Pular para o conteúdo principal

Meditação e Oração

Práticas foram realizadas por 80% dos moradores da cidade durante a quarentena, segundo pesquisa

 

Durante a quarentena, 80% dos paulistanos fizeram meditação ou orações. Destes, 35% dizem ter aumentado as práticas no período, de acordo com pesquisa feita no início de julho.

Para a monja Coen, fundadora da Comunidade Zen Budista no Brasil, um dos fatores desse aumento foi a possibilidade de participar de grupos de meditação a distância, sem os inconvenientes dos deslocamentos e as limitações no número de participantes.

Na sala de prática do espaço da monja, por exemplo, cabem no máximo 80 pessoas. Um encontro virtual para meditar pode reunir um público de 200 ou mais.

Por isso, Coen pretende continuar com as práticas a distância no futuro, mesmo quando, após a chegada da vacina para o coronavírus, o espaço seja reaberto.

Mas o aumento da procura por grupos de meditação não se deu só pela praticidade, diz Coen. As pessoas procuram o caminho da espiritualidade para lidar com o desconforto psicológico da situação.

‘A pandemia escancarou problemas antigos, questões como violência, desigualdade, depressão, ansiedade. Por isso, aumentou a procura por psicólogos e, também, por monges, monjas, padres, pastores’.

Para o professor de ioga Marcus Rojo, meditar é uma forma de se reconectar consigo mesmo. Do ponto de vista da ioga, a meditação pode ser explicada como a sustentação da atenção em um foco específico, como a respiração.

‘Com a prática, busca-se silenciar o tagarelar da mente, superar o fluxo ininterrupto do pensamento’, diz Rojos. Esse estado de ‘presença’ ajuda a manter o equilíbrio em meio aos altos e baixos das emoções.

Apenas 3% dos paulistanos ouvidos dizem ter reduzido a frequência com que meditam ou oram.

‘A espiritualidade é uma forma de cuidado, cada pessoa cuida de si e de tudo o que está a sua volta. Também é um caminho de autoconhecimento, as pessoas começam a lidar melhor com os acontecimentos externos’, diz Coen.

Meditar e orar também são rituais possíveis para lidar com a morte de pessoas próximas. Essas práticas ajudam a atravessar o luto, segundo a monja.

‘Espiritualidade é a delicadeza do gesto, da palavra, a prática de virtudes como solidariedade e gratidão. Ajuda a pessoa a pensar na forma como está vivendo, e a ter prazer pela existência’, diz Coen.

Para a monja, tanto o estudo quanto as práticas espirituais ajudam a responder melhor aos desafios em tempos de crise. ‘Não é ser bonzinho, é conseguir pensar antes de agir, e saber escolher suas respostas ao mundo’, diz ela.

É também uma forma de sofrer menos com a nostalgia de um passado, e o medo de um futuro que ainda não existe, mantendo-se no presente. E, isso, com coisas muito simples, como a respiração consciente.

Além de controlar estados emocionais, como angústia e ansiedade, aprender a alinhar a postura e respirar de forma profunda e ritmada, ajuda a apreciar a vida aqui e agora, segundo a monja.

Já o futuro, é uma incógnita. ‘O sonho é, após tanta dificuldade, ocorrer um despertar da consciência humana e ficarmos todos mais compassivos e solidários. Seria o ideal, mas não é necessariamente o que vai acontecer, não dá para saber’, diz Coen.

Mesmo assim, ela acredita que, passada a pandemia, muitas pessoas continuem em busca de momentos de meditação e silêncio. ‘Algo repetido por pelo menos 21 dias torna-se um hábito, e isso deve acontecer com as pessoas que começaram a praticar neste período’.

O professor de ioga Rojo é da mesma opinião. Já na primeira semana do distanciamento social decretado em março, as aulas da escola criada por seu pai, Marcos Rojo, passaram a ser transmitidas no Instagram.

‘Nossa forma de colaborar neste momento foi oferecer por dois meses aulas gratuitas, de segunda a sexta, no início da manhã e no final da tarde’, conta Rojo.

Além do público que já frequentava a escola regularmente, ex-alunos e novos praticantes começaram a seguir as aulas virtuais. Algumas lives reuniram mais de 1500 pessoas.

Para Rojo, essas pessoas buscam algo além da atividade física. ‘Dizemos que ioga é o caminho para a meditação. As práticas corporais e respiratórias servem para aquietar a mente’, afirma o professor.

As técnicas de respiração da ioga são a chave para acessar esse estado mental, segundo ele. Além disso, a prática organiza a rotina e estimula um estilo de vida mais saudável, condições importantes em uma crise sanitária como a atual.

Após a pandemia também, prevê Rojo. Depois de dois meses de aulas diárias gratuitas, a escola e seu ramo de formação de professores, o Iepy (Instituto de Pesquisas e Ensino em Yoga), começaram a oferecer turmas fechadas pelo aplicativo de vídeo chamada Zoom, além dos eventos gratuitos nas redes sociais.

A procura pelas aulas pagas é grande, um indício de que as pessoas pretendem continuar e desenvolver as práticas da ioga e da meditação.







Fonte: Iara Biderman  |   FSP


(JA, Jul20)



Postagens mais visitadas deste blog

Grabovoi - O Poder dos Números

O Método Grabovoi  foi criado pelo cientista russo Grigori Grabovoi, após anos de estudos e pesquisas, sobre números e sua influência no nosso cérebro. Grigori descobriu que os números criam frequências que podem atuar em diversas áreas, desde sobrepeso até falta de concentração, tratamento para doenças, dedicação, e situações como perda de dinheiro. Os números atuam como uma ‘Código de desbloqueio’ dentro do nosso inconsciente, criando frequências vibratórias que atuam diretamente na área afetada e permitindo que o fluxo de informações flua livremente no nosso cérebro. Como funciona? As sequências são formadas por números que reúnem significados. As sequências podem ter  1, 7, 16, ou até 25 algarismos, e quanto mais números, mais específica é a ação da sequência. Os números devem ser lidos separadamente, por exemplo: 345682 Três, quatro, cinco, seis (sempre o número seis, não ‘meia’), oito, dois. Como praticar Você deve escolher uma das sequencias num

Thoth

Deus da lua, juiz dos mortos e deus do conhecimento e da escrita, Thoth (também Toth, ou Tot, cujo nome em egípcio é Djehuty) é um deus egípcio, representado com cabeça de íbis. É o deus do conhecimento, da sabedoria, da escrita, da música e da magia. Filho mais velho do deus do sol Rá, ou em alguns mitos nascido da cabeça de Set, era representado como um homem com a cabeça da ave íbis ou de um babuíno, seus animais sagrados.   Sendo o deus associado com o conhecimento secreto, Thoth ajudou no sepultamento de Osíris criando a primeira múmia. Era também o deus das palavras, da língua e posteriormente os gregos viam este deus egípcio como a fonte de toda a ciência, humana e divina, do Egito. O culto de Thoth situava-se na cidade de Khemenou, também referida pelos gregos como Hermópolis Magna, e agora conhecida pelo nome árabe Al Ashmunin. Inventor da escrita Segundo a tradição, transmitida também por Platão no diálogo Fedro, Thoth inventou a escrita egípc

O Homem do Saco, ou Papa Figo

Segundo a lenda, O Homem do Saco pega e carrega crianças que estejam sem nenhum adulto por perto, em frente às suas casas, ou brincando na rua. O sinistro Homem do Saco, também conhecido como ‘Papa Figo’, não tem poderes misteriosos ou místicos, muito menos habilidades sobrenaturais. Mas possui o atributo mais perigoso que pode existir - a mente humana. Originalmente Papa Figo possui uma aparência comum, ainda que bastante feia. É descrito como um homem velho e de jeito esquisito; é comum vê-lo sempre carregando um grande saco pendurado nas costas. Devido ao seu jeito costuma chamar a atenção das pessoas. Por conta disso, o velho Papa Figo prefere agir por meio de seus ajudantes para atrair suas inocentes vítimas, em geral crianças com idade abaixo dos 15 anos. Mas há relatos de jovens de 16 e 17 anos que tiveram seu sumiço associado ao Papa Figo. O Papa Figo seria um homem de bastante posses que, através de promessas de pagamentos em dinheiro, acaba at