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Batalha do Pirajá


Quando Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, a guarnição portuguesa estacionada em Salvador rebelou-se e recusou-se a aceitar o novo regime. Foram então enviadas tropas brasileiras para dominar o motim, e restabelecer a autoridade do imperador na capital baiana.

A chegada do general francês Pierre Labatut e do almirante inglês Thomas Cochrane havia dado organização às tropas brasileiras, e eliminado a supremacia marítima portuguesa. O bloqueio a Salvador se intensifica, os preços disparam e a fome assola a capital.

Marco da luta pela independência na Bahia, a Batalha de Pirajá é considerada ‘o maior embate militar das Américas’ pelo historiador Cid Teixeira. O confronto, decisivo para o desfecho da guerra, contou com uma grande participação de negros, caboclos e índios, que se infiltravam à noite pela floresta e ao amanhecer se levantavam com flechas para atacar os portugueses.

Entretanto, os portugueses, mais numerosos, mais bem armados e mais bem treinados, estavam ganhando a batalha.

‘Teve muito corpo a corpo, muita gente morrendo por arma branca na Batalha de Pirajá, por baioneta, que era a grande arma. Isso aconteceu demais. Eles dispunham de arcabuz, bacamarte... Não era o fuzil de ferrolho. Isso não existia. Era arma de carregar pela boca, de tiro lento. Era disso que se dispunha.

Teve inclusive militares de nacionalidade portuguesa que já haviam se integrado no contexto da vida social, no desejo da independência do Brasil. E o grande exemplo é o corneteiro Lopes’, disse o historiador Cid Teixeira, em documentário sobre o filme institucional do 2 de julho, feito pelo cineasta Lázaro Faria.

De fato, o corneteiro Luís Lopes protagonizou um episódio lendário na Batalha de Pirajá. Segundo o historiador Tobias Barreto, em seu livro ‘A elaboração da Independência’, Lopes teria recebido do major Barros Falcão, que comandava as tropas brasileiras, a ordem de soar o toque de retirada, já que a batalha estava perdida, mas, por engano, soou o ‘avançar cavalaria’.

Os soldados portugueses, convencidos de que os baianos haviam recebido reforços, bateram em retirada, e as tropas do Imperador retomaram Salvador.

Era o dia 2 de julho de 1823, que até hoje é comemorado como a data da Independência da Bahia. O conflito foi batizado como a ‘Batalha de Pirajá’.

‘A façanha, boa demais para ser verdade, nunca foi comprovada’, observa Laurentino Gomes. O que não impediu o corneteiro Lopes de ganhar uma estátua em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Na esquina da Rua Visconde de Pirajá com a Rua Garcia D'Ávila, em Ipanema, Rio de Janeiro, encontra-se a estátua de um soldado todo molengo, apoiado num poste para não cair, e tocando uma corneta. O que pouca gente sabe é que aquela figura caricata é uma homenagem a um herói da História do Brasil. Um herói por acaso que mudou o curso da história de nosso país.

Joaquim Pires de Carvalho e Albuquerque, um senhor de engenho baiano, foi um dos principais heróis da Independência da Bahia, e por isso foi agraciado por Dom Pedro I com o título de Visconde de Pirajá, em 1826. Daí a homenagem eternizada em uma estátua de bronze ao Corneteiro Lopes ficar exatamente na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema, Rio de Janeiro.


Imagem em destaque: ‘O Corneteiro’, 2004  -^- esculpida por Ique Woitschach, 1962-  , cartunista, escultor, ilustrador e artista plástico brasileiro    

Fonte: IPEA  |   Elizabeth Reis


(JA, Nov20)

 


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