O tamanho do nosso o mundo varia de acordo com a fase - momento da vida, e casualidades, que todos passamos, estamos sujeitos.
Para o ser humano, ao nascer, ao vislumbrar a primeira luz, vindo de onde veio, o mundo aparenta ter uma grandeza fantástica em relação a ele.
Entretanto, aos poucos, com o passar do tempo, irá conquistando espaços, e esse impacto inicial irá sendo reduzido.
Poderá até chegar um momento em que ele se julgará superior, maior do que o mundo à sua volta. Mas, essa ilusão, fatalmente acabará sendo reduzida pela força da realidade, até a um ponto em que ele se sentirá tão pequeno e insignificante, que tomará consciência que é dispensável, que sua vida não tem mais validade futura.
Infância
Durante a infância o mundo limita-se às pessoas mais próximas – pais, irmãos, tios, avós, eventuais coleguinhas -, ao seu quarto, sua casa. Com o tempo esse mundo vai sendo ampliado – a escola, passeios no parque, viagens,...
Sua infância foi muito feliz. Sua família era bem estruturada. Seus pais tiveram uma boa formação, eram responsáveis, bons provedores - conseguiam manter a família bem suprida, vivendo em residências bem localizadas e adequadas.
Desde pequeno procurava se relacionar com coleguinhas da mesma idade – vizinhos da sua casa, e os influenciava para fazer e participar com ele das brincadeiras que mais gostava, as quais, inconscientemente, já apontavam para sua futura vocação profissional.
Durante a juventude esse mundo cresce consideravelmente. Ele fica mais independente, não se limita só ao seu espaço familiar. Conhece pessoas de fora do seu círculo habitual, frequenta novos ambientes, conhece outros costumes, acumula mais informações, experiência.
Começou a trabalhar ainda jovem. Então, ainda não tinha completado o Ensino Fundamental.
A experiência foi muito boa para sua vida pessoal e profissional. Percebeu que existia muitas coisas e pessoas além do círculo que estava acostumado a frequentar.
Compreendeu o conceito de empresa, planejamento, objetivos e metas. A importância e tipo de líderes, e comandados. A importância da definição de prioridades e limites de tempo. Entendeu também a necessidade de organização pessoal e empresarial para realizar, cumprir o que tinha que ser feito da melhor maneira.
Completou sua educação formal conquistando diploma do Ensino Superior e de algumas especializações relacionadas.
Com a maturidade o mundo, embora expandido em relação ao passado, passa a ser limitado pelas responsabilidades consequentes – financeiras, casamento, emprego, filhos, etc.
Tanto na faculdade como nas empresas em que trabalhou, inclusive empresas originárias de outros países e culturas, teve oportunidade de conviver com pessoas muito diferentes daquelas com as quais estava limitado na sua vida familiar.
A soma dessas experiências abriram novas perspectivas que lhe facilitaram melhor compreender e se relacionar com o mundo.
Além disso, teve oportunidade de criar um patrimônio que lhe garantiu uma velhice relativamente tranquila, do ponto de vista financeiro.
Chegando à velhice, independentemente da experiência e do conhecimento adquirido durante a vida, o mundo vai se estreitando, sendo reduzido, em relação à fase anterior – vai perdendo amigos e parentes; normalmente deixa de trabalhar; passa a ser dependente de outras pessoas - financeira e socialmente; passa a ser menos consultado, ouvido.
Com o passar dos anos as oportunidades de trabalho para pessoas com a sua idade e especializações, foram rareando, e ele passou a ficar mais tempo em casa, com sua família.
As pessoas, amigos e parentes, com quem se relacionava externamente foram sumindo, até que sobraram apenas alguns – que normalmente estavam na mesma situação que ele. E, mesmo esses, aos poucos foram se afastando, por morte ou outro motivo qualquer.
E, no finalmente, com a morte, quando é eliminado compulsoriamente, seu ‘mundo’ é totalmente reduzido.
Embora tenha praticado esportes durante toda a sua vida, tenha sido sempre saudável, com a idade começaram a aparecer algumas disfunções, sempre tratadas e superadas. Até que, num determinado dia, apareceu uma mais grave, que não regredia, independentemente da assistência médica e tratamentos indicados.
Ficou evidente que aquela era a fase final. Seu mundo então ficou reduzido a algumas pessoas que se solidarizaram com ele nesse momento, e procuraram atender as suas necessidades da melhor maneira. Foi indo, indo, até que foi. Deixou de existir fisicamente.
Em princípio, quem ele foi e o que fez durante a sua vida, ficou apenas na memória daqueles que tiveram oportunidade de conviver com ele, de conhecê-lo pessoalmente, ou através da sua história.
Renascimento
Nos nunca
morreremos. Fazemos parte de um 'continuum', cuja dimensão ê muito maior do que o
nosso mundo, a nossa individualidade.
Independentemente
do tempo passado, sempre iremos existir,
e influenciar a vida de outros seres humanos, seus sonhos, comportamento
e realizações.
Entretanto,
surpreendentemente, quando ele ‘morreu’, teve a percepção de que sua energia se
separava do corpo físico, e subia como um raio de luz para o espaço. Pouco a
pouco, passou a perder a sua individualidade, a se integrar a algo maior, que
estava além da sua compreensão.
Passou a fazer parte de uma energia que definia
e influenciava o universo, a tudo e a
todos que o integravam. Esse passou a ser o seu novo mundo.
Foi como um renascimento. O nível de energia que ele projetou enquanto ‘vivo’ (sonhos, objetivos, influências, ações, realizações), positivo ou negativo, foram potencializados e incorporados nessa sua nova dimensão. Ele se sentiu integrado, capaz. Atingiu a realização, a sensação tão buscada e nunca atingida no seu mundo anterior.
Aos poucos, foi se adaptando, e
percebeu que poderia utilizar a energia da qual passou a fazer parte, para
influenciar o que e a quem desejasse, ajudando a definir ocorrências, fatos,
enfim o futuro. E foi o que passou a fazer, voltando-se naturalmente para
as áreas e pessoas de seu interesse.
(JA, Fev21)