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Inclusão Social

                                 

Escravidão

Dia da Consciência Negra faz referência à resistência e morte de Zumbi dos Palmares, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares no Brasil. Os quilombos eram organizações políticas de resistência e enfrentamento à escravidão. O dos Palmares é considerado por estudos historiográficos o maior e mais duradouro (atuou por mais de 100 anos) dos quilombos. Ficava entre os Estados de Alagoas e Pernambuco.

O líder do grupo, Zumbi, foi executado em 20 de novembro de 1695, aos 40 anos, pelas forças do bandeirante português Domingos Jorge Velho. Ele teve a cabeça degolada e exposta em praça pública, em Recife.


Zumbi dos Palmares, obra bronze  José Maria Ferreira dos Santos,  Praça Antônio Prado, SP-Centro

Além de homenagear e reconhecer a luta de Zumbi dos Palmares, na data, movimentos negros buscam evidenciar as desigualdades e violências contra a população preta na sociedade.

O nome ‘Consciência Negra’ é o mesmo de um movimento anti-apartheid que estava à frente de greves que fragilizaram a política segregacionista na África do Sul, em 1973. O movimento era liderado por ativistas como Steve Biko, morto torturado pela polícia em 1972. E, com o lema ‘Black is beautiful’ –adotado à época do movimento negro dos Estados Unidos–, defendia a autoestima da população negra, e visava a incentivar com que a pessoa negra olhasse para si mesma como um ser humano.

Hoje, no Brasil, na semana e no dia da data, atividades culturais, debates mais intensos e reflexões sobre as implicações do racismo são realizadas em todo o país. A data já era celebrada desde os anos de 1970, mas só foi oficializada em 2011, por meio da Lei 12.519/2011, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Em alguns Estados (Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul), leis locais estabeleceram o dia como feriado.

A discussão sobre a classificação de pessoas, reprodução de hierarquias, e de diferentes atribuições de valor, por causa da cor da pele é ampla e histórica.

A escravidão no Brasil perdurou por mais de 300 anos. Negros foram aprisionados, exilados da África. A prática escravagista é considerada intolerável, mas os vestígios do passado e a impregnação do racismo perpetuam de forma direta, estrutural, institucional e na linguística brasileira.

O dia da abolição da escravatura, 13 de maio, não é considerado por movimentos negros uma data para se celebrar. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão. Antes disso, a história dos negros no país foi marcada por revoltas, como a Rebelião do Engenho de Santana (1789,1821 e 1828), a Revolta dos Malês (1835),  e a Balaiada (1838-1841), sem sucesso ante a escravidão.

E, depois da assinatura da Lei Áurea, sancionada pela Princesa Isabel, 1846-1921, filha de Dom Pedro II, em 13 de maio de 1888, políticas assistenciais, de integração e afirmativas não foram criadas em prol da população negra no país, marginalizada e presa à cultura escravocrata nos anos seguintes. 

Como defendeu o político monarquista e abolicionista Joaquim Nabuco no livro ‘O abolicionista’, 1883.

‘A influência da escravidão não se desenraiza num dia’

Pesquisadores, como Juarez Xavier, professor de jornalismo e coordenador-executivo do Núcleo Negro para a Pesquisa e Extensão da Unesp (Universidade do Estado de São Paulo), lembram que uma mudança significativa no contexto da luta contra a desigualdade e a questão racial só ocorreu após a redemocratização do país. Em 1995, quando foi realizada a pesquisa Datafolha, ele lembra que, exatamente o mesmo período em que se celebrava o tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, que o governo de Fernando Henrique Cardoso abriu espaço para políticas afirmativas para negros.

A dificuldade do desenvolvimento dessas políticas ocorre ainda hoje devido ao negacionismo em relação ao racismo no país, como mostra a pesquisa: 13% acredita que não existe preconceito no Brasil.

Para o trineto do imperador Dom Pedro II, o príncipe imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, não existe diferença racial no país. ‘Estão procurando criar esse problema racial, mas não conseguem. Aqui, todos nos damos bem. Aqui no Brasil, todos nós vivemos bem’, disse em live promovida pela Fundação Alexandre de Gusmão, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, em 16 de junho.

A filósofa e escritora Djamila Ribeiro refuta esse entendimento. Para ela, a violência que a população negra sofreu no passado, e continua sofrendo até hoje, no Brasil são romantizadas por meio da adoração da cultura negra. Segundo ela, isso causa uma falsa ideia de que não existe racismo no país.

‘A gente fala muito das supostas pontes que nos unem. Todo mundo gosta de samba, de capoeira. As pessoas gostam das culturas negras, mas não se mobilizam quando os jovens negros são assassinados todos os dias no Brasil. É esse cinismo que ainda tenta romantizar ou colocar que somos uma sociedade muito cordial, que estamos muito felizes e nos tratamos bem’, disse em 18 de junho, em entrevista ao Poder em Foco, programa do Poder360 em parceria editorial com o SBT.

 

Racismo no Brasil 


 

Há uma série de atitudes e posturas presentes no cotidiano que evidenciam o racismo estrutural da nossa sociedade. Ela é extremamente racista, e cada grupo, parte dessa sociedade, produz e reproduz esse racismo ou preconceito, baseado na aparência física, cor da pele, na cultura, ou religião.

Como mudar isso?

Dando condições para que todas as pessoas tenham condições de acesso, possam dispor  de moradia, educação, saúde e trabalho.

 

Remissão

Considerando a histórica dificuldade para integração igualitária das pessoas, a solução tem que ter um caráter estrutural.

Para tanto, inicialmente, deve ser desenvolvido algo que já deveria ter sido previsto e implantado lá atrás, quando da abolição da escravidão: uma política de inclusão da população com condições precárias para sobrevivência, desenvolvimento social.

A implantação dessa política deve se basear na criação de núcleos associativos criados com a finalidade de ajudar essas pessoas a se promoverem, a superarem sua situação atual, através de auxílio financeiro –se for o caso, aconselhamento, orientação, encaminhamento, desenvolvimento, e promoção de campanhas educativas.  

Como se trata de um problema crônico, centenário, solucionar não é uma tarefa fácil. Há necessidade de engajamento governamental no programa, bem como da captação de uma quadro de pessoal bem preparado e intencionado, para organização do trabalho - planejamento, definição de objetivos e metas, execução, e controle.

Naturalmente, devem ser priorizados os grupos mais carentes, independentemente da raça ou de cor, considerando a  falta de condição para sobrevivência por seus próprios meios. E, assim sucessivamente.

Deve ser levando em conta, como regra geral:

A.   O objetivo principal é dar condições de sobrevivência e evolução social  para todos. 

B.     A solução deve evitar a geração de discriminação ao contrário – promover este ou aquele grupo em detrimento de outro.

C.   A finalidade não é conseguir que todos se tornem iguais –é importante haver liberdade para manutenção das características originais de cada núcleo populacional, mas que todos tenham os mesmos direitos e capacidade para compreender e aceitar as diferenças: aparência, cor da pele, raça, religião, nível social. Além de ter a mente aberta para reconhecer os direitos e o potencial dos demais.


 

 
 


Imagem em destaque: pintura de Jean-Baptiste Debret, 1768-1848  -^-  ‘Negros de Carro’, 1834

Fonte:  Sabrina Freire  |  Poder360 

 

(JA, 20-Nov20)

 

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