A vida de todas a pessoas são constituídas de fases, cada qual com as suas características.
Infância
Na infância somos totalmente dependentes dos nossos
pais. Aos poucos, vamos nos libertando, conhecendo o mundo exterior – casa de
parentes, parques, escola, Clube... Nesse meio criamos amigos, normalmente da
mesma condição social e idade.
Adolescência
Nessa fase normalmente já temos consciência de quem
somos, e de quem queremos nos tornar. Frequentamos a escola já pensando na
faculdade que queremos cursar; no emprego que gostaríamos de ter; no que
gostaríamos de conquistar. Selecionamos nossos amigos de acordo com os nossos
princípios, gostos, e objetivos.
Adulta
Nessa fase se supõem
que já estejamos preparados para praticar a atividade que irá nos prover
sustento.
Nossa evolução profissional irá depender, além da
nossa capacidade, formação, do bom relacionamento com pessoas que possam
facilitar a realização dos nossos objetivos.
Normalmente nessa fase nos casamos, constituímos a nossa família, e trabalhamos para o seu sustento, e para que nossos filhos tenham saúde, formação, e possam conquistar uma condição de vida igual ou superior à nossa.
Velhice
Quando atingimos essa fase normalmente já realizamos tudo o que poderíamos realizar na nossa vida. É quando podemos descansar, gozar o tempo que nos resta. Entretanto, as demais pessoas continuam a labutar para se manter, crescer, e, na maioria das vezes, não despertamos seu interesse, levando a maioria a se afastar.
Pouco a pouco, nosso mundo vai diminuindo cada vez mais, sinalizando que em breve irá desaparecer de vez.
Em decorrência, o idoso é levado a um isolamento involuntário. Há cada vez mais idosos em situação de total
isolamento e depressão.
Com o aumento da esperança média de vida, o tema da solidão nos idosos se tornou cada vez mais recorrente.
Existem vários fatores pessoais e sociais que
contribuem, levam ao isolamento dos idosos. Entre eles:
§ Aposentadoria
Os primeiros sinais de solidão e
isolamento que um idoso vivencia acontecem depois da entrada na aposentadoria.
Após o término da atividade laboral, há uma mudança de padrão de vida que pode
ser bastante abrupta.
Se nos preparamos para essa fase, não
devemos ter dificuldade financeira para nos manter, embora, naturalmente, com
menos recursos do que antes, quando estávamos ativos
Nesta altura, paralelamente, surge uma
sensação de perda de utilidade social, e um afastamento de alguns contatos que eram
fundamentais para uma vida social mais ativa.
Após um período inicial de descontração,
onde o idoso vê todos os lados positivos da aposentadoria, como a tranquilidade
que esta pode trazer ao seu dia a dia, a falta de rotina pode levar ao declínio
do bem-estar, e originar sentimentos de tristeza e descontentamento com a
própria vida.
§ Relações Familiares
A
relação com os parentes, próximos ou distantes, também vai ficando prejudicada
porque eles tem que cuidar de sua própria vida, dos seus interesses mais
imediatos. Os idosos são respeitados
pelo que conquistaram, fizeram durante a sua vida, mas apenas isso. Foram
importantes para o seu passado, mas não o são para o seu futuro.
Esta
é, provavelmente, a forma de abandono mais frequentemente.
O
abandono por parte de familiares faz com que o sentimento de solidão seja ainda
mais acentuado, principalmente quando ocorre uma mudança para lares ou
instituições similares.
§ Amigos do
Passado
Os amigos do passado (Infância,
Adolescência) ficaram para trás, e, normalmente, nem lembramos mais dos seus
nomes, e não sabemos por onde andam.
Os amigos da fase adulta, pouco a pouco vão se
afastando, restando apenas alguns mais próximos, com os quais criamos laços
mais fortes de amizade.
Consequências
da solidão
A solidão está
intrinsecamente ligada à nossa saúde, uma vez que esta pode condicionar
severamente o nosso bem-estar físico e mental.
Estudos recentes sugerem que
a solidão pode ter o mesmo impacto que o estresse crônico na nossa saúde
mental, e pode, igualmente, afetar o sistema endócrino e imunológico,
contribuindo para o aparecimento de diferentes doenças.
Estima-se que 70% dos idosos
têm um problema de saúde grave associado à solidão, sendo que as mais comuns são
a hipertensão arterial, as infeções repetidas, a ansiedade e a depressão.
Como
combater a solidão?
Com o aumento da população
idosa e isolada, aumenta também a necessidade de desenvolver meios para melhor
atender às dificuldades deste grupo populacional em crescimento. Assim, é
essencial lhes proporcionar qualidade de vida, e um envelhecimento saudável.
Podem ser várias as causas da
origem do isolamento nos idosos. No entanto, o avançar da idade não é
necessariamente sinônimo de solidão. Prova disso, são os inúmeros idosos que
mantêm uma vida social ativa, onde os seus dias são preenchidos por diferentes
atividades.
E como o fazem? Escolhem dedicar o seu tempo a tarefas simples, mas cujo preenchimento pessoal traz consigo uma grande tranquilidade e alegria: desde ler, a ouvir rádio, ver peças de teatro, visitar museus, até à jardinagem, ou outras atividades mais físicas.
O fator tempo deixa de ser um
impedimento para se dedicarem a atividades que lhes dão realmente prazer.
Dicas para
preencher o seu dia
o
Fazer voluntariado
Tornar-se voluntário pode trazer muitos
benefícios. Pode conhecer novas pessoas, fazer parte de um grupo que partilha
os mesmos ideais, e vivenciar novas experiências. Praticar e sentir o altruísmo
- a prática de fazer o bem por outro ser humano poderá dar outro sentido à sua
vida, e contribuir para a sua felicidade e bem-estar, diminuindo o sentimento
de solidão.
o
Investir nas relações sociais
Organizar almoços, jantares, pequenos
lanches em família ou com amigos, é uma ótima forma de afastar sentimentos de
solidão e tristeza. Uma boa conversa, ou um jogo divertido com os netos, podem
fazer maravilhas pelo seu bem-estar.
o
Frequentar um curso
Esta é uma ótima oportunidade para ocupar
o tempo livre. Pode optar por aprender uma língua nova, ou escolher algo ligado
às artes, como a dança ou o teatro, por exemplo. A convivência com o grupo de
colegas num curso pode ajudar a encontrar pessoas que partilham interesses
comuns, e lhe oferecer um sentimento de integração com a comunidade.
o Adotar um animal
de estimação
Há estudos que indicam que ter um animal de estimação pode melhorar significativamente a sua saúde mental e física, assim como ajudar a superar a solidão. A companhia de um gato ou cão é enriquecedora, seja qual for o tamanho ou a raça. Então, por que não investir o seu tempo num animal de estimação que lhe dê amor incondicional? Se for um cão, não só lhe proporcionará companhia e segurança em casa, como também vai forçá-lo a sair, e a se manter ativo. Passear o cão é uma excelente maneira de conhecer pessoas.
(JA, Mai24)