar com a abertura para dimensões cósmicas e espirituais. Surge, também, o desejo por ‘solitude’ —a boa solidão.

Em outras palavras, os idosos podem não estar se isolando de forma patológica, mas se abrindo a outras dimensões da existência. Quem desenvolve a gerotranscendência experimenta um sentimento de comunhão com o universo.

É por isso que, em culturas ancestrais, os anciãos eram respeitados e ouvidos. Suas vidas eram pontes entre o presente e a eternidade. Entretanto, na nossa sociedade, movida pelo ‘novo e rápido’, há uma tendência em infantilizar os idosos, tratando-os como pessoas que devem ser apenas cuidadas e distraídas —um mercado lucrativo para alguns. 

4.       Involução

Por outro lado, com o passar dos anos, os defeitos característicos das pessoas se não eliminados, corrigidos, podem evoluir, tornando-os ‘piores’ do que já eram anteriormente. Naturalmente, isso é percebido pelos que se relacionam com eles, aumentando em decorrência a probabilidade de ocorrer afastamentos. 

5.       Alteração de valores

Algumas atitudes e comportamentos de terceiros  que eram significativos positivamente até há pouco tempo, agora passam a ser menos positivos ou, até mesmo, negativos. 

Assim, muito do que era importante deixa de ser, e vale o inverso também. Esse fato também pode levar ao afastamento de alguns antigos relacionamentos que, nessa fase, deixaram de ter o mesmo significado, peso, que tinham anteriormente, além de estimular a criação de outros.  


 

No finalmente concluiu. É, essa fase da vida é difícil. Mas, qual não é ? Importante entendermos o que acontece para podermos lidar com ela da melhor  maneira. 

 (JA, Out25)

 

 

 

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